Bom, vocês sabem, devido à abrangência de público, não costumo falar muito de TV fechada, mas, acho que este caso merece uma certa atenção.
Como sabemos, em uma negociação que surpreendeu a todos, o Esporte Interativo conseguiu no ano passado os direitos exclusivos de transmissão da Liga dos Campeões da Europa na TV paga. Desde então, muito se falou, mas a transmissão da competição, que teve início com os playoffs, não pôde ser vista pela maioria esmagadora dos usuários da TV por assinatura devido à não entrada dos canais Esporte Interativo nas duas principais operadoras do mercado, NET e Sky. Operadora de destaque, a Claro, tradicional parceira do EI, após parceria com a NET, também deixou de oferecer o canal.
Juntas estas três operadoras representam por volta de 70% do mercado brasileiro. Sabemos que grande parte destes assinantes, um dia só aderiram ao serviço devido à canais esportivos (o esporte sofre um declínio na TV aberta já há muito tempo), que mostram principalmente futebol, uma das paixões nacionais por aqui. E qual a principal competição anual de futebol do Mundo? Pois então. Já podemos tomar isso como ponto de partida das indagações sobre os porquê de a emissora não conseguir figurar para grande público.
De fato que o Esporte Interativo, que começou como um canal aberto apenas em parabólicas (estou desconsiderando o tempo em que eles eram apenas uma empresa que "terceirizava campeonatos"), até pouco tempo atrás ainda era uma emissora pequena e com expressão quase nenhuma. Foi aos poucos conseguindo alguns campeonatos de alguma importância - ao mesmo tempo que perdia todas as ligas nacionais que possuía em seus primeiros anos -, se aproximando de parceiras e grupos, passando a ser oferecido muitas vezes pelas operadoras menores de TV a cabo, criando uma identidade própria, e com isso ganhando certa visibilidade, principalmente na internet (o canal esportivo mais "curtido" no Facebook, sempre batendo de frente inclusive com outros canais de TV convencionais. E, no início de graça, hoje transformado em um serviço pago - trato dele lá na frente -, o E+I também sempre disponibilizou online sua programação), o canal foi conseguindo seu lugar, se expandiu de vez para a TV por assinatura com EI NE, porém, o êxito veio mesmo após parceria com o grupo de mídia norte-americano Turner. Uma relação que se aproximou, aproximou, até o grupo adquirir o canal inteiro, e a partir daí injetar rios de dinheiro nele, o que resultou, com maior destaque, na compra dos tais direitos exclusivos da UEFA Champions League.
Grana sobrando, uma super competição como atrativo, e um nome forte e tradicional por trás, o que então pode explicar a não entrada do EI nas grandes operadoras? De fato que o canal não poupou esforços para "facilitar" essa negociação. Conseguiu os direitos e criou a estrutura para transmitir TODOS os jogos do campeonato europeu, inaugurou mais um canal (vídeo que abre esta postagem) para a transmissão na TV paga, para fazer par com o EI Nordeste (que pelo jeito hoje virou "EI MAXX2"), segurou a exclusividade toda para si, e não usou dos demais canais da Turner para transmitir a Liga. Caso as geradoras não cedessem pelo canal em si, esperava-se que cederiam pelos assinantes. Mas nada saiu como planejado.
Obviamente, não posso afirmar nada, não participei de negociações. Seria muito fácil dizer que existe uma conspiração contra um canal jovem liderada pela repartição de TV a cabo maior grupo de mídia da América Latina que são donas das operadoras (não vou citar nomes, mas todo mundo já leu teorias envolvendo essas empresas), e outras coisas do tipo. Claro, é uma possibilidade, mas acredito que as grandes operadoras também defendem seus interesses, e perder assinantes devido a essa briguinha aí acredito não ser uma delas. Existe também a chance de o próprio Esporte Interativo/Turner estar pedindo um valor muito surreal para fechar o negócio, o que faria encarecer demais para o cliente os pacotes que tivessem o canal, tornando assim o acordo inviável. Ou as donas do mercado estão oferecendo muito pouco também, por que não? Ou talvez existam até complicações vindas da legislação de teletransmissão. Infelizmente, não sou eu que posso dar um veredito, dizendo "é isso" ou "é aquilo", mas posso dizer que a exclusividade da Liga dos Campeões no EI corre o risco de se assimilar com a exclusividade das Olimpíadas de Londres na Record, de início, pode parecer um ótimo negócio, mas no fim, se torna um grande prejuízo. Torcemos para que não, e que a emissora finalmente entre em todos os provedores, para o bem dela mesma, para o bem da operadora, e principalmente, para o bem do cliente e fã do futebol em geral, já que este é o maior prejudicado dessa, me permitam o uso do termo, palhaçada toda.
