quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Apenas uma ideia para a final da Copa do Brasil



Como deve ser do conhecimento da maioria, hoje a noite teremos o segundo jogo da final da Copa do Brasil, entre Cruzeiro e Flamengo. Tendo o primeiro jogo terminado em 1 a 1 no último dia sete, a vantagem mínima fica com os mineiros, que jogam em casa. Mas nada disso importa neste texto. A final que vale aqui é a de 2018, 2019, e todas as que virão após essas. É uma "ideia-teste", bastante inspirado por modelos externos, mas que eu acho deveria ao menos ser experimentada. 
A decisão da Copa do Brasil é comumente realizada em duas partidas, uma nas dependências de um dos times, a outra nas do próximo. Para um país de dimensões continentais, talvez esse seja o modelo mais justo, mas e se ainda assim pensássemos em uma final de jogo único? 
Esse formato de final, pelo menos ao meu ver, é muito mais vantajoso que o temos atualmente. Pode proporcionar melhores oportunidades de marketing para os patrocinadores, aumenta a emoção e a expectativa do torcedor e provavelmente geraria muito mais audiência para a televisão. Mas como fazer isso dar certo? 
Primeiramente, numa jogada a la Liga dos Campeões da Europa, a cidade-sede do embate deveria ser escolhida já antes mesmo da competição começar. Seria, além de o mais justo para o aficionado poder se organizador, também uma forma de movimentar as arenas "abandonadas" da Copa do Mundo de 2014 e fazer girar o turismo no nosso país, além de levar um jogo dessa importância para lugares onde ele muito provavelmente nunca chegaria, mas que também abrigam apaixonados pelos grandes clubes. E para tentar garantir uma presença massiva de torcedores, que necessitariam pensar na viagem nos ingressos e afins, o espaçamento de tempo entre a final e as semi-finais não poderia ser de menos de um mês. De um e meio a dois acho que seria o ideal. 
A data, até para poder criar uma tradição, não poderia ser outra senão 15 de novembro, dia da Proclamação da República, o feriado mais alheio de nosso calendário (garanto que a maioria das pessoas nem sabem o porquê de não ter trabalho nem escola nesse dia)! Partida realizada a tarde, para poder parar toda a população. Exigência de uma cobertura séria em TV aberta, com pré-jogo e tudo que se tem direito. Na cidade do jogo, o torcedor-turista teria o tempo de ir ao estádio, comemorar um pouco e ainda voltar pra casa. Se o feriado então for prolongado, só alegria para o comércio local. E o feriado, sempre tão ignorado, ao menos ganharia um sentido de verdade. 
Necessitaria apenas algum recurso para evitar a elitização dessa final em jogo único. Ingressos a preços populares e um acordo entre os mandantes e a administradora do estádio-sede seriam mais do que necessários. Promoções dos clubes, como caravanas e sorteios de ingressos também seriam mais do que bem vindas. Seria uma oportunidade de valorizar a segunda maior competição nacional, sim, mas seria um absurdo fazer isso sem pensar em quem movimenta o esporte, que são as pessoas que pulam e cantam nas arquibancadas. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Rock in Rio no Parque Olímpico

Imagem promocional da nova Cidade do Rock, no Parque Olímpico
imagem: RockInRio.com

Como vocês já devem estar sabendo, hoje tem início mais uma edição do Rock in Rio, maior festival de música (de vários gêneros, não apenas rock) do Brasil, quiçá um dos maiores do mundo. Um evento que esse ano ganha proporções gigantescas, seja pelo seu leque de atrações, que vão muito além da música, seja pela nova Cidade do Rock, sede da festa, que agora é composta por boa parte do  Parque Olímpico da Barra, "centro nervoso" das Olimpíadas do ano passado.
Convenhamos que a mudança do local não foi lá tão radical, pois até 2015 (última edição no Brasil) o Rock in Rio já acontecia ali nas redondezas mesmo, apenas o que mudou foi a área ocupada. Se até alguns anos atrás o que havia lá era o finado Autódromo de Jacarepaguá e/ou um enorme canteiro de obras, onde não dava pra fazer quase nada, hoje existe um enorme espaço público que necessita, de alguma forma, ser ocupado. E saber que um evento deste porte está nesse lugar é algo que eu tenho que admitir que me deixa muito feliz. 
Já dei aqui meu relato sobre os Jogos de 2016, tenho recordações desse Parque, então é de se imaginar o quão chateado eu fico ao ver todas aquelas instalações usadas nas Olimpíadas "em petição de miséria", parafraseando o termo que usariam meus pais. E com uma solução aparentemente cada vez mais distante (eu tento sempre entender os porquês dessa situação, então posso falar), tenho que admitir: só pela organização do musical ter se proposto a reformar parte das arenas que utilizaria para o evento - e com o valor do aluguel, os responsáveis pelo Parque se responsabilizarem (aí que mora o problema) pelo resto -, o festival já está mais do que ganho. 


