segunda-feira, 17 de julho de 2017

Doctor Who: Pode até não melhorar, mas vai surpreender




Já sabemos quem será o 13º Doutor. E como em Doctor Who o tempo nada mais é do que apenas um detalhe, o título desta postagem está no futuro, mas as surpresas começaram agora. O 13º Doutor (me permitam usar o termo em português, por favor), é uma mulher. A atriz Jodie Whittaker foi escolhida para suceder Peter Capaldi neste Natal (se você não entende nada de Doctor Who, pesquise por "regeneração"). É a primeira vez, em mais de 50 anos, que a série não sera protagonizada por um homem!
Claro que isso causou um enorme falatório entre os fãs - e também entre babacas que não têm sequer ideia do que seja Doctor Who, mas ainda assim querem vir dar palpite. A discussão, claro, veio em cheio na questão do sexo da nova Doutora (em português isso fica muito confuso, chamo de "Doutor" ou de "Doutora"?). Alguns argumentam usando a lógica da série, o que é muito bacana, enquanto outros querem debater usando apenas de sexismos, reduzindo tudo em "o Doutor é homem, logo, não poderia se transformar em uma mulher", sendo que o próprio seriado já mostrou em algumas vezes que isso é sim possível. Veja o Master/Missy, por exemplo, personagem de destaque, que passou pela mesma situação. 
Mas o que eu acho de tudo isso? Primeiramente, não vejo erro em achar que o Doutor deva ser pra sempre homem. Uma das principais características de Doctor Who, e uma das coisas que torna a série tão apaixonante, são as inúmeras possibilidades que ela oferece. As bases desse universo estão sim fincadas na televisão, mas Doctor Who também é quadrinho, é livro, é rádio drama, é filme e muitas outras coisas. Inúmeros autores já mexerem em na lógica de funcionamento do show, o que o faz ser muito mais do que só um programa de TV. Doctor Who é, e isso já fazem décadas, uma franquia multimidiática. E não, não estou falando de fanfics e outros trabalhos feitos por fãs, estou falando de obras escritas e interpretadas por grandes nomes, e tudo devidamente reconhecido como cânone ("história real") pela própria BBC (a dona da "franquia"). É óbvio que nessa miscelânea de opiniões e interpretações, deve haver muita coisa em que se basear para dizer que "não, o Doctor não pode ser mulher" (e ainda para explicar o porquê disso ter acontecido com outros personagens). Fonte para poder desenvolver sua opinião é algo que com certeza não falta, logo, o que não vale é querer dar piti usando de "lógicas do mundo real", pois não necessariamente elas vão servir para o mundo da ficção (e às vezes nem para o mundo real essas suas ideias servem, viu?). E eu acho super positiva essa regeneração. Primeiramente porque é algo que há muito já era pedido pelos fãs - e também debatido, já que essa discussão não é nova, vira e mexe aparece em todas as notícias de troca de ator -, mas também por ser algo bastante oportuno para os dias de hoje, quando questões de gênero passam a estar tão em voga por todos os lugares - apesar de eu estar torcendo muito para que a narrativa evite tocar de forma muito direta nesse assunto, para que ele não pareça com algo "sobrenatural" -, e por fim, e principalmente, porque isso é algo que eu tenho certeza que vem para mudar, novamente, toda a mitologia dos Senhores do Tempo (a espécie alienígena à qual o Doutor faz parte). 
Vale ressaltar que essa é uma opinião minha, mas eu acho que mais da metade da era Capaldi, essas duas últimas temporadas, principalmente, foi um tempo para ser esquecido na série. É como se algo acontecesse que ela tivesse "perdido a mão" (pera, mas perder a mão não é o 10th?), e, salvo por uns ou outros episódios - os fins de temporada encabeçam essas exceções -, Doctor Who se tornou uma grande confusão, cheia de coisas ficando por resolver e mistérios de demasiada complexidade que parecem se solucionar por mágica, fazendo com que o telespectador simplesmente tenha de, com cara de tacho, aceitar o que é proposto e ponto final. Há quem não veja problema, mas eu acho que as coisas não precisam ser desse jeito. Apenas a troca de showrunner (o cabeça do programa), saindo o já há muito contestado Steven Moffat para a entrada do cheio de expectativa (ao menos da minha parte) Chris Chibnall, já me fazia esperar ansioso pelo próxima ano, mas agora, com a imensidão de novidades que uma Doctor pode trazer, eu só posso estar contando os dias para rever a série que, sem exagero nenhum, de vários modos mudou a minha vida e o meu jeito de olhar para a realidade. E se for pra nos surpreender e de novo revirar tudo que já sabemos, que venha, e por favor, venha logo!

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