sexta-feira, 26 de maio de 2017

NBB Caixa... Na Web!


imagem: LNB


Chegamos ao final de mais uma temporada do Novo Basquete Brasil, popular "NBB" (por questões de naming rights, "NBB Caixa", nomenclatura que vou usar por ser o correto a se fazer). A série melhor de cinco para definir o campeão da temporada entre Paulistano e Bauru começa no próximo sábado, 27 de maio - também conhecido como amanhã. Mas antes do campeonato acabar, gostaria de destacar o pioneirismo da liga na hora de fazer suas transmissões. Quase 40 jogos da temporada tiveram transmissão exclusiva via Facebook, ao vivo, de graça, com o comando do próprio NBB, na página oficial da competição. Modelo, inclusive, responsável por garantir que todas as partidas dos playoffs (a fase de "mata-mata") tivessem exibição por pelo menos um meio de comunicação (SporTV e Band compõe os outros meios de transmissão).
Já falei aqui, como vocês devem se lembrar, do Atletiba na internet (pelo sim pelo não, leia aqui), fato que tratei como uma revolução na emissão do futebol no Brasil. Mas o que pro futebol ainda se engatinha, no basquete é uma realidade consolidada desde 2014. E a prática, que eu conheci ano passado através do YouTube, ganhou ainda mais força com a migração para o Facebook (inaugurou com as as finais da Liga Ouro de 2016). Vou deixar anexada abaixo uma animaçãozinha com alguns números, e vocês vão ver que é inegável o sucesso da iniciativa. 
Criada e por muito tempo mantida pela Globo, a Liga aprendeu muito bem a caminhar com a próprias pernas, não se curvou às megalomanias de exclusividade dos Marinhos e com isso conseguiu fortalecer absurdamente sua marca - além de ainda manter o Grupo Globo como parceiro, o que é sempre uma grande vantagem -, que tem tudo para continuar crescendo nos próximos anos (mesmo com sua federação indo pro buraco, o que pode prejudicar os clubes, mas não a Liga, que é ao contrário do que acontece no futebol, é independente). 
E lembrando que, já que esse foi o assunto daqui, as decisões do NBB Caixa 2016/2017 não terão transmissão via NBB na Web, a última exibição por redes sociais se deu ainda na fase de quartas de final. Os últimos jogos do campeonato só poderão ser vistos pela televisão (e seus respectivos serviços de streaming, em ao menos um dos casos).


quinta-feira, 25 de maio de 2017

Somos sim, campeões mundiais de 1951




O Palmeiras, pra quem não sabe, essa semana resolveu fazer cumprir o estatuto do clube (ou ao menos parte dele) e colocou no peito sua estrela de campeão mundial. Uma estrela vermelha, fazendo alusão à bandeira italiana (vermelho, com o verde e o branco que já estão no uniforme = as três cores da Itália; não tem nada a ver com PT, apesar do momento favorecer essa associação), muito semelhante às estrelas que outros times, tão campeões do mundo quanto - ou seja, sem reconhecimento da FIFA -, também usam. Sem polêmica nenhuma quanto a isso. 
Essa é uma postagem rápida, não vim pra argumentar nada (até porque não ia adiantar nada), só quero mesmo tornar pública minha posição. E não digo isso como torcedor não, digo isso como Historiador, como um analista racional dos fatos. Se fosse pra vir com clubismo, já diria logo de cara que não acredito em dois Mundiais com uma Libertadores, mas sim, eu acredito. Devo ser o único palmeirense, mas beleza. E assim como isso é possível, dentro daquela realidade da FIFA "montando seu intercontinental", no contexto de 1951 é totalmente aceitável uma disputa da alcunha de melhor do planeta num torneio aos moldes da Copa Rio. Ou vocês acham que dá pra exigir título continental, ou qualquer coisa do tipo, num tempo que essas coisas nem existiam? O Palmeiras é campeão do mundo, independente de qualquer chancela de federação internacional ou crédito de torcedores adversários. E até mesmo dos nossos. O sentimento era aquele, e mesmo que o conceito de "campeonato mundial" tenha mudado no decorrer do século, nada tira nosso mérito. Por quantas temporadas a estrela ainda vai continuar física na camisa, eu não sei, mas independe, mesmo sem sua representação, todos nós sabemos que de um jeito ou de outro, ela nunca deixou de estar lá. 

Abaixo, imagens do primeiro jogo do Verdão com a estrela de campeão mundial na camisa, vitória de 3 a 1 sobre o Atlético Tucumán (ARG) no Allianz Parque, que valeu a primeira colocação do grupo e a vaga pras oitavas de final da Conmebol Libertadores Bridgestone de 2017:

domingo, 21 de maio de 2017

Ninguém está querendo pagar pelo Campeonato Brasileiro?



Assistam o vídeo acima. Se não quiser, nem precisa ver tudo, apenas repare nas placas de publicidade, aquelas que circulam o campo. Algo de "anormal" com elas? Pois bem:

atrás do gol da esquerda: reservado ao patrocinador do clube* - Gol (companhia aérea) - Cartola FC (joguinho do globoesporte.com) - Neo Química (laboratório farmacêutico) - Vivo (serviços de telefonia) - "Os Dias Eram Assim" (supersérie da Globo) - "Somos Iguais" (institucional da CBF) 

centro: Globo Play (serviço de streaming da Globo) - Globo Play (serviço de streaming da Globo) - Globo Play (serviço de streaming da Globo) - Vivo (serviços de telefonia) - BRASILEIRÃO 2017 - "A Força do Querer" (telenovela da Globo) - Elo (operador de cartões de débito e crédito) - Proibida (cervejaria) 

atrás do gol da direita: CBF Academy (institucional da CBF) - globoesporte.com (site de esportes da Globo) - Neo Química (laboratório farmacêutico) - Vivo (serviços de telefonia) - "Aqui é Emoção" (institucional da Globo) - Gol (companhia aérea) - reservado ao patrocinador do clube*


