sábado, 12 de agosto de 2017

O desenho mais esperado do ano




Quem está hoje na casa dos vinte e tantos anos com certeza vai se lembrar de um desenho da Disney que chegou a fazer bastante sucesso lá nos idos dos anos 1990 e 2000 (no Brasil). Uma família de patos que viajava pelo mundo em busca de "aventuras". Sim, DuckTales. E sim, o título do post não engana: a série animada de Tio Patinhas, Huguinho, Zezinho e Luizinho - Patrícia e Capitão Boing também - está de volta! 
Anunciado ainda ano passado, o reboot de Duck Tales me criou expectativa sem tamanho. Lembro muito pouco da versão clássica, é verdade, mas ao mesmo tempo em que as histórias me somem, ainda é impossível esquecer do quanto eu gostava desse desenho (deixar de lembrar do refrão da abertura também é muito difícil). E sabendo que estamos na era dos reboots e remakes, pra mim também não me é nenhuma surpresa o ressurgimento de mais uma produção que marcou época lá atrás pra agradar os adultos e suas nostalgias (essa galera que acha que nada que é feito hoje é bom. Eu particularmente os odeio). Mas não foi a saudade da animação antiga que me fez criar essa expectativa toda. O impacto de A Saga do Tio Patinhas (Life and Times of Scrooge McDuck, no título original) sobre mim o fez. 
Para quem não conhece, a obra em questão é como que uma biografia do Tio Patinhas - Scrooge McDuck, no seu nome em inglês -, escrita e desenhada pelo cartunista americano Don Rosa, após um estudo minucioso sobre toda a obra de Carl Barks, criador do pato mais rico do mundo. O compilado de histórias, publicadas entre 1992 e 1994 (portanto, posteriores ao DuckTales original) conta toda a história do personagem, desde a infância pobre na Escócia até a vida de quaquilionário em Patópolis. É um trabalho genial, praticamente uma aula sobre a conquista do oeste americano e um expoente da ideologia de progresso financeiro que pauta o cidadão estadunidense. Embora a parte ideológica não seja lá tão bem vista por muita gente, a parte histórica é riquíssima. Dadas todas as devidas licenças poéticas - ele não tem a obrigação de ser fiel à realidade, afinal -, a saga segue sendo uma história bastante crível, que dá ao pato uma humanidade que poucos personagens dos quadrinhos "infantis" talvez tenham. A quem se interessar, a editora Abril relançou A Saga do Tio Patinhas em 2015 no Brasil. É um livro em capa dura, muito bonito, mas que já adianto, conta com um preço meio salgado. Você ainda o deve encontrar em lojas online, bancas de revistas e livrarias. Eu recomendo, é muito bom mesmo.
Entender a mentalidade do protagonista e poder cruzar isso com o conteúdo da nova série me excita o suficiente. Os desenhos de hoje já não são apenas desenhos, como eram antigamente, feitos apenas para divertir, mas se tornaram obras de alta complexidade moral, filosófica, social, etc.. A sociedade da século da informação exigiu isso (embora as "crianças" nem sempre notem essa mudança), e não é um produto que já vem de uma carga tão enorme que vai fugir à regra. 
Caçar tesouros, para o pato pão duro, não é apenas caçar tesouros, é reviver seu passado de desbravador de América. Mas não se deixem enganar, Patinhas "McPato" continua sendo mais um endinheirado ganancioso que, para ficar ainda mais rico, usa e abusa de energia e mão de obra barata e infantil, com as tais "aventuras" sendo o pretexto para atrair seus sobrinhos. Claro que aos olhos do muquirana, também pode ser um método para educá-los, mas ninguém pode dizer que isso anula a primeira hipótese, nem tampouco que entender suas motivações não seja algo pra lá de envolvente. E é exatamente isso que estou esperando desse desenho - e tenho quase toda a certeza do mundo de que não vou me decepcionar.
A série já (re)estreou. Eu ainda não assisti, mas a Disney XD americana anunciou que hoje não exibirá mais nada além da estréia da animação. No Brasil, DuckTales ainda não tem previsão de chegada, e apenas a mérito de informação o que está passando agora nos Estados Unidos é um telefilme. A série regular estreia em 23 de setembro. 
E não havia outro modo de encerrar esse texto, senão com um alto e sonoro WOO-HOO: 


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