sexta-feira, 31 de julho de 2015

El Chapulín Colorado - Série Animada


Andei lendo na internet que esse final de semana El Canal de Las Estrellas (podem ficar pasmados, não existe nenhum canal chamado "Televisa" no México) estrearia o já há tanto tempo anunciado desenho do Chapolin Colorado (trailler acima). Eu como fã das obras de Chespirito, logo corri atrás de poder assistir o capítulo. Vou deixar o episódio de estréia incorporada no fim deste texto para vocês poderem ver também. Está em Espanhol e não tem legenda, caso não tenham familiaridade com a língua, no começo pode ser um pouco complicado de acompanhar, mas não é muito difícil de entender não, basta um pouco de esforço e costume. Os diálogos, neste caso pelo menos, não são muito diferentes dos que já conhecemos. A trilha sonora e toda a parte auditiva da série também está seguindo a obra original, que ficou um pouco diferente quando chegou ao Brasil. O SBT está negociando a série - e vai consegui-la, não tenha dúvida (e espero que lance produtos dela para comprar) -, quando ela chegar aqui com certeza terá mais a nossa cara, mas enquanto não, o que temos pode nos ir treinando um segundo idioma e nos trazendo conhecimentos sobre adaptações de conteúdo por países. 
Me surpreendi quando encontrei o episódio ao descobrir que já existem duas temporadas prontas do Chapolim já disponíveis em um serviço sob demanda (esses serviços que ainda vão acabar destruindo a televisão como conhecemos). O vídeo que postei abaixo contém uma faixa de texto que lhe dá o caminho para assinar esse serviço, caso o queira fazer - o que eu acho que não vai querer. Como já é de praxe e todos sabemos, versões piratas são facilmente encontradas na internet. Me baseei nelas para esta análise, que de início seria só do episódio de estréia. 
Da mesma empresa produtora de El Chavo Animado, El Chapulín Colorado apresenta traços e técnicas de animação diferentes de seu "desenho irmão", e a primeira impressão que tive foi a de que seguiria seu mesmo rumo também, de uma animação muito bem feita esteticamente, mas que em seu conteúdo não oferecesse nada de mais. Conforme saí do primeiro episódio, vi que não, e que o desenho do Chapolin tem tudo para encantar muito mais do que seu antecessor. Provavelmente não por coincidência, a série do Polegar Vermelho surge em meio a um boom de produtos relacionados a super heróis, só por isso já não poderia ficar no básico, sendo apenas a série antiga. Nos são apresentados novos personagens fixos, como eu pude ver pelo "Professor" e seu núcleo, composto por um laboratório aparentemente secreto, dado à estética do cenário, onde trabalha com uma jovem que se declara sua neta. Ambos ajudam o Vermelhinho em suas missões, o que me faz pensar que talvez esse laboratório seja como uma "casa" do Chapolin sem uniforme, ou um quartel general do Chapolin herói. Independente disso, é daí que surgem peripécias tecnológicas, que nem sempre nosso herói consegue utilizar, mas que que põe a série junto à outras do ramo. De inédito, vemos também a vida social de Chapolin Colorado. O que ele faz enquanto não está ajudando alguém? Ele mantém uma identidade secreta em sua vida cotidiana? A resposta para esta segunda é não. 
"Mas se ela é assim, tão diferente do original, por que eu vou assistir? Eu gosto de Chapolim, não quero novidade!" - Não aconselho ninguém a pensar assim - pelo menos sobre a segunda parte -, mas nesse caso é entendível. E esse público não ficou a mercê não, pois o desenho também nos trás Polegar Vermelho clássico em todos os seus detalhes. A personalidade meio de anti-herói, medroso, "miguezeiro" e mulherengo, ao mesmo tempo atrapalhado, carismático e sortudo, que faz com que, apesar de tudo, no fim as coisas sempre darem certo. A essência não mudou, é o mesmo personagem das boas intenções, que com seu jeito único, fez gerações o verem como um herói, o nosso herói latino americano, nosso inconfundível Chapolin Colorado!!!
A grande desvantagem mesmo é que não tem o Seu Madruga em todos os episódios, mas de resto...

Abaixo, o piloto da série:



A história do capítulo acima é claramente uma referência à este episódio em live action (com gente de verdade): 


Que como não é de se estranhar, ganhou um ou mais remakes no decorrer do tempo:


Sim, terão remakes animados também. Do pouco que assisti, cheguei à conclusão que sim, terão. Chespirito é feito de remakes, afinal, não? Mas nesse caso, eles são bons, pois nos situam sobre o trabalho original que inspirou essa "homenagem", e até o apresenta para as novas gerações que talvez não tiveram a chance de conhecê-lo (não estou falando só de Brasil e/ou México nesse caso). Mas ainda nesse saudosismo, agradecemos não terem abusado de sua nobreza fazendo-o ser em 2015 um super-herói (me permitam chamá-lo assim) de 1970.

Como se pode ver, esse desenho, ao contrário de seu antecessor, El Chavo Animado, promete nos trazer grandes novidades, ainda que sem perder o "classissismo" de nos trazer de volta o que crescemos vendo. A animação do Chaves passou a ganhar cara própria apenas após um certo tempo, quando finalmente começou a contar com enredos dignos de desenho animado, feitos pensando principalmente no público infantil, para o qual de fato o desenho é voltado. Chapolim já nos trás essa dinâmica de desenho logo de cara, com a diferença de parecer uma produção que não se contentará em ser apenas uma animação para crianças. Provavelmente este pegou o embalo daquele desenho, que demorou mais tempo para conseguir abraçar os dois públicos, e usou de de sua receita de fisgar os pais pela nostalgia, e os filhos pela fantasia. A nós, público da velha guarda (se é que Chaves e Chapolin tem isso aqui no Brasil), não sobrará muito tempo para ficar lamuriando que pegamos a melhor era dessas obras, cada uma tem vida própria, afinal. 



terça-feira, 28 de julho de 2015

XVII Pan American Games - Toronto 2015 - reportagem 07 - Balanço Final | Reportagem Final



Quadro de medalhas final
Arte: Portal R7.com
E com o fim dos Jogos Pan Americanos de Toronto, gostaria de tomar a liberdade e fazer eu mesmo um balanço. Deixei acima um vídeo fazendo sua própria leitura, com imagens das competições para vocês até poderem "reviver". O porquê de eu tê-lo colocado, com certeza não é mistério pra ninguém, se você estava me acompanhando por aqui ou por alguma outra rede social, durante todo esse período do Pan, sabe que acompanhei tudo pela Record News, então acho que  eu não teria outro vídeo para deixar aqui - assistam ao finzinho dele e chorem. Mas nessa temática eu volto lá na frente, quando falar da transmissão em TV aberta. 
Essa postagem, por ser mais ampla, será dividida em tópicos, para facilitar a leitura, coisa que não fiz nas anteriores. Falarei não só da transmissão e cobertura, mas também dos jogos num contexto geral, e da campanha do Brasil, que merece um destaque em especial. Reforço o que já disse postagens lá atrás, não sou especialista,  nem estou aqui pra puxar o saco ou armado com mil pedras nas mãos, apenas quero apresentar uma visão leiga sobre tudo que vi nesse pouco menos de um mês.