Das 21 (ou 22*) placas no estádio, 8 estão ocupadas por produtos diretamente vinculados à TV Globo, transmissora do evento. Não é uma coisa nova, desde o ano passado eu já notava esse fenômeno (tweet abaixo), mas a cada ano que passa parece que ele se agrava mais. E se você continuar analisando, das 13 (ou 14*) restantes, uma é o nome do torneio - que não possui mais naming rights -, duas são institucionais da federação que o organiza e outras quatro são propagandas "repetidas". Mas e então, por que parece que ninguém quer anunciar no campeonato nacional? 
Essa talvez não seja uma pergunta difícil de responder. Li na página de um dos blogueiros do UOL essa semana uma análise do tema - leia-a neste link -, onde se esclarecia da comercialização destes espaços, e aparentemente (como já era de se imaginar), uma única empresa só está dominando a maior parte das placas porque não dá conta de conseguir vendê-las. Situação que parece não se repetir na Série B, nem tampouco com a Série C (a D ainda não começou, logo, eu não tive como conferir)! Como acontece então na A, que tem uma visibilidade infinitamente maior? Simples; já adianto que eu não tenho como ter acesso a valores, mas mesmo assim posso afirmar que com certeza pedem um preço altíssimo pelas estáticas telas retangulares. Muito mais do que o próprio campeonato vale. Crise, futebol fraco, estádios vazios, pouca perspectiva de internacionalização e uma instituição constantemente associada a casos corrupção. Pode-se dizer que o anunciante "apenas" paga pelos 90 minutos de exposição na maior rede de TV do país (e no maior canal de esportes da TV paga). O que, vale deixar registrado, não é pouca coisa, afinal, ter a marca estampada na Globo é sempre garantia de retorno, mas temo que isso ainda não é o suficiente. Por mais que televisão seja um atrativo, uma liga forte, uma liga séria, ainda seria o caminho ideal para reverter esse cenário de desinteresse. Algo que, diga-se de passagem, ainda parece bem longe da nossa realidade. Claro, as placas não são motivo de alarde, elas provavelmente são a menor das fontes de renda do Brasileirão, mas servem pra gente pensar, a que nível está o nosso futebol?
E se for só pra fazer uma última observação, você ainda vê que pro ridículo não existe limite quando três placas em sequência são usadas pra fazer uma única propaganda, enquanto que em lugar nenhum se vê uma divulgação sequer do Premiere, o serviço de pay-per-view do campeonato que, ao menos em tese, deveria ser de interesse direto de todos os envolvidos (inclusive da empresa que anuncia nas três placas). 


*parece que pode estar tanto de um lado como do outro, mas não consegui entender se também pode estar dos dois. Alguma regra deve ter, só que eu não sei muito bem qual que é não.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Era Uma Vez Uma História, o programa de HISTÓRIA da Band


imagem: Band.com.br

Talvez dê pra dizer que a História está em alta nas grandes emissoras de TV aberta do Brasil. Novo Mundo e Os Dias Eram Assim, duas produções de época exibidas simultaneamente encabeçam, na Globo, essa tendência - que com certeza é temporária -, enquanto o SBT, em parceria com o canal pago Comedy Central, exibe "A História Bêbada", quadro semanal dentro do talk show de Danilo Gentili que coloca humoristas para narrar fatos históricos sob o efeito de álcool (não sei nem se dá pra considerar isso como História, mas já que tá aí). Mas não nenhum desses aí se compara ao programa que quero destacar. Era Uma Vez Uma História, da TV Bandeirantes, é hoje com toda a certeza o melhor programa do gênero que você vai assistir. Nele, a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, professora da Universidade de São Paulo (USP), apresenta, na companhia de Dan Stulbach, a história do Império do Brasil, começando lá em 1808, com a família real desembarcando em terras tupiniquins, até o golpe (ê palavrinha) de 1889, que deu origem à nossa República, sistema perdurante até hoje. 
Em quatro episódios, a Band oferece um grande documentário, que trata de um período muito conturbado e pouco estudado da História do país, de uma forma leve, descontraída, até muito divertida, diria eu, intercalado com rápidas piadas e animações que muito lembram as do finado CQC - apresentado pelo mesmo Dan Stulbach em sua última temporada. Com cara de superprodução, ainda mais levando em conta a crise financeira que está aos poucos acabando com o canal, Era Uma Vez usa como locações os cenários reais dos acontecimentos, no Brasil e em Portugal, misturados com ótimos figurinos e igualmente bons atores, mostrando que sim, dá pra fazer documentário em TV aberta, dá pra contar histórias, sendo pedagógico, sem ser "chato" - e principalmente não menosprezando a inteligência de quem assiste (aí ó, SIMBA, o exemplo). Não sei se dá pra dizer que a emissora do Morumbi chegou "quebrando barreiras" na televisão com essa série, mas se tratando de Band, de todo modo estou surpreso. Como telespectador, fico na expectativa de uma segunda temporada; já como historiador, ah, vocês não tem noção do quanto fiquei contente. 
Disponibilizo na sequência toda a série na íntegra, divulgada nos canais oficiais do próprio Grupo Bandeirantes. Como cada capítulo foi dividido em duas partes, e a fim de não deixar a publicação muito longa, incorporo no blog a parte 1 de cada programa, com o link da parte 2 logo abaixo de cada um dos vídeos. Tenham bom proveito: 

A estreia narra a chegada da família real portuguesa ao Brasil e as mudanças arquitetônicas, estruturais e sociais para transformar o Rio de Janeiro na capital do Império. A brecha para o segundo capítulo é o surgimento de movimentos independentistas mais sérios e organizados no nordeste do país:

parte 2

O segundo programa começa na Revolução Constitucionalista de 1820, a Revolução do Porto, em Portugal, resultando na volta Dom João VI a Lisboa. Continua através da independência do Brasil, passa elaboração de nossa primeira Constituição e vai até a fuga de Pedro I a seu país de origem, deixando por aqui, assim como seu pai também já deixara, o herdeiro do trono:


O terceiro episódio da série trata do período de regência e inicia o segundo reinado, com o golpe da maioridade e a ascensão de Dom Pedro II ao cargo de Imperador do Brasil. Vai até a Guerra do Paraguai, pincelando por esse meio de caminho o boom do café e o projeto de criação da nossa identidade nacional:


parte 2

O último capítulo, como não podia ser diferente, traz a transição do Império para a República, mas não sem antes passar por "todos" os problemas, principalmente os de origem escravocrata/abolicionista, que ajudaram a forçar o fim desse período na História do Brasil. 