Aos muitos (como eu) que não tem o canal em suas televisões, sobra a opção de assistir aos jogos pelo EI Plus, serviço on demand do Esporte Interativo. Por lá são exibidos todos os jogos, tal qual como prometido pela emissora, com inclusive um canal só com os melhores momentos em tempo real, tudo com narração e comentários em português. O serviço está disponível todas as plataformas, e com certeza deve haver, para facilitar a vida de todo mundo, um aplicativo para ele nas Smart TVs (se não tem, alguma coisa muito errada está sendo feita). E para quem realmente gosta, não é algo tão caro. Além do mais que ele oferece todos os outros produtos da emissora também. E acho que para o Brasil, essa iniciativa feita através do Esporte Interativo Plus com a UCL, se com sucesso, pode abrir portas para outros serviços de streaming esportivo no país, independentes ou terceirizados, consolidando ainda mais esse ramo de mercado que tanto cresce no por aqui (não estou falando de serviços como Watch ESPN ou FOX Play, estes apenas reproduzem o que é transmitido na TV, assim como o EI Plus para eventos não-Liga. Quando falo disso, me refiro às transmissões da Liga dos Campeões dentro da plataforma apenas).
Encerro com um institucional da emissora os frisando detalhes da cobertura da Liga dos Campeões pelo EI:
Como sabemos, em uma negociação que surpreendeu a todos, o Esporte Interativo conseguiu no ano passado os direitos exclusivos de transmissão da Liga dos Campeões da Europa na TV paga. Desde então, muito se falou, mas a transmissão da competição, que teve início com os playoffs, não pôde ser vista pela maioria esmagadora dos usuários da TV por assinatura devido à não entrada dos canais Esporte Interativo nas duas principais operadoras do mercado, NET e Sky. Operadora de destaque, a Claro, tradicional parceira do EI, após parceria com a NET, também deixou de oferecer o canal.
Juntas estas três operadoras representam por volta de 70% do mercado brasileiro. Sabemos que grande parte destes assinantes, um dia só aderiram ao serviço devido à canais esportivos (o esporte sofre um declínio na TV aberta já há muito tempo), que mostram principalmente futebol, uma das paixões nacionais por aqui. E qual a principal competição anual de futebol do Mundo? Pois então. Já podemos tomar isso como ponto de partida das indagações sobre os porquê de a emissora não conseguir figurar para grande público.
De fato que o Esporte Interativo, que começou como um canal aberto apenas em parabólicas (estou desconsiderando o tempo em que eles eram apenas uma empresa que "terceirizava campeonatos"), até pouco tempo atrás ainda era uma emissora pequena e com expressão quase nenhuma. Foi aos poucos conseguindo alguns campeonatos de alguma importância - ao mesmo tempo que perdia todas as ligas nacionais que possuía em seus primeiros anos -, se aproximando de parceiras e grupos, passando a ser oferecido muitas vezes pelas operadoras menores de TV a cabo, criando uma identidade própria, e com isso ganhando certa visibilidade, principalmente na internet (o canal esportivo mais "curtido" no Facebook, sempre batendo de frente inclusive com outros canais de TV convencionais. E, no início de graça, hoje transformado em um serviço pago - trato dele lá na frente -, o E+I também sempre disponibilizou online sua programação), o canal foi conseguindo seu lugar, se expandiu de vez para a TV por assinatura com EI NE, porém, o êxito veio mesmo após parceria com o grupo de mídia norte-americano Turner. Uma relação que se aproximou, aproximou, até o grupo adquirir o canal inteiro, e a partir daí injetar rios de dinheiro nele, o que resultou, com maior destaque, na compra dos tais direitos exclusivos da UEFA Champions League.