Pan


A primeiríssima vista, esse Pan já parecia totalmente estranho quanto à questão de sedes. Arena de suas cerimônias, o Rogers Centre, casa do Toronto Blue Jays, time de beisebol da liga profissional norte americana, não foi sede de esporte nenhum, só das cerimônias mesmo. Nem dos jogos de beisebol! Depois disso, começo a achar estranho o fato da estrutura de algumas sedes serem aparentemente tão precárias para esse tipo de evento. Cheguei até a comparar algumas, em especial a do atletismo, com arquibancadas de rodeio, porque é o que parecia mesmo. E não caí do cavalo quando descobri que muitas dessas "arquibancadas de rodeio" ficavam em universidades? Ou seja, por mais que aparentasse uma estrutura para o público precária, talvez seja porque não foram arenas feitas para o público, sua funcionalidade vai muito mais além, e seu legado se estende lá pro futuro do esporte canadense. Li também que muitas praças esportivas se encontravam em cidades distantes de Toronto, e que isso complicou muito a vida de vários atletas. No futebol isso é normal, por ser um torneio sempre longo, mas nesse caso foi ao contrário. O futebol ocorreu numa cidade vizinha, e esportes menos populares como canoagem foram sediadas em lugares extremos. O mapa de sedes pode ser visto neste link, caso lhes seja interessante.
Outra coisa a ser observada é o público nas arenas. A tal crise que a televisão gosta tanto de falar deve ter atingido em cheio o Canadá, pois nem com boas competições, a campanha excepcional dos atletas do país e preços de ingressos relativamente baratos as arenas lotavam. Tudo bem que Pan-Americano não é torneio em que se espera grande sucesso de público, mas nesse ficava evidente o fracasso nessa área. Durante o discurso de encerramento, falou-se em mais de um milhão de ingressos vendidos, após a organização ter de apelar até para liquidação de bilhetes. Pelo menos a olho nu, não foi o que pareceu.
E se o medo de todo país na hora de fazer esses eventos é terrorismo, ainda mais o Canadá, por ser tão próximo de certo país aí, Toronto mesmo ficou só  com a ameaça. Quanto à segurança corriqueira, estamos falando de uma das cidades mais seguras do Mundo, só isso já encerra a discussão. 
O objetivo da cidade do Pan mais caro e com os "problemas mais latinos" (a gente gosta de pensar assim, né?) da América do Norte na história agora é ser sede olímpica. Desejamos sorte, mas mesmo que seja eleita, ainda não vai ser melhor que a nossa Olimpíada do ano que vem.

Brasil


O Brasil terminou o torneio na terceira colocação na classificação geral de medalhas. O quadro de medalhas final você pode ver colocado logo acima, nesta mesma postagem, em sua forma simplificada, para o quadro totalmente detalhado, clique aqui. Mas afirmo aqui, não fossem os canadenses estarem jogando em casa, o Brasil teria se saído muito melhor! Teria terminado em segundo? Não necessariamente. A concorrência com o Canadá seria mais igualitária, e talvez até Cuba se sairia melhor do que se saiu esse ano - terminaram em quarto, pela primeira vez em décadas atrás do Brasil -, mas o Brasil com certeza iria bater de frente para disputar o segundo lugar. 
Exemplo disso que falei, basta olhar os resultados do atletismo. Brasil deixou muito a desejar na modalidade, com uma medalha de ouro apenas contra 11 dos canadenses. Em que outra circunstância estaríamos numa discrepância tão grande? A única explicação que encontro é fator casa, desculpa. Acreditar que todo mundo subiu de nível de um dia para o outro, em um [conjunto de] esporte[s] onde o Brasil sempre foi relativamente bem? Não é futebol! Nem Cuba foi páreo para o Canadá nesses jogos. No meu ver, o atletismo foi o fator primordial para não termos ultrapassado com folga nossa marca de 2011
Nos esportes coletivos, mantivemos nossa tradição de sempre se destacar. Se não voltamos com ouro, com pelo menos alguma medalha sempre voltamos. Até no rúgbi ganhamos medalha. Talvez devêssemos cobrar mais do vôlei e do futebol masculino, nossos dois maiores esportes, sim, destes talvez, mas dos demais, representamos bem. Já nos individuais, várias surpresas. Esportes que geralmente não damos nada, como badminton, esgrima, luta, tiro esportivo e com arco, remo, canoagem e até boliche, voltaram com medalha. Caratê, judô, ginástica e outros já tradicionais também não nos decepcionaram. 
Mas aí vem a questão: Dá pra cobrar alguma coisa do Brasil, afinal? Dadas as circunstâncias atuais, pelo menos a nível continental, acho que dá. Também não dá pra cobrar horrores, todos sabemos o quanto o esporte é deixado de lado no país, e que se você quiser jogar algo diferente, é de final de semana e é só hobby, nada mais além disso, se profissionalizar, nem pensar (muitas vezes nem federação existe). Isso claro, se você encontrar onde praticar esse esporte, já que muitos lugares são carentes de espaços de prática esportiva. Até as escolas, onde deveríamos encontrar um mínimo de estrutura, há essa negligência. Porém, desde que fomos escolhidos como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, algumas coisas, pelo menos em tese, deveriam ter começado a mudar. Cito aqui como destaque o Bolsa Atleta do Governo Federal, que privilegia esportistas que se destacam Brasil afora. Muito do resultado obtido vem desse programa. Não é muito, nem são todos, mas já permite aumentar os voos de muita gente. E relembrando a polêmica das continências nos pódios, as Forças Armadas também estão financiando o esporte de alto rendimento no país. E não sejamos ingênuos, com as Olimpíadas na porta de casa, muita grana da iniciativa privada também chega para "ajudar" e poder ter seu nome na festa. Sabemos que em 2017 muito disso já vai ter acabado, mas hoje, talvez o esporte esteja vivendo uma época de fartura que nunca viveu em se tratando de recebimento de incentivos.
E não podemos esquecer também que existe a pressão, até natural, pelos Jogos Olímpicos do ano que vem, que atleta sente (e recebe). Se o Brasil realmente quer sua décima posição concorrendo com o Mundo inteiro, jamais menosprezando o esporte das Américas, mas não sei dizer se devemos ficar tão empolgados assim com nosso resultado. 