E pra encerrar, a entrevista da historiadora ao programa Canal Livre, também da Band, no domingo anterior à estreia de Era Uma Vez Uma História. Nele, Lília não só divulga o programa, mas também fala de seu trabalho e sobre o como a História deve ser pensada. O que aliás, foi desde o início a intenção da série, não apenas apresentar fatos históricos de maneira cronológica, mas instigar o telespectador a, através das informações, pensar sua realidade. E hoje precisamos tanto disso:

terça-feira, 16 de maio de 2017

Copa Verde, o melhor regional do Brasil




Vinha, veio, acabou. A Copa Verde teve seu desfecho agora a pouco, com o primeiro título da equipe do Luverdense sobre o Paysandu (primeiro jogo 3 a 1 para os mato-grossenses na  Arena Pantanal, empate em 1 a 1 na volta, em Belém do Pará) . E que paixão eu tenho por esse campeonato. 
Pra quem não conhece, a Copa Verde é uma competição que reúne times do Norte, Centro Oeste - menos Goiás - e Espírito Santo (esse estado é muito excluído, coitado). Acontece mais ou menos em simultâneo com  a maioria dos estaduais. Surgido em 2014, por iniciativa do Esporte Interativo, um ano após o renascimento da Copa do Nordeste, outra cria do canal, é meio que uma "fusão" das antigas Copa Norte, Copa Centro Oeste, Copa Norte Nordeste e outros regionais já extintos, sendo organizada pela Confederação Brasileira de Futebol, que até 2015 premiava o Campeão com uma vaga para a Sul Americana do ano seguinte, o que infelizmente acabou mudando, graças às alterações  realizadas pela Conmebol nos seus continentais. Hoje o título "apenas" garante o clube direto nas oitavas de final da Copa do Brasil.
Mas o que tem de tão especial um campeonato que com certeza é cheio de time ruim? Justamente isso, os times ruins! Os estádios, desconhecidos da maioria das pessoas, ver em rede nacional equipes que jamais teriam a oportunidade de aparecer não fosse este torneio, os jogadores, que têm na Copa Verde sua talvez única chance de exposição para lançar suas carreiras, além da própria imprevisibilidade que o campeonato tem. Quando você idealiza o futebol dessas regiões, qual a primeira coisa vem à sua cabeça, "campeonato de dois times, Remo e Paysandu, eles que vão ganhar sempre"? Mas não. Dos dois gigantes da região Norte, só quem detém título é o Papão, mas que em contrapartida, já amargou o vice para duas equipes da capital federal. O Remo, na única vez em que chegou à final, foi vítima da talvez mais espetacular virada de toda a história do futebol brasileiro, aplicando um senhor 4 a 1 sobre o time do Cuiabá no Mangueirão e tomando na partida seguinte nada menos do que 5 gols dos mato-grossenses. Na edição deste ano o Leão foi eliminado pelo  bizarríssimo (com todo o respeito, claro) Santos do Amapá nas quartas de final. Embora ao menos um dos dois paraenses tenham sempre chegado às finais, ainda é impossível dizer que o protagonismo seja deles. Não é como um estadual convencional, e só pela (quase) igualdade de chances de todos os times, já acho que o campeonato vale a pena. 
Mas mais do que pelo entretenimento, a Copa Verde também é um atlas pra interpretar o Brasil. A disputa não é um sucesso de público, não é um espetáculo de futebol, nem é uma liga que se sustenta sozinha. Com a criação encabeçada pelo Esporte Interativo, a emissora, junto com o Ministério do Esporte, é quem ajuda a custear viagens de alguns dos times para que os jogos possam acontecer. E não por menos, imaginem vocês alguém ilhado e completamente liso. Sem estradas, passagens de avião caras e nenhum meio de gerar renda. Esse o lado B - e outras letras - do nosso esporte nacional, a realidade de mais da metade dos clubes registrados como "profissionais" nos sistemas CBF. Não precisa ir tão longe pra encontrar essa realidade, ela existe por todo o país, mas essa região é especial para isso. Estrutural e geograficamente tão extrema que sequer a TV - que é quem sustenta de verdade o futebol - tem condições de mostrar o torneio na totalidade (nem fiquem esperando por um "Melhor da Copa Verde" no Esporte Interativo então). Investidores, dado tudo que já foi discutido, muito menos que se interessam em injetar seu dinheiro em tais circunstâncias. Pra mim é evidente que todas as dificuldades desses lugares são enormes, para os times, para os torcedores, para o futebol, até para a própria vida cotidiana das pessoas, logo, só pelo fato de existir e conseguir manter as boas características que eu já citei lá atras, a Copa Verde é sim o melhor campeonato regional do Brasil - mas que mesmo nessas condições ainda sofre da maldita regra de estádios de 10 mil lugares para jogos decisivos.
E toda vez que você ver a tabela do Brasileirão e achar um campeonato feito para os times do eixo sul-sudeste (com alguns convidados do nordeste), saibam, certamente é, e tem tudo pra continuar sendo, mas não culpe os clubes de outro lugares por isso, eles são só a ponta do iceberg - no calor de 47 graus - de uma realidade bem maior do que eles próprios, e que vai muito além do futebol. 

