terça-feira, 4 de julho de 2017

VAR, o presente chegou ao futebol, e não há polêmica nenhuma nisso




Dentre todas os testes realizados nesta Copa das Confederações da FIFA, um merece um destaque especial, o do controverso árbitro auxiliar de vídeo ("VAR", na abreviatura em inglês). Vale lembrar que a função não debutou neste campeonato, já havia aparecido durante o Mundial de Clubes do ano passado e também na Copa do Mundo sub-20 deste ano, mas foi no torneio preparatório para o Mundial da Rússia que ele teve sua maior visibilidade. 
Apenas para informar os desavisados, a arbitragem de vídeo é composta por três ou quatro juízes que acompanham o jogo, por vários ângulos, em uma sala a parte do estádio. Servem para dar o veredito em lances duvidosos que possam comprometer a partida, como impedimentos que resultariam em gol e na marcação ou não de faltas dentro da grande área. É uma função polêmica pois muitos torcedores argumentam que o futebol precisa do "fator humano", aquele gerado no calor do momento, e que os erros fazem parte do jogo. Render-se à frieza das telas de computador é destruir boa parte do que torna o esporte tão apaixonante. Mas aí eu te pergunto, é parte da graça quando o prejudicado é o seu time? Ou a regra só valo para os outros? 
Eu mesmo já fui muito arredio para todas essas inovações que a FIFA vira e mexe aparece propondo. Lembro que até da tecnologia de linha do gol (aquela que faz exatamente o que o nome diz), testada na nossa Copa do Mundo, em 2014, eu fui crítico. Hoje acho que essas intervenções necessárias. O mundo está em constante mudança, por que o futebol tem que parar no tempo? O futebol só é o futebol que conhecemos hoje porque soube se adaptar às realidades externas. Só pra servir de exemplo, autorizou a profissionalização de atletas quando o esporte, em âmbito geral, era quase todo amador, inclusive peitando os organizadores das Olimpíadas a fazerem o mesmo, lá no começo do século XX. Passados quase cem anos, vemos o abismo que existe entre as outras modalidades e o futebol. Seja em número de aficionados pelo mundo, seja no tamanho das cifras que envolvem suas negociações, ou seja na importância de seu principal campeonato - o COI só se ateve à importância das profissionalizações ainda após a Segunda Grande Guerra. O Campeonato Mundial da FIFA se tornou a única competição, até os dias de hoje, em condições de bater de frente com os Jogos Olímpicos -. Não devemos fechar os olhos à História, ela é a prova de que se adequar é o único meio de continuar no topo. Concorrentes como o vôlei, o tênis e o futebol americano já usam de recursos eletrônicos para a conferência de lances, e ao menos aparentemente, não existe reclamação nenhuma para com eles. O quão "mágico" é o futebol, que precisa se tornar algo intocável? E vale uma última reflexão, numa sociedade cada vez mais cibernética, daqui a alguns anos, quão atrativo vai estar um desporto tão "analógico"?  
Lembrando que o modelo já começou a ser testado no Brasil. E já começou apresentando problemas ao andamento da partida, e depois foi decisivo para a decisão de um título. E independentemente de gostarmos ou não, é uma realidade que está aí, e é uma vamos ter que nos adaptar a ela (já tecnologia de linha do gol já nos foi descartada devido ao preço, vamos ter que nos contentar com essa mesmo, um pouco mais mais barata e bem menos eficiente).

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