Grana sobrando, uma super competição como atrativo, e um nome forte e tradicional por trás, o que então pode explicar a não entrada do EI nas grandes operadoras? De fato que o canal não poupou esforços para "facilitar" essa negociação. Conseguiu os direitos e criou a estrutura para transmitir TODOS os jogos do campeonato europeu, inaugurou mais um canal (vídeo que abre esta postagem) para a transmissão na TV paga, para fazer par com o EI Nordeste (que pelo jeito hoje virou "EI MAXX2"), segurou a exclusividade toda para si, e não usou dos demais canais da Turner para transmitir a Liga. Caso as geradoras não cedessem pelo canal em si, esperava-se que cederiam pelos assinantes. Mas nada saiu como planejado.
Obviamente, não posso afirmar nada, não participei de negociações. Seria muito fácil dizer que existe uma conspiração contra um canal jovem liderada pela repartição de TV a cabo maior grupo de mídia da América Latina que são donas das operadoras (não vou citar nomes, mas todo mundo já leu teorias envolvendo essas empresas), e outras coisas do tipo. Claro, é uma possibilidade, mas acredito que as grandes operadoras também defendem seus interesses, e perder assinantes devido a essa briguinha aí acredito não ser uma delas. Existe também a chance de o próprio Esporte Interativo/Turner estar pedindo um valor muito surreal para fechar o negócio, o que faria encarecer demais para o cliente os pacotes que tivessem o canal, tornando assim o acordo inviável. Ou as donas do mercado estão oferecendo muito pouco também, por que não? Ou talvez existam até complicações vindas da legislação de teletransmissão. Infelizmente, não sou eu que posso dar um veredito, dizendo "é isso" ou "é aquilo", mas posso dizer que a exclusividade da Liga dos Campeões no EI corre o risco de se assimilar com a exclusividade das Olimpíadas de Londres na Record, de início, pode parecer um ótimo negócio, mas no fim, se torna um grande prejuízo. Torcemos para que não, e que a emissora finalmente entre em todos os provedores, para o bem dela mesma, para o bem da operadora, e principalmente, para o bem do cliente e fã do futebol em geral, já que este é o maior prejudicado dessa, me permitam o uso do termo, palhaçada toda.
Aos muitos (como eu) que não tem o canal em suas televisões, sobra a opção de assistir aos jogos pelo EI Plus, serviço on demand do Esporte Interativo. Por lá são exibidos todos os jogos, tal qual como prometido pela emissora, com inclusive um canal só com os melhores momentos em tempo real, tudo com narração e comentários em português. O serviço está disponível todas as plataformas, e com certeza deve haver, para facilitar a vida de todo mundo, um aplicativo para ele nas Smart TVs (se não tem, alguma coisa muito errada está sendo feita). E para quem realmente gosta, não é algo tão caro. Além do mais que ele oferece todos os outros produtos da emissora também. E acho que para o Brasil, essa iniciativa feita através do Esporte Interativo Plus com a UCL, se com sucesso, pode abrir portas para outros serviços de streaming esportivo no país, independentes ou terceirizados, consolidando ainda mais esse ramo de mercado que tanto cresce no por aqui (não estou falando de serviços como Watch ESPN ou FOX Play, estes apenas reproduzem o que é transmitido na TV, assim como o EI Plus para eventos não-Liga. Quando falo disso, me refiro às transmissões da Liga dos Campeões dentro da plataforma apenas).
Encerro com um institucional da emissora os frisando detalhes da cobertura da Liga dos Campeões pelo EI:
Hoje começa uma cobertura histórica nos canais Esporte Interativo!
Posted by Esporte Interativo on Terça, 11 de agosto de 2015