sábado, 13 de maio de 2017

Oeste Futebol Clube "de Barueri"

vídeo© TV TEM 19/04/2017 

E a resposta é NÃO! É para o Oeste estar estreando neste exato momento na Série B do Brasileiro, em jogo fora de "casa" contra o Paysandu. E se eu estou mandando minhas energias positivas para o time? Nem mesmo estou interessado em olhar o placar. Me permitam falar como oestino, como itapolitano, por favor. Já torci muito pelo Rubrão, você que me acompanhava nos primórdios deve se lembrar de minhas postagens, cheias de euforia, falando do clube aqui no Blog (2011, outros tempos, outra cabeça), mas seja eu, ou seja o torcedor que for, tenho certeza que jamais vai apoiar um time que troca de cidade - e se apoiar é porque não é torcedor (nem itapolitano).
Antes de tudo, vou contar a história do começo: Oeste mandava seus jogos no Estádio dos Amaros, propriedade da Prefeitura de Itápolis. O estádio é uma porcaria, desculpem dizer, mas é, e desde que o time da cidade - o tal "Oeste", pra quem ainda está perdido - subiu pela segunda vez para a primeira divisão do Campeonato Paulista (2008, para jogar em 2009), o campo se tornou um problema - até então não era. De forma gradual, começaram a banir os grandes do estado de jogarem aqui, a seguir passou-se a interditar sessões específicas de arquibancada, e que quando se viu, o time "já" estava proibido de mandar qualquer partida em seus domínios. A interdição total veio em 2015, quando a equipe já estava na segundona do Campeonato Brasileiro. A primeira troca de cidade também veio neste ano. A ameaça já vinha desde muito antes por parte dos dirigentes (os mesmos que não cansaram de discursar, após as mudanças, que "o Oeste ainda é de Itápolis"), mas quase nada se fazia a respeito, fosse algo da parte deles ou da parte da poder público. Pra não dizer que nunca nada de relevante foi feito, a melhor reforma veio para 2016, a partir de uma união entre esses dois, a torcida e alguns empresários. Mas também não adiantou nada. Ao fim da Série A2 desse ano a TV TEM (afiliada Rede Globo na região de Bauru, responsável pela cobertura de Itápolis) anunciara que o presidente do Oeste nem mais aceitava a nomenclatura "de Itápolis" na hora de se referir ao time. A partir disso era oficial - como se já não fosse antes -, o Oeste Futebol Clube não era mais de Itápolis.

O Estádio dos Amaros, sem condições de receber jogos
imagem: Prefeitura Municipal de Itápolis

Sou 
nascido e crescido em Itápolis, conheço a relação - pro amor e pro ódio - da cidade e o time. Virar as costas e ir embora desse jeito é quase que um crime - além de um suicídio. Quando eu falo por mim, minhas primeiras lembranças do Oeste são todas junto do meu pai, fosse com o rádio em cima da mesa, fosse no muro da casa da minha avó (ela morava do lado do estádio), fosse nas arquibancadas do estádio - sempre após o segundo tempo, que a entrada era de graça. E eu tenho certeza que esse tipo de experiência não é só minha. Os times de interior têm "torcida hereditária", se sustentam de histórias afetivas, físicas, familiares, são diferentes dos times grandes (basta pensar que a grande maioria de corinthianos espalhados pelo estado de SP nunca viu o Corínthians ao vivo. E a maior parte dessa grande maioria com toda certeza jamais verá). Não se entende um time pequeno sem esse contato. Mas no fim, o que tomamos foi uma rasteira. Quando finalmente pudemos ver nosso Oeste figurar entre os altos escalões do futebol, a ganância de meia dúzia, contra nós, falou mais alto. Reconheço as circunstâncias, realmente, se não tem onde jogar, também não tem o que fazer, alguma solução ia ter que ser tomada. Dá pra dividir a culpa entre a Prefeitura, que deixou a situação se arrastar, e a Federação, que faz exigências de Copa do Mundo? Dá, claro que dá, só que de maneira nenhuma podemos que amenizar a responsabilidade que o clube também teve sobre isso. Anos e anos vivendo de ameaças e boatos - ficou clara a falta que faz uma imprensa de verdade aqui em Itápolis -, sem nenhuma justificativa legítima dos dirigentes. Sequer tínhamos certeza do nome do time. Ter ou não ter o Oeste havia se tornado um caso de mística, lenda, de fofoca. Hoje temos uma resposta, mas vinda através da televisão (até agora ninguém falou nada de nada de forma oficial por aqui). De uma forma ou de outra, todos já sabíamos que o desfecho ia acabar sendo esse. Não sou da galera do "vender uma história de noventa e tantos anos", sei que não é assim que as coisas funcionam no "mundo dos adultos", só que tudo o que sustenta o porquê de existir de um time de interior, não é em Barueri, não é em Osasco, não é em Presidente Venceslau, que a diretoria vai encontrar; isso o Oeste só vai achar aqui, na cidade dele, tenha o time noventa, oitenta, cem, quinze ou dez anos.
Acertar a transferência definitiva pra outra cidade, não tenha dúvida, foi um mega tiro no pé (Guaratinguetá e Grêmio Barueri que o digam). Mas por outro lado, talvez Oeste também seja um retrato do "novo futebol", afinal. Já havia era um time de empresário, isso há muito tempo, só não via quem não queria - nunca foi "patrimônio de Itápolis", como muitos insistem até hoje em dizer -, e assim como Água Santa, Taboão da Serra, Red Bull, Audax e esses outros "times estranhos", que a trancos e barrancos seguem nadando de braçada pelas divisões do futebol paulista, a equipe itapolitana também progredia. Noroeste, América de Rio Preto, Marília e outros times tradicionais foram parar aonde, tentando manter suas "democracias"? Oeste estava dando mais do que certo, mentiroso é quem diz o contrário, mas isso a custo de que?