Transmissão



Mesmo achando que o criador deste trocadilho cretino deva passar o resto da vida na RedeTV!, a última coisa que twitaria sobre os Jogos Pan-Americanos de Toronto não podia ser outra (depois disso vieram só retwites e virá a divulgação desta postagem). 
Não canso de elogiar a Record News pela cobertura feita. Dezesseis dias de transmissões ao vivo sem parar, com uma equipe muito enxuta, sem nomes famosos do grande público, fazendo o máximo para poder mostrar a maior quantidade possível de esportes em um mesmo canal. Sem cobertura in loco nenhuma, sem repórteres de campo, apenas usando as imagens internacionais e as narrando direto de São Paulo. Pra muitos isso é um problema, mas eu não vejo assim. Considero que a Record News é um canal de audiência quase nula, e de alcance muito limitado, que sequer tem sinal em HD. Não sou hipócrita, sei que sacrificar três "Hora News" diários não faz diferença quase nenhuma na audiência e faturamento, mas ignorar a quantidade de conteúdo que nos foi trazida, olhando só para aspectos técnicos. Não é assim que o Mundo funciona. 
Usufruindo da vantagem de "emissora oficial" por ser uma segunda Record, a Record News ainda nos trouxe esportes com exclusividade absoluta na televisão brasileira: Handball, hóquei, rúgbi, algumas competições de tiro com arco, ginástica rítmica e tênis de mesa, brasileiros no caratê e no taecondô, todos eventos que canal nenhum mais transmitia. Inclusive com uma tarja de "exclusivo" em sua marca d'água. 
Se comparar com a atenção dada ao evento pela sua matriarca, da qual pode-se resumir que transmitiu apenas vôlei, futebol e ginástica, mas que mesmo assim permaneceu com os nomes de peso, a equipe in loco e a "fama" só pra ela, a Record News só me faz encontrar mais razões para elogios. Não exigiria que a Record desse à esse Pan a mesma cobertura exagerada que deu ao Pan de Guadalajara, até por entender o como a Record é muito mais comercial que a Record News, não está em seus melhores dias, e que dessa vez ela não precisa divulgar uma Olimpíada exclusiva, mas precisava um desdenho tão grande? Apenas como comparação, as cerimônias de abertura e encerramento, que já tratei de forma específica neste blog, e o programa especial com que abri esta postagem (com um formato diferente), quatro anos atrás foram solenemente exibidos pela Record, não pela Record News. 
O Portal R7 transmitiu tudo também, mas apenas o que a televisão também passava, sem jogos ou modalidades exclusivas na internet.  
Ainda na parte da transmissão, vale lembrar que esse Pan foi o Pan da precariedade na geração oficial de imagens, então muitos eventos não foram transmitidos por não terem câmeras ou estrutura no local mesmo, o que não deveria ser um problema nesse tipo de competição. 
Lembrando, não assisti nada pelo SporTV pois não tenho o canal. E nem que tivesse, prefiro não levantar grandes discussões sobre TV fechada devido à restrição de público dela. Mas não duvido que tenha surgido uma cobertura tão excepcional ou até melhor, tendo em vista ser um canal especializado em esportes, mas eu não tenho conteúdo para falar sobre. 

E para encerrar a postagem e o tópico sobre transmissão, me despeço desse Pan com a equipe que me possibilitou poder escrever isso tudo para vocês. "Valeu Toronto", e até o Rio ano que vem, e até Lima em 2019, e até o esporte, onde, quando, e como ele puder ser prestigiado e praticado!!!

Um vídeo publicado por Reinaldo Gottino (@rgottino) em


segunda-feira, 27 de julho de 2015

XVII Pan American Games - Toronto 2015 - reportagem 06 - Cerimônia de Encerramento

Mesma imagem de capa que utilizei na postagem sobre a Cerimônia de Abertura para facilitar identificação de tema. Arte: Portal R7.com
E chegaram ao fim na noite de ontem os Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, com uma, como é tradicional desses eventos, super festa, com shows musicais e apresentações culturais. Novamente, não tenho a íntegra em mãos, então, caso você não tenha assistido, vamos com um vídeo que lhes dê alguma noção do tema que vou abordar:


Eu particularmente achei a Cerimônia de Encerramento melhor que a de Abertura. Utilizaram de uma temática bem conhecida dos brasileiros, com a mistura de vários povos, incluindo de outros continentes, para representar a  maior cidade do Canadá (ou seja, se em 2016 o Brasil pretendia usar disso, acho melhor pensar em algo novo). Reforçou-se a mensagem da Cerimônia de Abertura sobre um país de oportunidades aberto para imigrantes de todo o Mundo, mas de uma forma mais sutil, mais sensível, mais entendível às "pessoas comuns" - na outra você precisava ser um gênio pra absorver um conteúdo tão aprofundado.
Na hora de apresentar o Peru, sede da próxima edição, um espetáculo a parte. Sou suspeito de falar, sou apaixonado por nosso país vizinho, acho sua cultura, suas roupas, tudo maravilhoso! Infelizmente ainda não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas em 2019, quem sabe, não? Sobre a apresentação, não teve como fugir de certos clichês, o que é comum, já que se tratam de apresentações rápidas para representar o máximo possível de uma cidade ou de país, mas a representação de Lima através de danças, roupas e objetos  (teve lhama, nas duas cerimônias do Canadá não teve alce) foi feliz afinal.  
Os shows musicais são os shows musicais, não tem muito o que falar sobre, mas destaco que não conhecia Serena Ryder, a da música oficial do torneio, mas gostei das músicas dela, em especial da canção tema

Sobre a transmissão em TV aberta, que sempre gosto de falar aqui, meus parabéns novamente à Record News, que transmitiu com exclusividade a festa enquanto sua "emissora mãe" de novo falava mal de MCs mirins e ensinava o telespectador a fazer suco de berinjela. Entrando no ar depois de uma edição especial do Melhor do Pan, o evento contou com a participação de toda equipe que levou ao ar os Jogos Pan-Americanos de Toronto pelo canal. Na falta de um, três narradores: Reinaldo Gottino (sim, o do Balanço Geral), Marcos Leandro e Marco Túlio Reis, com Marcelo Laguna, Wilson Baldini Júnior e Marcelo Romano nos comentários. Essa equipe de 6 pessoas, talvez um ou outro convidado de vez em quando, transmitiram coisa de oito horas ao vivo por dia de esporte, enquanto a TV Record... Bom, eu deixo pra falar da Record na próxima postagem. Ainda nesse assunto, o que a Record fez? Exibiu um compacto, sem contexto nenhum, de menos de uma hora de toda a festa depois da meia noite e meia. Exatamente como fez na Cerimônia de Abertura. Admito que lá, os comentários de Álvaro José eram mais precisos, e nos colocavam dentro da historinha que estava sendo contada, às vezes a Record News pecava nisso, mas cortar mais da metade de um evento que foi todo pensado para passar uma imagem é destruí-lo, ainda que você faça isso bem feito e com uma locução legal por cima. Pelo menos do que vi (não vi inteiro), o novo compacto ficou mais bem feito que o primeiro do dia 10. 