Claro que nem de longe isso diz que o imbróglio do Parque está resolvido. Muito menos o da Olimpíada. Falar do legado da Rio 2016 ainda é algo pra lá de revoltante, mas esse tipo de "iniciativa" faz brotar em nós alguma esperança. É um grande espaço, com uma ótima infraestrutura, não devemos achar que sua construção foi dinheiro jogado fora. Mas ainda pode se tornar, pois o tempo passa e sabemos o que acontece com coisas "antigas" e que não são usadas. E é essa a preocupação devemos ter! Nós, e claro, os administradores do recinto.
Deixo abaixo um esquema ilustrado da nova Cidade do Rock. Podem ver que ele conta com a Arena do Futuro e o Estádio Aquático como já desmontados, mas ambas as edificações continuam lá até hoje. Caso queira ver o espaço já finalizado, de cima - o vídeo que postei é só de chão -, acesse [edit] esteeste link. E se você que está me lendo agora vai curtir ao vivo algum dia de evento, aproveite muito essa sua oportunidade (e me diga nos comentários como estavam as filas para tantas atrações extra-musicais)! E como nunca é demais relembrar, responsabilidade sempre. 


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

O que aconteceu com o basquete do Brasil?



Eu sei que já faz umas duas semanas que estou sumido deste espaço, e que este assunto parece estar defasado. E realmente talvez esteja, mas eu já estava programando este tema para a "data certa" tem muito tempo, mas acabou acontecendo um monte de coisa aqui no mundo real e eu tive que tirar esse tempo pra resolver um pouco da minha vida. A "data certa", no caso, seria dia 23 do mês passado, quando o ouro do basquete brasileiro no Pan de Indianápolis fez seu aniversário de 30 anos. E eu me pergunto, o que aconteceu com o esporte da bola laranja no nosso país durante esse tempo todo? 
Não é a primeira vez que venho aqui falar de basquete. Ainda esse ano, falei bastante de NBB (Novo Basquete Brasil), o campeonato brasileiro da modalidade. Nas matérias, elogiei o pioneirismo da liga em trazer os jogos para as redes sociais, na estratégia de fisgar cada vez mais novos aficionados, falei também da estrutura de algumas equipes, bastante bem equipados, dada a realidade local que conhecemos. E lendo apenas isso, a impressão que dá é que esse esporte está nadando de braçada por aqui, não? Mas a realidade não é essa. Temos sim uma liga muito bem organizada e clubes com uma administração de pôr inveja em muito time de futebol, por exemplo, mas isso é apenas uma parcela da realidade. 
Qualquer pesquisa rápida no Google (ou em qualquer outro buscador de sua preferência) nos fará lembrar de nossos times e Seleções, que foram banidos ainda ano passado, ano das Olimpíadas no Rio de Janeiro, de todas as competições internacionais, devido a dívidas e a falta de compromisso apresentada pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB). A punição acabou sendo derrubada, mas isso apenas abriu as portas para mais um vexame do selecionado nacional, agora na Copa América, onde terminamos na triste sétima colocação, e com isso estamos fora dos Jogos Pan Americanos de Lima. No feminino, nossa última competição culminou com um quarto lugar na também Copa América, mas que não valeu nada para fins práticos. E não é por falta de talentos, pois poucas vezes na história tivemos tantos brasileiros "estrelados" jogando em alto nível, tanto no Brasil quanto também fora dele (ao menos para o masculino a afirmação é válida). E enquanto isso, nos débitos da Confederação, quanto mais prejuízo se procura, mais contas a pagar se encontram (talvez o NBB só dê certo mesmo por não ter vínculo direto com federação alguma).
Esses "aniversários redondos", como o da mega conquista do Brasil em 1987, que abre esta postagem, são ótimos para relembrarmos tempos áureos e encher o nosso peito de orgulho. Porém, são melhores ainda para fazermos um balanço, de onde estávamos e para onde fomos. A realidade não é a ideal, ainda mais quando na semana seguinte à "comemoração" desse título somos obrigados a ver, em todos os noticiários, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil sendo escoltado pela Polícia Federal. Não preciso nem dizer que não são tempos fáceis. E se o problema é a corrupção, sinto muito, mas não vamos nos livrar dela. Se dá para melhorar algo, eu não sei, mas sinceramente temo por outros esportes, como o vôlei, que a exemplo do basquete de décadas atrás, também nada de braçada no momento atual, e que infelizmente, conhecendo a realidade de nosso país, tem tudo para tomar o mesmo rumo do jogo da bola na cesta.