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Campeonato Brasileiro - uma ideia sobre transmissão


Logotipo do Brasileirão
imagem: Wikipédia
"Exclusividade". A palavra que faltou na chamada. Sim, por mais um ano o Campeonato Brasileiro será transmitido apenas pela Globo em rede aberta - e ao vivo na fechada também. Ao que tudo indica, ninguém mesmo se interessou em dividir direitos e a responsabilidade recaiu totalmente às costas da emissora carioca pelo segundo ano seguido (como se isso fosse algum problema pra ela).
E com a maioria dos estaduais terminados na tarde de ontem, a hora é de pensar no Nacional, e num desses meus tempos de ócio, acabei meio que "pensando demais" e me veio à mente um modelo de exibição que, ao menos no meu jeito leigo de ver as coisas, parece ser benéfico para quase todas as partes, os clubes, telespectadores, patrocinadores, CBF, campeonato e só não sei se pra própria TV. Mas deve ser bom também. 
Como os contratos atuais vigoram até 2018 (ao menos na TV paga), considerei uma rodada aleatória de um suposto Brasileirão de 2019 para poder exemplificar minha teoria. O formato é o mesmo do campeonato do atual, 20 times, pontos corridos, ida e volta, os quatro últimos caem, os seis primeiros vão para a Libertadores (na minha suposição o Bahia já foi campeão da Copa do Brasil, por isso está azul) e o primeiro é o campeão. 


Rodada Y do Campeonato Brasileiro de 2019
arte: Lucas R. F. Maester

Como funcionaria, provavelmente, a transmissão da Globo hoje? Exibiria o jogo de um grande paulista para parte da rede, o jogo de um grande carioca pra outra e muito maior parte da rede, e uma ou outra partida excepcional seria mostrada por afiliadas, privilegiando um clube local. Parte disso não muda, a exibição de times locais é algo sagrado e imutável. Mas existem praças (como se denomina a área de cobertura de uma emissora regional) onde não têm time nenhum, as "partes da rede" onde historicamente se assiste Vasco, Fluminense, Botafogo e Flamengo. Não seria interessante mostrar para esses lugares a partida de maior importância para a rodada? Usem a tabela que montei (acima) e digam qual o jogo crucial dela. Eu não tenho dúvidas, Londrina versus Ponte Preta. Mas quais as chances dele ser exibido (a menos que pela EPTV de Campinas ou na RPC, para o Paraná)? Praticamente nenhuma. Então por que não transmiti-lo em Brasília? No estado de Alagoas? Nos dois Matos Grossos? Supondo ainda que a rodada Y esteja acontecendo na reta final do torneio, quando a importância redobra, não teria o Brasil nem um pouco de vontade de ver equipes de tão boas campanhas?
Tudo bem, admito que forcei um pouco a barra na hora de escolher os times, mas exagero é bom na hora de repassar mensagens. Sei que existem outros jogos interessantes e com clubes de grandes torcidas aí, como Bahia x Flamengo ou Coritiba x Palmeiras, mas estes jogos já estão com transmissão praticamente assegurada em seus estados, por que não dar ao resto do Brasil a oportunidade de "conhecer novos times"? De quebra, as equipes receberiam mais dinheiro dos direitos de imagem, seus patrocinadores teriam maior exposição e o torcedor, mais heterogêneo nessas regiões "afastadas" do país, teria mais chances de ver seu time do coração na televisão. As vantagens seriam enormes. E até mesmo nas praças com seus representantes garantidos (só que uma mudança nessas regiões eu não apoiaria, a menos que para rodadas onde envolva conquista de título), vou dizer por mim, usando como exemplo o ano de 2014, quando o Cruzeiro disputava o título brasileiro e recebia elogio de tudo quanto é lado por seu bom futebol. Eu não tenho TV paga, estou em SP (interior), quantos jogos do Cruzeiro eu vi naquela reta final? Nenhum. E isso sem contar  os vários clássicos Brasil adentro. Quanto não seria mais prazeroso assistir um Gre-Nal ou um Re-Pa (2019 tá chegando) com estádio lotado do que ver um Corinthians x Santa Cruz que pro campeonato não está não está valendo nada? 
Claro que essa ideia não deve ser 100% original, com certeza alguém já deve ter pensado nisso antes (talvez até mesmo os próprios executivos de TV). Óbvio também que não vou achar que isso vá mesmo algum dia acontecer na vida real, os interesses comerciais com grandes clubes são bem maiores do que qualquer bom projeto que alguém possa vir propôr - e ainda há a questão da TV por assinatura e o pay-per-view -, mas gostaria de mesmo assim deixar registrado esse lapso de pensamento. E aumento, por que não expandir a ideia, ao invés de emissoras regionais da Globo, por que não se poderia fazer isso, em rede nacional, através de uma Band, uma RedeTV!, que no futuro viesse a se tornar parceira da "platinada" (já que detentora dos direitos, esquece)? Pelo sim pelo não, fica aqui a dica.

domingo, 7 de maio de 2017

AtleTiba na internet



arte: Lucas R. F. Maester
É de se imaginar que em "dias normais" eu jamais viria aqui pra falar do Campeonato Paranaense, né (na verdade, hoje seria pouco provável que eu viesse aqui falar de qualquer estadual)? Mas este contou com um diferencial, uma revolução. Dois times mostraram que talvez (leiam bem, talvez) dê para acabar com a dependência de TV no futebol brasileiro. 