Abaixo, os momentos finais da Cerimônia de Encerramento pela transmissão ao vivo da Record News. Faltou o finzinho da transmissão, mas não importa, se você acompanhou a competição todos esses dias, se deixou envolver e sente algo pelo esporte, com certeza também vai sentir um "leve aperto no coração": 

domingo, 26 de julho de 2015

XVII Pan American Games - Toronto 2015 - reportagem 05 - O esporte que mais cresce no Brasil!

Um dos dois esportes "novidade" dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, além de ser um esporte da qual eu guardo um carinho muito grande, até por ter ter tentado (sem sucesso) praticá-lo por um tempo, vejo o rúgbi (gosto de escrever assim, em português, mas todo caso, considere rugby), hoje, sem exagero no título da postagem, como o esporte que mais evolui no Brasil. 
Por isso não sei nem se no final posso considerar uma grande surpresa, mas podemos ficar felizes, pois medalhamos no rúgbi feminino: 


E no masculino também não fomos de todo mal, não conseguimos medalha, mas terminamos em quinto, de oito equipes: 



"Mas por que você está falando do rúgbi só hoje, último dia de Pan, se essa medalha foi ganha lá no no primeiro final de semana?" - Porque o blog é meu e eu falo das coisas a hora que eu quiser. Falta de tempo também justifica. E além do mais, acho que se você me acompanha por aqui há mais tempo (não vou estranhar caso não), com certeza já deve ter se acostumado com os loops temporais que existem aqui, quase tudo era comentado com atraso, caso fosse comentado. Mas já perdi muitas linhas me justificando pra vocês, continuando sobre o esporte.


  Logotipo usado pela Confederação Brasileira de Rugby em seu
  Facebook após a conquista da medalha de bronze pelo time
feminino nos Jogos Pan-Americanos de Toronto
Um esporte tão antigo quanto o futebol no Brasil, ambos compartilham do mesmo "mito de criação" no país, como esporte trazido da Inglaterra pelo estudante paulista Charles Miller no começo dos mil e novecentos. Por muito tempo só um dos dois jogos vingaram, mas depois de um século um deles resolveu ressurgir. Prova disso é que cada vez mais escolas e principalmente faculdades passaram a oferecer o esporte aos alunos, e cidades, como São José dos Campos (SP), por exemplo, se tornaram polos do esporte. Nas lojas de materiais esportivos cada vez mais encontramos artigos relacionados à bola oval. E nossas seleções, novamente , e ao contrário do esporte da minha última postagem, com destaque à feminina, começam a participar de torneios mundiais e consequentemente seu espaço na mídia só aumentou. Claro que isso tudo não veio pela simples beleza do esporte. Há anos vejo investimentos e propagandas por parte de grandes empresas, com destaque à Topper, que veiculava propagandas impagáveis na televisão, facilmente encontráveis na internet, que ironizavam nosso rendimento e jogadores nos campeonatos e no dia a dia, sempre terminando com o lema "Rugby. Isso ainda vai ser grande no Brasil.". Além claro, do trabalho da Federação, que eu não conheço, mas não acho que o esporte cresceria sem um planejamento bem feito de quem manda nesse jogo no país. Caso seja mesmo, outros esportes poderiam se inspirar e até pedir dicas. 
Se dá pra esperar medalha ano que vem? Talvez, mas vamos com calma, pode ser um objetivo, mas acho que não dá pra tratar como uma obrigação, ainda.
E ainda se quiserem considerar, esporte que agora virou modinha em vários lugares, o futebol americano nada mais é do que mais um primo direto do rúgbi. Só que com dinheiro e marketing.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

XVII Pan American Games - Toronto 2015 - reportagem 04 - Hóquei sobre a grama




O vídeo acima acaba tendo uma utilidade mais ilustrativa do qualquer outra coisa. Muita gente, afinal, nunca viu o Hóquei Sobre a Grama. A maioria das pessoas provavelmente pensava que hóquei era só no gelo, e que por aqui nem se jogasse esse tipo de coisa. De fato, o hóquei não é um esporte muito  difundido no Brasil. Em nenhuma de suas vertentes. Talvez por isso, e por outros muitos motivos, essa postagem deve ser de ainda mais comemorada, pois o Brasil conseguiu uma vaga olímpica no Hóquei Sobre a Grama!
Mas por que estou(amos) comemorando a vaga do Brasil em um esporte que ninguém conhece? Aliás, por que o Brasil teve que correr atrás de uma vaga? As Olimpíadas não vão ser aqui? O Brasil não ganha vaga automática por ser o país sede? E inclusive, alguém compra ingresso pra ver o tal do hóquei em Olimpíadas? E por que você está falando disso, afinal?
Bom, todos devem saber que gosto desses esportes "inusitados", gosto de ver que existe vida além do vôlei e do futebol, e admiro quem consegue grandes feitos nesses "primos pobres" do desporto nacional. Falando do hóquei em específico, ninguém se profissionaliza no hóquei no Brasil. Esses jogadores que nos representaram nos Jogos Pan-Americanos de Toronto são pessoas que, para poderem treinar, tiveram que dar um tempo em serviço, estudo, família, para só então tentar essa vaga. Tiveram de passar um tempo no exterior, em países onde esse esporte é mais difundido. Programas de auxílio a atletas (que sem sombra de dúvidas vão acabar após os Jogos Rio 2016) provavelmente deram algum apoio para essas jornadas, mas não posso dizer nada com certeza quanto a isso. Caso minha dedução esteja errada, a situação torna-se ainda mais heroica, uma vez que o dinheiro teria de ter saído do próprio bolso dos envolvidos - não acho que a Confederação Brasileira de Hóquei seja lá muito rica. 
E por pouco o Hóquei não ficou como o único esporte sem Brasil no Rio. A federação internacional do esporte decidiu não entregar a vaga de graça para nossas seleções, devido às condições precárias do esporte por aqui. A vaga deveria ser conquistada nos Jogos Pan-Americanos, terminar em pelo menos 6º, de 8 equipes. Mesmo nessa circunstância, a situação do esporte provavelmente não mudou muito, e o Hóquei Feminino é a prova definitiva disso, já que as meninas sequer foram para Toronto disputar o Pan porque todos os esforços foram feitos apenas para assegurar a classificação dos homens para a competição. Você pode começar a se aprofundar sobre as mazelas que reinam no hóquei feminino - todas praticadas por homens - nesta matéria: matéria. Justamente por isso acho que a instituição fez mais que certo em não facilitar. Se correndo risco o esporte continua do mesmo jeito, imagina se já estivéssemos classificados desde o começo? Ia ser chamar todo mundo na véspera e ainda fazer comprar uniforme? Isso se primeiro não tivessem que sortear rua quem seria "todo mundo". Todas essas circunstâncias, pelo menos ao meu ver, tornaram a competição do Hóquei a mais importante desse Pan para o Brasil.
E não vou mentir, tive meus motivos para passar a me interessar pelo Hóquei de Campo (outro nome do esporte). Buscando conhecer novas modalidades durante a fase de sorteio de ingressos para os Jogos Olímpicos Rio 2016, essa foi uma das que mais me encantou. Acabei me tornando uma pessoa de grande sorte no sorteio, e desde então esse jogo me encanta mais e mais, apesar de, confesso, nunca tê-lo praticado. 

