Tivemos a oportunidade, na noite de ontem, de assistir a outro show de horrores protagonizado por nossos deputados. Numa votação pra lá de estranha, onde o "sim" na verdade queria dizer "não", e o "não" parecia ser um "sim", tivemos o arquivamento de uma das várias denúncias contra o presidente Michel Temer. A que entrou em questão dizia respeito ao grupo J&F, de Joesley Batista, um caso de corrupção que tomava bastante espaço nos noticiários a até pouco tempos atrás, vocês devem se lembrar. Não vou entrar em detalhes porque isso virou uma bola de neve gigante, que depois começou a misturar com mais coisas, e que depois foram dividida em algumas outras denúncias, e no fim é tanta coisa, que não vale nem a pena eu ficar resumindo aqui (mas caso você ainda tenha a curiosidade, têm dois links aí em cima e o Google inteiro pra você poder se informar). O que importa nesse texto é: até quando o Brasil aguentar isso?
Sempre fui relutante em comprar o discurso de "pior crise da história do país", papagaiada bastante corriqueira na época do impeachment de Dilma Rousseff. E realmente, até aquele período, a crise, que ainda era resumida muito ao campo econômico, não tinha como ser a maior de nossa história. E ainda hoje, se formos falar só economicamente, por mais que estejamos sim numa situação pra lá de horrível, ainda não sei se dá pra colocar nossa era no topo desse ranking. Mas em compensação, politicamente...
Não que eu ache que o afastamento do atual presidente, assunto em pauta na eleição de ontem, fosse ajudar em qualquer coisa para a solução de nossos problemas - totalmente pelo contrário, acho que só abriria brecha para novas instabilidades surgirem -, mas parem para pensar, em que ponto chegamos? Temos um presidente, que não cabe a mim dizer se é ladrão ou não, no meio de um mar de lama, comprando deputados com "emendas parlamentares" à luz do dia, e que sequer pode ser investigado, porque um processo político, ou sei lá como chama isso, assegurado pela nossa Constituição, não o permitiu. E caso o espetáculo de ontem resultasse no contrário, e o mandatário do país fosse afastado para ser investigado, seu substituto seria alguém tão imerso quanto no mesmo mar de lama.
É duro falar, mas a verdade é que não temos para onde correr. Talvez não estejamos vivendo nossa pior crise econômica, mas não seria ousadia nenhuma supor que estamos sim, vivendo nossa pior crise política - e crises políticas inferem diretamente na economia -. Como historiador desempregado, sei que já passamos por várias crises - elas fazem parte do sistema, afinal -, e que escalonar uma a uma é uma tarefa difícil, mas não tem como não afirmar que nossa situação é desanimadora. E eu gostaria muito de ver uma luz no fim do túnel. Mas não consigo (e nem me venham me falar em "diretas", ou "2018", porque eu não caio nessa).
Sempre fui relutante em comprar o discurso de "pior crise da história do país", papagaiada bastante corriqueira na época do impeachment de Dilma Rousseff. E realmente, até aquele período, a crise, que ainda era resumida muito ao campo econômico, não tinha como ser a maior de nossa história. E ainda hoje, se formos falar só economicamente, por mais que estejamos sim numa situação pra lá de horrível, ainda não sei se dá pra colocar nossa era no topo desse ranking. Mas em compensação, politicamente...
Não que eu ache que o afastamento do atual presidente, assunto em pauta na eleição de ontem, fosse ajudar em qualquer coisa para a solução de nossos problemas - totalmente pelo contrário, acho que só abriria brecha para novas instabilidades surgirem -, mas parem para pensar, em que ponto chegamos? Temos um presidente, que não cabe a mim dizer se é ladrão ou não, no meio de um mar de lama, comprando deputados com "emendas parlamentares" à luz do dia, e que sequer pode ser investigado, porque um processo político, ou sei lá como chama isso, assegurado pela nossa Constituição, não o permitiu. E caso o espetáculo de ontem resultasse no contrário, e o mandatário do país fosse afastado para ser investigado, seu substituto seria alguém tão imerso quanto no mesmo mar de lama.
É duro falar, mas a verdade é que não temos para onde correr. Talvez não estejamos vivendo nossa pior crise econômica, mas não seria ousadia nenhuma supor que estamos sim, vivendo nossa pior crise política - e crises políticas inferem diretamente na economia -. Como historiador desempregado, sei que já passamos por várias crises - elas fazem parte do sistema, afinal -, e que escalonar uma a uma é uma tarefa difícil, mas não tem como não afirmar que nossa situação é desanimadora. E eu gostaria muito de ver uma luz no fim do túnel. Mas não consigo (e nem me venham me falar em "diretas", ou "2018", porque eu não caio nessa).
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