A RPC, afiliada Rede Globo no Paraná, confirmara o acordo para poder transmitir o estadual local, organizado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF), como já é o comum de todos os anos. Surpresa nenhuma, não fosse um detalhe: a declinação de Atlético Paranaense e Coritiba, os dois maiores clubes do estado. CAP e Coxa resolveram não assinar com a emissora após esta ter oferecido valores absurdamente baixos pela exibição de seus jogos. A solução encontrada para isso seria algo inédito no futebol brasileiro: o embate entre os dois times (o "atletiba") seria transmitido de forma exclusiva pela internet. Sem intermediação direta de TV, toda a transmissão seria de responsabilidade dos clubes. Os canais no YouTube e as páginas do Facebook das duas equipes mostrariam simultaneamente o clássico do dia 19 de fevereiro de 2017, pela quinta rodada do torneio, direto da Arena da Baixada. 
Chegado o domingo da partida, tudo estava pronto. Público no estádio, repercussão positiva no país todo (a iniciativa deu muito o que falar) e com o  Esporte Interativo mostrando as garrinhas - já de olho em 2019, era hora de fazer história. Mas o jogo não aconteceu. A Federação interferiu a fim de parar o derby com os jogadores já posicionados para o apito do juiz. A alegação era uma suposta falta de credenciamento do pessoal de imprensa, justificativa, que óbvio não colou, e acusações contra a Globo não demoraram a aparecer. Campo e internet tornaram-se uma zona de guerra. Investigações sobre o que "realmente aconteceu" naquele fatídico dia seguem até hoje em tramitação nos órgãos de justiça, então até por isso, não cabe a mim, autor deste blog, dar sentença de culpa ou inocência neste episódio, mas uma coisa é certa, a partida que por si só já seria histórica, terminou de vez nos anais (não se exaltem) do nosso futebol. O jogo foi remarcada para o dia primeiro de março e ocorreu normalmente. Foi visto através das mídias sociais das equipes.
Campeonato após isso seguiu sem incidentes, mas quisera o destino que os mesmos dois times chegassem à final. A solução, logo, não podia ser outra, e as duas partidas decisivas seguiram o mesmo esquema de exibição. Primeira decisão de título de um campeonato profissional de futebol no Brasil sendo mostrada apenas pela internet! É pouco ou quer mais? 



Mas o que eu acho disso tudo? As primeiras partidas tiveram ótimos números de audiência. Tão bons que eu mesmo fiquei surpreso. Mas claro, não precisam me dizer que a transmissão pela TV geraria um alcance muito maior - ainda mais em uma decisão de título -, mas só pelo fato de sabermos que muitas pessoas, em especial as mais velhas, ainda não tem acesso a serviços informática no Brasil (nem para conseguir acessar as mídias, ou até sequer para ficar sabendo da "novidade") e de que a torcida destes dois times ainda é consideravelmente pequena (média, pode ser?) - em comparação às dos "grandes clubes", ver que o clássico ultrapassou com folgas a casa dos milhões, é algo pra lá de gratificante. Mas por ora, infelizmente, não vejo tanto futuro pra esse tipo de prática - apesar de acreditar que o jogo ainda possa virar. O modelo é novidade, dá pra se explorar muitos meios de se fazer dinheiro através dele (leia a matéria que acabei de deixar anexada em verde), e até vale ressaltar, várias inserções comerciais foram notórias nas finais, o que é um ótimo retorno para a empreitada, mas, para o bem ou para o mal, o futebol brasileiro ainda é muito dependente de televisão. E historicamente, muito pouco foi feito para se reverter isso. O próprio Coritiba, para servir de exemplo, teve mais da metade de sua receita advinda apenas da Globo em 2016 (o Atlético está na casa dos 34%, mas com uma crescente absurda de 2015 pro ano passado. A pesquisa está linkada no texto). Sinal de que nosso futebol está valorizado na telinha? Sem dúvidas. Depois dos incidentes das últimas negociações de exibição (dissolução do Clube dos 13 em 2011 e a chegada da Turner, através do Esporte Interativo, para 2019), o campeonato super que encareceu - ou simplesmente inflacionou mesmo -, porém, dá pra analisar por outros lado também: não haveria uma enorme falta de vontade da maioria dos clubes para lucrar a partir de outras fontes? Basta se lembrar de que sócio torcedor, projeto que hoje dá certíssimo para algumas equipes, é algo novo, mas e antes disso, o que acontecia? Esperava-se lucro de bilheteria ou um boom de venda de camisas? É até difícil de conseguir uma resposta.
A iniciativa de se livrar das amarras, injustas sim, diga-se de passagem, do grupo que detém o monopólio do futebol no Brasil é muito legal. Mais do que isso, é um direito dos times, mas eles que não se esqueçam de que se uma extremidade da corda começou a ficar mais pesada, é porque faltou reforço na outra. Tempos e mídias mudaram, é hora de se reinventar, isso é fato, mas muito cuidado, que um "lado da corda" está em larga desvantagem, e sabemos muito bem qual é. 



As partidas de Atlético-PR e Coritiba pelo Campeonato Paranaense de 2017 transmitidas exclusivamente na web estão distribuídas no corpo deste texto, pela ordem de realização.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

E essa maluquice de Terra Plana?