E para quem não conhecia o esporte e se interessou por ele, o Comitê Rio 2016, durante um de seus eventos, lançou esse vídeo, que instrui sobre o como passar o jogo para as pessoas, com enfoque no lugar onde geralmente elas têm, ou deveriam ter, o primeiro contato com o esporte; a escola: 


A gente nota toda a precaridade abordada nessa postagem, quando vê que um próprio membro da confederação nacional manda você improvisar tudo para poder jogar.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

XVII Pan American Games - Toronto 2015 - reportagem 03 - Machismo na Internet



Pra quem acompanhou um mínimo que fosse das notícias relacionadas ao Pan de Toronto, ou talvez até mesmo esses noticiários de (sub)celebridades, com certeza já identificou pelo vídeo acima sobre o que vou falar. A saltadora Ingrid Oliveira, da equipe brasileira de saltos ornamentais que disputa o continental no Canadá. Antes mesmo do início da competição, Ingrid recebeu vários tipos de assédio por ter postado em suas redes sociais esta foto:


Uma foto publicada por Ingrid Oliveira (@ingrid_oliveira96) em


Longe de mim achar que o problema com a internet tenha sido o culpado por sua performance, tampouco acho que Ingrid foi mal em suas provas, totalmente pelo contrário, por ser uma atleta nova, disputando com grandes estrelas dos saltos, vindas de países com tradição nesse esporte, errado já seria eu chegar esperando que a moça iria voltar para o Brasil com uma medalha ouro no pescoço. Tanto ela como Giovana Gomes, sua parceira, estão se saindo muito bem na competição, muito bem mesmo, e não é um salto isolado que mudaria isso (tanto que no dia desse salto de pontuação zerada, ela conseguiu nos próximos saltos a recuperação para disputar as finais do dia seguinte). 
"Mas por que você está falando desse salto, se afinal, ele não fez diferença nenhuma na atuação da atleta?" - Simples, a repercussão dele ilustra bem sobre o assunto que quero abordar: Machismo e assédio na internet. 

Ela não é a primeira, nem será a última a sofrer desse tipo de abordagem. A internet é cheia de usuários que "se especializam" apenas nisso, em fazer comentários maldosos para as pessoas. Esses geralmente nem mostram a cara, se escondem atrás de perfis fakes para poderem continuar praticando tais coisas. Outras comentam meio que sem a maldade especificamente dita, mas comenta como se fosse algo normal, se esquecem, ou não pensam, que nem tudo que é comum, necessariamente tem de ser normal. Outros totalmente sem noção, num caso como esse, acham que estão elogiando a pessoa do outro lado. De fato que nem todo mundo está preparado para esse tipo de abordagem, e se engana quem acha que é por causa de que está na internet que isso não abala. Abala sim, e abala muito! É outra pessoa falando de você afinal, independente de que você a veja ou não. Se torna aquele conflito do real e do virtual, do público e do privado, e de todos esses problemas que a internet e as redes sociais nos trouxeram, que se abrem em um leque de discussões, que acho que não vem ao caso serem tratadas de forma específica aqui e agora. Esse tal excesso de liberdade que a internet nos oferece, que acaba sendo tratado como libertinagem pra muita gente, que pelo jeito se esquece de que libertinagem nenhuma é boa, seja pra quem for. Exemplo disso está aí, que recentemente várias manifestações de racismo andaram surgindo para com personalidades da mídia nas redes sociais. E pra quem diz que no Brasil não existe racismo nem machismo, apenas pensem: Se isso acontece com jornalistas da Globo e atletas federadas, o quanto não deve acontecer com pessoas anônimas também?

E em se tratando desse episódio em especial, vale falar que sempre achei portais esportivos da internet muito machistas. Às vezes pareço implicar mais com um deles em especial, mas todos tem a mesma mania de pegar aquela atleta, ou aquela namorada de jogador, e fazer uma galeria de fotos "toda especial" com as moças de biquini ou aquele vestido justíssimo, como se mulheres, dentro do esporte, fossem apenas deleite para os olhos, não atletas assim como os homens também são. Acho que se quisermos mudar de vez essa mentalidade, talvez seja de cima para baixo que isso deva começar.

E por fim, no que isso tudo resultou? EM UMA MEDALHA DE PRATA NO SALTO DE DUPLAS SINCRONIZADO:


Parabéns às meninas do Brasil!!!

sábado, 11 de julho de 2015

XVII Pan American Games - Toronto 2015 - reportagem 02 - Cerimônia de Abertura

E tivemos na noite desta sexta-feira a Cerimônia de Abertura dos Jogos Pan-Americanos de Toronto:


Gostaria muito de postar a festa na íntegra, mas, como já disse em postagens anteriores, a detentora oficial dos direitos do evento no Brasil acabou por resolver cobrar pelas íntegras de tudo relacionado ao Pan (caso tenha acesso e queira ver a abertura, clique aqui e aqui), e eu não confio muito em "vídeos clandestinos" que surgem no YouTube e outros sites parecidos, já que nada garante que eles estarão lá - e aqui, evidentemente, se eu postar - por muito tempo (o que não impede de de usá-los de vez em quando nesse blog). Se você me lê de fora do Brasil, pode procurar o vídeo pelo seu provedor local, caso contrário, acho que esse resumo já te quebra um galho, e saindo daqui você ainda pode fazer sua própria pesquisa na internet para encontrar outros vídeos. 

A grosso modo, não pretendo sair descendo o lenho na apresentação. Eu, particularmente não gostei muito, achei que usou de metáforas muito complicadas de se entender sozinho, tanto que se não tivesse um narrador explicando o que estava acontecendo, eu teria ficado completamente perdido. Não sou especialista em História do Canadá. Na verdade acho que não sou nem "curioso" (aquele que sabe o básico, só por curiosidade mesmo) da História do Canadá. Acho que isso é um erro meu, pretendo corrigir, mas não é de mim e de meus conhecimentos "profissionais" que estamos falando. Voltando, não sou especialista em História do Canadá, então acho que essa questão histórica acabou faltando. Geralmente essas cerimônias são repletas da parte histórica, que segue até chegar aos dias atuais, mas no fim achei que em vários momentos ficou parecendo muito um negócio como "venha para o Canadá que aqui é o país das oportunidades" (pelo menos eles convidam, não expulsam igual seus vizinhos), num caráter bastante propagandístico. Mas tiveram coisas a se elogiar também. Gostei muito da dinâmica dos guardiões proposta na apresentação, e pelo pouco espaço disponível para realizar as dinâmicas, o que ficou evidente na transmissão (o Rogers Center é um estádio de Beisebol, até seu formato é diferente do habitual de estádios olímpicos, onde quase sempre acontecem esses shows), os inúmeros dançarinos souberam muito bem fazer a utilização. 
A dinâmica de circo, grande propaganda do evento, já que ele foi todo organizado pelo conhecidíssimo Cirque du Soleil, com figurinos relativamente simples, expressões bem marcadas e vários vais e voltas com várias acrobacias me agradou bastante também. Até o fato de eu não ser especialista nesse formato de espetáculo, acho que me impede de poder criticar, como já disse lá em cima (e quem sou eu pra qualquer coisa do Cirque de Soleil nesse ramo?), então, na minha visão de leigo, me é o que a festa toda pareceu. Quem já assistiu Birdman que faça a associação do porquê eu estar tomando essa postura de não querer sair falando muita coisa.
E a pira pan-americana é linda, baixa, colorida e ao ar livre, vale destacar isso também.

