terça-feira, 4 de agosto de 2015

Cúmplices de Um Regate - Estréia



E na noite desta segunda voltei a ver a uma novela do SBT. Mesmo sendo infantis, a mística presente nelas me seduz. É colorido, é musical, é alternativo, não tem como eu não gostar disso! E até porquê também, é nostálgico! Sim, sou da velha guarda de Cúmplices de Um Resgate, mesmo não lembrando muito da versão original, exibida lá há muito tempo atrás pelo SBT. Mas lembro que assistia todos os dias, e lembro inclusive das chamadas anunciando a troca de atriz. Lembro inclusive que foi essa novela que me despertou fobia de sapo (não, nem adianta procurar, que aquela postagem não existe mais) - eu acho. 

Já deixei acima um trailler da novela para vocês (não considerem o título, vai muito além de só aquilo), pois acho legal que vocês possam ter uma noção da história e do visual e da trilha sonora da novela. E os personagens, principalmente. Mas além daquele vídeo, seria injusto também eu começar sem a abertura, que opinião minha, ficou muito legal: 



A música em sua versão brasileira de maneira nenhuma supera a versão original

Mas fazendo uma análise mais profunda do vídeo, especificamente a primeira imagem da abertura, já denuncia de uma forma um tanto macabra o principal problema social que a novela aborda: O tráfico de bebês. Por mais que depois essa cena seja ofuscada pela música alegre e as cores que saltam da tela, a expressão de pânico do bebê da direita ao ser sequestrado, pelo menos a mim, choca bastante. 
Ainda nessa temática, o início da novela, em forma de conto de fadas, servindo para amenizar a situação, não acho que ajudou muito na hora de retratar o problema. Partir para o lado lúdico, por ser uma novela infantil, claro, sempre é muito bom, mas talvez existam horas que as coisas não devem ser tão maquiadas assim, a ponto de sua sutileza conseguir enganar até muitos pais. 

Mas meu medo maior é que essa metáfora de reis e princesas não seja só uma metáfora  de denúncia mais adiante na história. Não quero que a novela vire uma versão brasileira de Once Upon a Time com efeitos especiais melhorados (sim, podem acreditar).
E aliás, referências da cultura pop é o que não faltou nessa estréia. Além de OUaT já citado, deu pra ver um pouco de Game of Thrones, Malévola e Sítio do Pica Pau Amarelo. E isso só no primeiro bloco. Nos próximos pudemos ver a versão pobre do SuperStar apresentada pelo apresentador do Ídolos. 

Sobre a parte da novela a ser avaliada de verdade, eu achei que foi legal. Pra mim já superou Chiquititas, novela cujo remake acabou não me agradando tanto. Histórias que usam da fórmula "gêmea boa e gêmea má" (por que sempre é mulher?) sempre tendem a ser um atrativo a parte, e Maria Joaquina, digo Larissa Manoela, pelo menos a primeira instância, está sabendo fazer bem o papel caricato que a trama pede - é uma novela de criança gente, desculpa -, uma gêmea totalmente malvada, e outra uma perfeita bobinha (fico pensando se não fizeram essa última assim pra pejorativizar cidades de interior). Talvez Isabela, a gêmea má, esteja um pouco má demais, fazendo transparecer raiva. A personagem é tão intensa que chega a parecer até um pouco forçada no final. A ambientação também é estranha, me pareceu ainda muito "mexicanizada", com as pequenas vilinhas que conseguem criar um vínculo entre várias delas. Do pouco que entendi da "vila", no cenário brasileiro ela seria algo entre o distrito de uma cidade e um bairro rural? Eles não se tratam como cidade, então um município de pequeno porte também acho que não seja. É uma realidade muito mais parecida com a dos pueblos presentes em países de colonização espanhola, do que com qualquer coisa que, eu pelo menos, conheça no Brasil. O fato da roupa de apresentação estar tão mexicanizada quanto nem preciso comentar, né? E por que não dizer que a intensidade de Manuela e Isabela são mexicanas também? 
Os demais núcleos ainda não sei avaliar. Consegui identificar qual serão os personagens responsáveis pelo humor, e os romances adultos já tomaram forma também. Mas não são essas histórias secundárias que me interessarão tanto, mas sim uma que está por vir. Cúmplices de Um Resgate vai discutir religião! E o SBT pelo jeito resolveu comprar a inútil briga que estamos acompanhando no horário nobre de novelas. Não que isso seja legal, mas quero ver como essa questão será tratada em um folhetim infantil. 

E destaque pra atuação do gato. Humilhou sem piedade nenhuma o cachorro e o rato, de longe o melhor personagem. 

Deixo abaixo o episódio de estréia, caso tenha interessado a alguém. Ele está dividido em 3 partes. Lembrando que todos os capítulos são disponibilizados gratuitamente pelo SBT em seu site oficial no canal da novela no YouTube.






Lembrando que mesmo com essa facilidade, por questão de tempo, eu ainda não sei se vou acompanhar essa novela por seu horário ser o mesmo de Os Dez Mandamentos (acompanhar três novelas requer muita organização). Como a novela da Record está há tempo mostrando pura enrolação, talvez eu migre para o SBT, ao menos para torcer para não termos outra novela, que a exemplo da colega bíblica, viva de  vai e volta para conseguir superar os logo os maçantes 600 capítulos de Chiquititas.

2 comentários:

  1. As externas da vila realmente se parecem muito com a original, já as internas em estudio estão bastante originais e atuais.
    Concordo sobre a atuação da Larissa estar bastante exagerada e "mexicanizada", mas não acho isso negativo, não é obrigação do SBT "imitar" o estilo de atuação das outras emissoras brasileiras, normalmente com atuações mais sutis e realistas (exceto nos nucleos de comédia).

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    1. E eu acho que nem deve, na verdade. O gênero pede isso, coisa pra criança precisa ser caricata, precisa ser exagerada, precisa ser inverosímel, senão não desperta interesse!!! E depois, elas vão ter muito tempo pra ver novela de gente grande, essas aí não têm ser daquele exato mesmo jeito...

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