Que a internet é o ambiente ideal para o surgimento e a proliferação de todo tipo de loucura e histeria, não é novidade pra ninguém, mas agora, querer convencer alguém que a Terra é plana? 
Não, não é um tema aleatório, é uma questão que começou a ganhar certa popularidade nas redes sociais de uns tempos pra cá, conseguindo até adeptos ilustres, como o cantor de rap B.o.B. (quem é esse cara?), o ex-jogador de basquete Shaquille o'Neal e o ET Bilu. Para resumir a teoria, é o seguinte: nosso planeta é como que um prato, seu centro é o que seria o nosso polo norte e a Antártida teria a função de ser o "muro" da terra, uma camada intransponível de gelo circulando toda a borda da Terra. Após essa barreira, está um domo indestrutível e gigante que nos cobre de fora a fora. Abaixo do domo, além da Terra, também está o Sol e a Lua, muito menores do que imaginamos, fazendo espirais sobre nossas cabeças. Só dia no Brasil e noite no Japão porque esse Sol não tem luz suficiente pra iluminar todo o disco de uma vez só, esqueça essa história de movimento de rotação. Já falamos abaixo, agora acima do domo (pra mim essa é a melhor parte) tem mar. Sim, mar, oceano, em cima da gente. Além disso tudo que eu expliquei, está o Divino. Mas e o motivo de não nos falarem a verdade? Uma conspiração global envolvendo a NASA, a ONU e diversos órgãos mundiais que usam da mentira da Terra esférica na finalidade de nos preencher com um enorme "vaziez" de espírito, fomentando lucros com antidepressivos e planos de saúde, além de conseguir angariar dinheiro e mais dinheiro com o financiamento de campanhas espaciais falsas, dentre outros maléficos objetivos sociais e econômicos. Na internet existem vários vídeos, blogs e sites que detalham melhor esse assunto, mas vou deixar um vídeo, meio longo, mas muito bom, que fala sobre o assunto. Do canal Assombrado, muito famosos no YouTube, pra vocês poderem começar. Acesse por este link (mas não fique só nele).
O post com um episódio de Família Dinossauro - ao invés de abrir com o vídeo que acabei de indicar - porque não tive como não lembrar dele. "O mundo redondo de Charlene" foi o primeiro contato muitos de nós tivemos com essa "discussão". Nele, a filha dos Silva Sauro propõe em um trabalho de escola que  a Terra na verdade seria "redonda como uma laranja" ao invés de "chata como uma panqueca", consentimento do período. Por essa afirmação, é presa e responde a um julgamento, cujo desfecho vou deixar que você descubra assistindo ao episódio. Claro que o intuito do programa foi usar de uma situação absurda para poder questionar algum problema social ainda quente lá nos fins de Guerra Fria nos Estados Unidos (a estreia da série data de idos de 1991; para base de comparação, a União Soviética só viria a cair no fim daquele ano), mas é interessante observar que muitas questões representadas no capítulo em questão são exatamente iguais às de hoje. Quando comecei a ver coisa ou outra sobre esse assunto, achei que fosse uma ideia "cienticista", ela parecia se basear em conceitos de observação e teste - ainda que a modo deles -, mas a ilusão não sobreviveu a cinco minutos de pesquisa. Dizer que a Terra é reta nada mais é do que apoiar um movimento religioso. Por mais apresentem "argumentos" para embasar sua teoria, a justificativa sempre termina nas primeiras linhas do Gênesis bíblico. Não desmereço os Textos Sagrados, mas acho que já passou da hora de aceitar que muitas partes deles nada mais são que meras alegorias, representações, frutos de um tempo que hoje já foi superado. Era impossível cobrar os conhecimentos astronômicos e geológicos atuais lá em 700 e tanto antes de Cristo, pra "Moisés" sobrava apenas que opção? Se inspirar no óbvio, que é o que ele podia a olho nu enxergar. A dinossaura (essa palavra existe?), no show, é condenada por ato de heresia, junto com todos que a apoiam. Não dá pra não dizer que foi vítima de acusação doutrinária (embora Família Dinossauro não toque muito no tema da religião. A "igreja" deles aparenta muito ser o Estado). Lembrando (eu acho) que ser adepto de uma religião e acreditar na descrição da Criação não vai te fazer necessariamente um terraplanista - como os adeptos se denominam. Terraplanistas usam de "ciência" para explicar suas teses. Mas começam nela e não terminam nela. A série ainda trata da ação das grandes corporações mantenedoras do preceito vigente - e por que não também das influencias diretas destas no sistema de Justiça?. Hoje seria o contrário, a conspiração é a favor de uma Terra esférica. Mas não deixa de ser uma conspiração bancada pelas elites, o que mérito principal da questão. E como gostamos de conspirações.
Representação da Terra Plana
imagem: FLATearth no Pinterest
Lembremos que esse movimento [o da Terra plana] não é novo, as primeiros organizações modernos a defender essa tese são ainda anteriores à Família Dinossauro (e talvez sejam ainda mais antigos do que imaginamos), surgidas provavelmente como grupos inexpressivos, meio que meia dúzia de malucos se reunindo nas casas uns dos outros para escrever livros e panfletos sobre o tema, mas que com o advento da internet acharam um campo fértil para se propagar. Talvez entender a "euforia terraplanista" seja muito mais do que apenas tratar de debates astrofísicos, é tentar entender o porquê de uma ideia totalmente sem nexo ter o poder de angariar tantos seguidores num universo onde você, ao menos supostamente, teria acesso a todo tipo de conhecimento e cultura. Aceitemos nós ou não, esse universo acabou ficando cheio de gente sem rumo. É notório que as pessoas hoje sentem, mais do que nunca, a necessidade de terem "causas", motivos para se engajar, precisam de algo a mais. Os amiguinhos no Facebook e no Twitter estão militando, ninguém mais pode ser "alheio" (mas pode sim, jovens, entendam isso, por favor), então no fim, tudo acaba terminando em como dizem: se tá na internet, é porque verdade, né. 
E se for pra continuar analisando esse episódio de Família Dinossauro, por que não consideramos também que Dino e companhia já estavam discutindo a tal "escola sem partido" lá no começo dos anos 90? Mas bom, esse assunto a gente deixa pra tratar numa próxima oportunidade...