E só pra não deixar minha última postagem sem uma conclusão definitiva, a íntegra foi exibida só pela Record News mesmo, o que pra mim foi um total desrespeito ao telespectador que gosta de esporte. O compacto de menos de uma hora exibido a partir da meia noite e vinte, começou até que bem, e no seu decorrer foi desastroso, todo o contexto da apresentação foi perdido nesse projeto de resumo. Dou uma colher de chá devido ao tempo para fazer a edição de vídeo e áudio, menos de uma hora, ainda por mais levando em conta que a narração estava sendo ao vivo por Lucas Pereira (não ao vivo no compacto, ao vivo no ao vivo mesmo), como revelou-se pelos erros técnicos no começo da transmissão da Record News. E o Portal R7, por fim, fez a transmissão ao vivo via internet com as imagens da Record News.
Mas o que estava fazendo a Record entre nove horas e meia noite de sexta-feira? Relacionado ao Pan, apenas isso: 

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terça-feira, 7 de julho de 2015

XVII Pan American Games - Toronto 2015 - reportagem 01 - Cobertura do Grupo Record

Record, Emissora Oficial dos Jogos Pan-Americanos de Toronto
Como essa semana já é a semana de abertura dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, mais precisamente começando hoje, com o início da fase de grupos do polo aquático, então só agora deu pra começar a ter as primeiras impressões sobre a cobertura do evento na Televisão Aberta Brasileira. Mesmo com o Brasil jogando, esse primeiro dia não teve transmissão por canal nenhum, aberto ou fechado.       

Imagino que não será muito diferente nessas quarta e quinta feiras, em que ocorrem apenas disputas de esportes aquáticos em que o Brasil não tem lá tanta tradição. A programação da Record News, canal onde mais valerá a pena assistir a competição, dá como primeira transmissão os saltos ornamentais, na sexta-feira de manhã. Mas desde ontem (segunda-feira), já está com um informativo dos Jogos, o O Melhor do Pan, exibido algumas vezes ao dia, e seu cenário padrão está verde e cheio de bonequinhos praticando os esportes pan-americanos (só não estão na identidade visual oficial, mas não precisa disso tudo também), ou seja, desde o Hora News até o JR News, o telespectador estará sob o clima do evento! A Record, ah, a Record... Não vai se dar sequer ao trabalho de transmitir a Cerimônia de Abertura na sexta! Exclusividade, assim como a Cerimônia de Sochi 2014, será da Record News em TV aberta. Você não tem TV por assinatura ou parabólica, e sua cidade não tem Record News por ser um canal de baixo alcance? Sinto muito, vai ter que se contentar com uma reprise, com toda certeza editada, na madrugada de sexta para sábado.
Record News, Emissora Oficial dos Jogos Pan-Americanos de Toronto
"Televisionalmente" falando, entendo essa posição da Record. Com o evento acontecendo nove horas da noite, sua maior audiência - em vários anos -, Os Dez Mandamentos, acabaria por ser comprometida. Ninguém espera que a Record transmita esporte, isso é fato. Novelas ainda são a grande paixão do Brasileiro, e não obrigatoriamente o público de novelas gosta de esporte (o público de novelas ainda é em maioria feminino, o de esportes, masculino. Pode-se analisar que audiência da TV aberta sempre foi, e ainda é, pelo menos aos olhos dos encarregados de organizar a programação dos canais, ditada por mulheres. Isso vem de uma tradição de esposas donas de casa no Brasil, que apenas na metade do trajeto da televisão no país começaram a trabalhar fora, desligando assim os aparelhos. Mas enquanto isso, muitas continuavam - e ainda continuam, pelo mais diversos motivos - donas de casa, consumindo o que a telinha oferece. Hoje, o serviço oferecido é basicamente novelas, e no fim desse mês essa cota só vai aumentar. Quanto ao público do esporte, que anda ficando órfão dessa atração nesse meio, diante da popularização da TV por assinatura, que ficou mais barata, junto com a renda do Brasileiro que aumentou, acaba por usar desse serviço, abandonando canais como principalmente a Record), então, para evitar fuga de público e os anunciantes, é preferível exibir a novela, que na quinta um dia antes, entra em nova fase, as crianças crescem e novos personagens aparecem, ao invés da Festa. Mas um evento tão grande e caro, e dadas as circunstâncias de alcance da "prima pobre", para concorrer com a TV fechada, o mínimo que deveriam fazer era exibir a Cerimônia. Não acho que o público fugiria, tem música, tem dança, tem cor, tem escultura, tem o próprio esporte, no meu ver, é um chamatriz para qualquer público. Fosse um jogo de vôlei ou uma bateria de natação, vá lá, mas a Cerimônia de Abertura? 
O Portal R7 atualizou seu site Pan-Americano, agora temos medalhas, agenda, programação da TV (que dá a Cerimônia de Abertura como sexta-feira 21 horas, mas, até o fim desse post, não especifica que sua emissora principal não a transmitirá ao vivo), e um monte de outras coisas, mas nem sinal de transmissão ao vivo. Em nota oficial, fica confuso de se entender se o site transmitirá ou não o evento via internet. 
E no final, quanto mais procuro coisas sobre esse Pan, mais saudades sinto dos Jogos de Guadalajara.
Pra encerrar, pra ilustrar isso tudo que disse, deixo a chamada da Cerimônia de Abertura, da qual o Portal R7 deixou apenas a da Record (o vídeo foi colocado a posteriori da publicação desta postagem, até o fim desta edição, noite de terça, era o que tinha disponibilizado), que realmente não indica nada de que seja ao vivo ou gravado, inteiro ou editado, apenas de que é  "exclusivo"; e a programação de sexta-feira, 10 de julho de 2015, dia do início oficial da competição, dos dois canais (abaixo), através de prints retirados por volta das duas horas da tarde de terça, 07 de julho. Podem ver que a Record News oferece uma cobertura infinitamente melhor que a Record Record. E ainda assim, quem levará o nome no final será a irmã rica da Barra Funda.