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Pokémon 20th



Eu não assisto mais aos filmes de Pokémon (aliás, acho que ninguém assiste), mas quando comecei a ver uma ou outra publicação nas redes sociais sobre esse vigésimo filme, gente, de verdade, me deu até vontade de voltar a investir meu tempo nisso de novo!
Vou explicar direito, Pokémon - Eu escolho você, tradução livre de Pokémon - I choose you (não me peçam pra pôr o nome original desse negócio aqui não) é a comemoração dos 20 anos do anime de Ash e Pikachu (lembrando que a franquia já comemorou seus 20 anos em 2016. Pokémon não nasceu como desenho, Pokémon surgiu nos jogos de Game Boy em fevereiro de 1996). A película traz o mesmo título do do episódio de estréia da série, e quando junto teve seu primeiro teaser e tempo depois o primeiro trailer divulgados - além do cartaz promocional -, tudo indicava que o longa seria um remake do começo da história (estamos na época dos remakes, afinal), com apenas algumas modificações em seu final, pois, se analisada, aquela era uma releitura do primeiro capítulo do desenho, o Pikachu não querendo entrar na Pokébola - detalhe para o desenhinho do raio nela -, o garoto de Pallet arrastando-o pela estrada, a cena do coma, digo dos Spearow, o Ash com 10 anos (isso é eterno), com o diferencial que traria uma conclusão para a aparição de Ho-Oh. Se fosse só isso, já era mais do que motivo pra querer assistir. Quem gosta, ou algum dia gostou de Pokémon, sabe muito bem do que eu tô falando. Não precisou nem saber japonês pra entender os trailers. Até que então, o vídeo anexado na abertura dessa matéria surgiu, e tudo mudou: Pokémon - Eu escolho você é um novo Pokémon! 
Não só vai ser a redenção de Ho-Oh, uma vez que o lendário de Johto é um dos únicos, senão o único lendário que que não ganhou o devido destaque em um filme (ou até mesmo na série), como também vai trazer um novo Ash, contracenando com novos personagens e Pokémon de várias gerações (Piplup, Marshadow e Incineroar, além do próprio Ho-Oh. Imagens publicitárias já mostraram um Lucario no filme), preservando ainda o clássico, em monstrinhos (as cena de CharmanderButterfree causam uma nostalgia desgramada) e treinadores (Equipe Rocket, o possível ginásio 'de planta' da Erika, enfermeiras Joy...). As expectativas são as melhores, o novo e o velho juntos, a melhor maneira de se comemorar um aniversário.
O 20º filme de Pokémon estreia no Japão em 15 de julho. No Brasil ele provavelmente ele nunca estreará. Pelo menos eu acho que não em cinemas. Teorias sobre o enredo é o que não faltam na internet, procurar por elas é uma ótima pra explodir sua cabeça enquanto espera pelo lançamento. E para você que não é tão inteirado no assunto, pode ver que, além das tradicionais fontes, eu deixei linkada a Pokédex - quando possível - de cada um dos "bichinhos" citados no texto (menos a do Pikachu, porque, né, se você não souber quem é o Pikachu), afinal, nunca é tarde para se conhecer, e, quem sabe, começar a gostar de algo novo, não?

Postagem de retorno

Faz pouco menos de um ano que me despedi de vocês pela última vez neste blog. E bom, nesse último ano muita coisa aconteceu, na vida, no mundo, na internet... Vocês podem até ver por aqui, todo o design em volta do texto mudou, o título, novas cores, novos ares, tudo novo, porque eu decidi que pra certas coisas não precisa existir uma "última vez". E esse site é uma delas. Eu, por fim, resolvi voltar. Sei que não é a primeira vez que faço isso, talvez também não seja a última, mas minha torcida é para que dessa vez seja mesmo um retorno definitivo. E não tratem essa como [mais] uma promessa vazia, já disse lá atrás, muita coisa aconteceu nesse quase um ano, então não pretendo deixar vocês na mão outra vez. 
Sei que nem público mais eu tenho, e isso é até de se esperar, afinal, eu próprio dispensei vocês maio passado! Mas caso, sei lá, eu tenha algum fã alucinado por aqui que nunca me abandonou nas demais redes sociais, com certeza já viu que eu não parei definitivamente com esse negócio de blog. É recente, coisa do começo de março, quando resolvi encarar um projeto conjunto com minha amiga Gabrieli, grande companheira da época de faculdade, agora apenas "das internets" (mas tenha certeza que eu apareço aí em Ourinhos algum dia de novo, 'Gabi') e sua irmã Giovana. Montamos uma página, o Água de Baleia, com uma proposta bastante parecida com a desse espaço, conversar sobre atualidades, dar dicas de entretenimento, o que viesse à cabeça. Tá muito legal lá, vários pontos de vista das coisas, o que é ótimo pra expandir todos os seus horizontes. Vou deixar o "AdB" linkado aqui e  também, por todo o tempo possível e necessário (quiçá por toda a eternidade), na sessão de blogs parceiros, a que atualmente está aqui do lado direito (→) de quem me lê. Só que, agora que voltei pra cá, infelizmente não iria mais ter tempo de continuar por lá e acabei me retirando da equipe. Mas vocês podem continuar acessando o Água, que com ou sem mim sempre vai ter novidade. Minhas postagens junto com as meninas podem ser lidas acessando este link. Reitero aqui meus agradecimentos pela oportunidade recebida.
Quanto à esse blog aqui, pouca coisa muda em relação ao que vocês já conheciam. Vou continuar trazendo opiniões sobre atualidades, muita coisa sobre esporte (ao meu estilo de falar de esporte), posso ainda falar um pouco de televisão, de entretenimento em geral, afinal, acho que meus posts nunca saíram muito disso, são desses assuntos que eu gosto, é disso que eu entendo, talvez não muito, mas é do que eu me vejo no direito de trazer pra vocês. Claro que agora eu tenho a carga da História, estou com mais experiência de vida, uma pós em Comunicação em andamento, vai dar pra discutir muita coisa bacana aqui vocês. Do que já estava escrito antes, estão os posts todos devidamente "tagueados", vai ser bem mais fácil encontrar arquivos de temáticas parecidas, mas uma coisa eu ainda confesso: tenho vontade de voltar o blog inteiro revisando e corrigindo todo o português (só o português, jamais o conteúdo dos textos), só que não sei se vou ter coragem de algum dia fazer isso - até porque, pra mim, seria o mesmo traição. Mas mantenham-se alertas (apesar de que ninguém vai nem vai reparar caso eu realmente faça isso). 
E pra já irem se programando, ainda hoje, seis horas da tarde, eu volto com minha primeira postagem dessa "nova era" aqui do blog. Espero que meu retorno seja muito prazeroso e bastante proveitoso, tanto pra mim, mas principalmente pra vocês, aí do outro lado da tela. Fiquei quase um ano sem escrever, o que foi bom, foi bom para eu ver a falta que me faz a companhia imaginária de meus leitores. Sejam bem vindos de volta, leiam, comentem, compartilhem, sintam-se a vontade, que esse espaço também é de vocês, e eu estava com muitas saudades disso tudo.