Programação da Record News para 10/07/2015
Programação nacional da Record para 10/07/2015


sábado, 4 de julho de 2015

"R7 Play" e a questão da gratuidade da Internet


Conseguiram assistir o vídeo acima? Não (se sim, cala a boca, assiste a novela e deixa o outro coleguinha responder)? Tem um porquê disso:








Logo, deu-se a entender oque o primeiro vídeo se trata de um vídeo, mesmo sendo do YouTube, pago. E a menos que você pague pelo serviço on demand que administra esses vídeos, no caso o tal do R7 Play, você não pode ter acesso ao que, pelo menos em teoria, deveria ser de graça (vou  chegar nessa questão). É uma ação comercial muito parecida com a realizada pela Globo já desde muito tempo atrás, de disponibilizar a íntegra de seus programas apenas para assinantes do seu provedor de internet. O serviço foi evoluindo com o passar dos anos, a ideia de provedor foi ficando ultrapassada, e hoje a TV Globo disponibiliza suas produções para assinantes que paguem apenas pelas íntegras,  a chamada globo.tv+, que inclusive,  até o fim da redação dessa postagem, apresentava dois planos diferentes de assinatura, um para todo tipo de programa, e outro apenas para novelas, mais barato. A grande "novidade" da Record talvez seja misturar a idéia da Globo com a prática do SBT de disponibilizar todos os seus programas via YouTube, criando inclusive canais próprios para grande parte dos programas, na tentativa de facilitar nossa vida, internautas (e ainda tem os exatos mesmos vídeos, em outro formato, no seu site oficial). Além do mais, ainda tem que YouTube é YouTube, é universal, todo mundo usa, com certeza é bem mais prático e vendável do que seria se usassem aquele player horroroso do R7, que nem pra controlar resolução dá (exemplo dele está aí em cima). Logo, pode-se dizer que a Record está fazendo o que a Globo faz, na plataforma que o SBT usa, só que restringindo público e repartindo lucros (uma ideia genial, não me estranha de onde venha).
Mas uma coisa é de se elogiar, o momento que escolheram para lançar o R7 Play: durante o "boom" de Os Dez Mandamentos, sob o ódio de telespectadores que não tinham como (re)ver a novela pela internet (o máximo possível era ver os "melhores momentos" de cada capítulo, selecionados de uma forma muito estranha. Exemplo disso aqui), e às vésperas dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Não havia outro momento para fazê-lo senão esse! Prefiro não entrar na questão do conteúdo oferecido, sobre até onde vale ou não a pena pagar, porquê acho que isso vai ser questão do gosto pessoal de cada um, então me abstenho. 
E lembrando que citei apenas as maiores emissoras para comparações, existem outras que também disponibilizam seus conteúdos na íntegra pelo YouTube ou outros sites gerais de vídeos, outras que usam plataformas próprias, outras que só disponibilizam excertos, isso vai de cada uma, mas no caso desta postagem, preferi focar meus exemplos nas mídias que com certeza todos conhecem, até porque seria impossível citar todos os exemplos do Brasil aqui.

Mas a grande questão não é essa. Acho que uma empresa não só pode como deve ter a autonomia de escolher a maneira de divulgar e disponibilizar seu produto, mas fico meio com um pé atrás quando o assunto é uma rede de televisão aberta, como é o caso da Record, ou até mesmo da Globo, que faz a mesma coisa. TVs fechadas que querem fazer isso, como HBO, FOX, GloboSat, etc.,que já o fazem, estão mais do que certas em cobrar, mas no caso de veículos que deveriam ser abertos para o público? Nem entrando na questão de "concessão pública" dessas mídias, porque sabemos que isso, na prática, não significa nada, a concessão é pública, mas as empresas são privadas, é um negócio que eu próprio admito não entender muito, tampouco saberia explicar. Acho que deveria existir alguma lei para o caso desse tipo de mídia deixar seu conteúdo com acesso livre ao público em geral, gerando não só o entretenimento ou a informação que seriam próprios dos programas, mas também abrindo mais oportunidades até de pesquisa para com tais conteúdos, tendo em vista que televisão pode servir como uma fonte histórica, sociológica, filosófica e artística riquíssima de ser estudada, mas muitas vezes seu acesso se torna muito dificultado por parte de seus "proprietários". 
Agora imaginem, o que em tese deveria ser público, sendo "público" uma definição muito contestável, passa a partir diretamente para o privado, sem contestação nenhuma desse segundo termo. Com certeza isso é algo que vem de fora, mas e se criar um "Netflix próprio" se tornar moda entre todas essas mídias? Tudo bem que ainda temos excertos gratuitos por parte desses veículos, mas atentem-se bem à esse "ainda" que utilizei na frase. Eu mesmo nem sabia que o YouTube tinha vídeos pagos. E que basicamente qualquer um pode ter um canal pago! Hoje ainda ninguém sabe dessas coisas, mas talvez daqui 10 anos ninguém mais se lembre de que já existiram vídeos que eram de graça! Em um mundo onde tudo é tão facilmente monetizado, espero que isso seja só mais uma paranoia ou reflexão/ideia maluca minha, mas infelizmente, dessa vez acho que não é. 

sexta-feira, 3 de julho de 2015

XVII Pan American Games - Toronto 2015


Faltando uma semana para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Pan Americanos de 2015, que esse ano serão realizados na cidade de Toronto, no Canadá, um evento que particularmente, desde 2007 (quando de fato passei a conhecer a competição), tenho muito carinho. Talvez por isso, repetindo o que aconteceu na última edição e com uso de conteúdo de forma indevida, resolvi vir falar alguma alguma coisinha sobre o evento. 
Gosto desses eventos multiesportivos por nos darem a chance de assistir a esportes menos conhecidos do grande público, e o fato de envolver apenas países das Américas nos facilitam uma identificação maior, além de nos dar mais chances de medalhas, claro. Não achando que o Brasil esteja podendo competir lado a lado com Estados Unidos ou Cuba, mas bater de frente com os donos da casa, isso eu acredito. Estamos com uma geração boa de atletas, e as vésperas dos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul aqui em terras tupiniquins, se esses não forem motivos para se empolgar com a competição, não vejo razões de esperança para as próximas edições. Inclusive vou admitir uma coisa, no futebol detesto torcer para o Brasil, sempre prefiro nossos vizinhos que falam espanhol, mas no caso desse tipo de evento, posso dizer que minha torcida volta pra casa, na esperança de ver um Brasil potência em coisas novas, para que mais crianças tenham a oportunidade de se descobrir no esporte, para que o esporte transforme, de verdade, uma sociedade. Parece muita inocência, e talvez realmente seja, mas prefiro esperar o Mundo nessa ingenuidade do que desacreditar no poder que um campo, uma bola, uma quadra ou qualquer outro equipamento, pode ter.
Voltando para o Brasil de verdade: 



Destaquei o vídeo acima, como não é segredo pra ninguém, priorizo TV aberta sempre que ela puder ser priorizada. Assim como em 2011, a Rede Record detém os direitos totais dos jogos, e irá novamente fará a transmissão através da TV Record, Record News e Portal R7 (esse último, internet). Ainda esses dias atrás foi lançado o serviço on demand da Record, o R7 Play, onde você faz uma assinatura para poder usufruir de conteúdo na íntegra, só não sei se esse recurso vai ser explorado para o Pan. Eticamente falando, não deveria, negocialmente falando, seria a oportunidade perfeita de chantagear, digo conseguir novos sócios. Mas não vou entrar nessa questão de vídeos pagos e gratuitos, não agora, pelo menos. Agora só quero falar a verdade: estou sinceramente desanimado com a emissora dos bispos esse ano. Por ser "A" emissora oficial, deveria-se falar mais coisas sobre, intensificar divulgação, criar expectativas para o evento, pra resumir, deveria colocar o Brasil no clima do Pan, mas não vejo nada disso. Talvez porquê esteja assistindo menos o canal, mas me lembro de 2011, quando ainda enchiam o peito pra falar "a emissora oficial do Esporte Olímpico no Brasil", que você ficava ansioso para que começasse logo esse evento. Esse ano, nem a ostentação de "emissora oficial" ando vendo. Nem de esportes ouço falar. Entrar no hotsite dos Jogos no R7 nada mais é acessar acessar vários álbuns de mulher de biquini, esporte mesmo, que deveria ser o foco, nem sinal. Tudo bem, entendo a situação financeira e a crise de audiência que a emissora passa, sei também que não existe mais motivo para tanto orgulho e propaganda, o maior feito de sua história, uma Olimpíada exclusiva, já passou, ano que vem ela será transmitida por  pelo menos três canais diferentes, e a Record sabe que tende a ficar pra escanteio, devido à sua falta de tradição esportiva. Enfim, não há muitas razões, não vamos ser hipócritas, sabemos o quanto os Jogos Pan-Americanos são uma competição tratada como secundária pela grande mídia, mas ainda assim, algo que era espetacular quatro anos atrás, quatro anos depois vira só um "tapa buraco"? Nessa lógica, o que esperar de Lima 2019? Mais respeito Record, por favor, o torneio merece. 
Mas também temos novidades esse ano quanto à transmissão. A exclusividade da Record não é total, cotas de TV fechada foram revendidas ao SporTV pelo canal da Barra Funda (crise). Sobre isso não posso afirmar, mas tenho quase certeza que os direitos foram repassados apenas para exibição em televisão, logo acho que SporTV Play vai ter que achar uma programação alternativa para durante os jogos. 
E, não pretendendo cometer o mesmo erro da edição passada, sobre transmissão online, fiquem atentos ao Portal Terra. Os jogos do México eles exibiram, tudo me faz crer que esses eles exibirão também. Sei que pelo menos programas e boletins ao vivo sobre as competições teremos no site.

E pra encerrar, gostaria de deixar para vocês a íntegra da cerimônia de abertura dos Jogos Pan Americanos de Guadalajara 2011, com as imagens da Record News - que também transmitem os jogos desse ano, apenas relembrando -, só para já ficar aquele gostinho de festa durante a semana (essas cerimônias - a de abertura em especial - são a melhor parte desses eventos afinal, não?):


Pan de Toronto, a partir de terça feira, com o polo aquático, e no decorrer de todo mês com todo tipo de esporte (calendários dos Jogos aqui), pra quem gosta de competições pluri-esportivas, assim como eu gosto, acho que não têm melhor preparativo para as Olimpíadas do Rio, a "cereja do bolo" pro/no nosso continente ano que vem, do que esses jogos. Aproveitem, assistam, torçam, que com certeza não faz mal pra ninguém. 


Mais informações podem ser encontradas no site oficial do evento: www.toronto2015.org.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Nova fase. Sem promessas, sem ilusões, (mais uma) uma nova fase. Apenas.

Poderia ser mais uma vez o mesmo papo, de renovação, de mais frequência, de novos temas, nova identidade visual, a tal "grande novidade" de todas as vezes que venho falar de renovação, mas não, não vai ser, não dessa vez. 
Isso não quer dizer que não vão acontecer, vão, pelo menos assim espero que vão, talvez até já devessem ter acontecido, mas nem sempre as coisas são ágeis, ou nem tudo atende os esperados, mas as torço para que as coisas mudem sim. Ainda pretendo tornar esse blog algo sério, grande, algo que dê de volta a vocês aquela vontade de me acompanhar, mas ando precisando de tempo, ou de incentivo, ou das duas coisas. 
Voltei nessa primeira postagem de 2015 (nos últimos minutos do primeiro dia de julho, passada mais de metade do ano, registro para vocês terem uma idéia do meu relaxo) porque queria deixar algumas coisas meio claras, sobre motivos e até já adiantando idéias que andei elaborando para essa mídia aqui. Se você me acompanha pelas outras, sabe inclusive que "ressuscitei" meu Twitter, usem isso como um motivo de esperança. Se você me acompanha pelo mesmo Twitter, já imagina também para que lado pretendo pender esse blog. 
Até pensei em rumos alternativos, tipo excluir ele inteiro, mas não deu coragem. Poderia talvez voltar corrigindo coisa antiga, ou apagando posts "inúteis" ou "ridículos", mas de todas a mais genial nessa área seria tirar print das postagens que divergiram muito do meu ponto de vista atual e que estão muito cheias de erros de português (não parece, mas isso aqui é antigo) e fazer uma postagem só com imagens dela, para que sirvam de "arquivo", mas não. Voltando, vi que tudo tem valor  emocional pra mim, e que tem coisas que simplesmente não poderiam sumir. Mas pera, o que é isso? Vergonha de quem você foi? - são essas as perguntas que vocês deveriam estar se fazendo -. Então, talvez. 
Não cobro que vocês saibam, mas estou no meu quarto ano de faculdade, saí de casa, larguei Itápolis, vim pra uma cidade maior, Assis (interior de SP também), uma universidade pública... A grosso modo, tive contato com outro mundo, é normal que minhas idéias e minha narrativa mude. Mas não seria motivo pra eliminar ideias antigas (essas também serão afinal), então tudo fica! E vocês que acompanhem a "evolução" do meu pensamento. 
E afinal, por ser último ano de faculdade, fica fácil entender o porquê de não ter tempo de escrever aqui, né? Mas vou tentar fazer um esforço, podem deixar! E sobre novos rumos, não quero padronizar assuntos, mas não vou mentir, é o que amo, é o que acho que entendo, esporte, televisão, e esporte na televisão, é isso que vocês mais vão ver aqui (como já viam). Outros assuntos, também, mas com menos intensidade. 

O que precisava dizer, afinal, era isso. Me desculpo por qualquer transtorno, passado ou futuro, não criem expectativas, mas tenham esperança, e não deixem de me acompanhar, garanto que não é tempo perdido. 
Não vou me despedir porque isso não é e-mail.