Pra quem acompanhou um mínimo que fosse das notícias relacionadas ao Pan de Toronto, ou talvez até mesmo esses noticiários de (sub)celebridades, com certeza já identificou pelo vídeo acima sobre o que vou falar. A saltadora Ingrid Oliveira, da equipe brasileira de saltos ornamentais que disputa o continental no Canadá. Antes mesmo do início da competição, Ingrid recebeu vários tipos de assédio por ter postado em suas redes sociais esta foto:
Longe de mim achar que o problema com a internet tenha sido o culpado por sua performance, tampouco acho que Ingrid foi mal em suas provas, totalmente pelo contrário, por ser uma atleta nova, disputando com grandes estrelas dos saltos, vindas de países com tradição nesse esporte, errado já seria eu chegar esperando que a moça iria voltar para o Brasil com uma medalha ouro no pescoço. Tanto ela como Giovana Gomes, sua parceira, estão se saindo muito bem na competição, muito bem mesmo, e não é um salto isolado que mudaria isso (tanto que no dia desse salto de pontuação zerada, ela conseguiu nos próximos saltos a recuperação para disputar as finais do dia seguinte).
Longe de mim achar que o problema com a internet tenha sido o culpado por sua performance, tampouco acho que Ingrid foi mal em suas provas, totalmente pelo contrário, por ser uma atleta nova, disputando com grandes estrelas dos saltos, vindas de países com tradição nesse esporte, errado já seria eu chegar esperando que a moça iria voltar para o Brasil com uma medalha ouro no pescoço. Tanto ela como Giovana Gomes, sua parceira, estão se saindo muito bem na competição, muito bem mesmo, e não é um salto isolado que mudaria isso (tanto que no dia desse salto de pontuação zerada, ela conseguiu nos próximos saltos a recuperação para disputar as finais do dia seguinte).
"Mas por que você está falando desse salto, se afinal, ele não fez diferença nenhuma na atuação da atleta?" - Simples, a repercussão dele ilustra bem sobre o assunto que quero abordar: Machismo e assédio na internet.
Ela não é a primeira, nem será a última a sofrer desse tipo de abordagem. A internet é cheia de usuários que "se especializam" apenas nisso, em fazer comentários maldosos para as pessoas. Esses geralmente nem mostram a cara, se escondem atrás de perfis fakes para poderem continuar praticando tais coisas. Outras comentam meio que sem a maldade especificamente dita, mas comenta como se fosse algo normal, se esquecem, ou não pensam, que nem tudo que é comum, necessariamente tem de ser normal. Outros totalmente sem noção, num caso como esse, acham que estão elogiando a pessoa do outro lado. De fato que nem todo mundo está preparado para esse tipo de abordagem, e se engana quem acha que é por causa de que está na internet que isso não abala. Abala sim, e abala muito! É outra pessoa falando de você afinal, independente de que você a veja ou não. Se torna aquele conflito do real e do virtual, do público e do privado, e de todos esses problemas que a internet e as redes sociais nos trouxeram, que se abrem em um leque de discussões, que acho que não vem ao caso serem tratadas de forma específica aqui e agora. Esse tal excesso de liberdade que a internet nos oferece, que acaba sendo tratado como libertinagem pra muita gente, que pelo jeito se esquece de que libertinagem nenhuma é boa, seja pra quem for. Exemplo disso está aí, que recentemente várias manifestações de racismo andaram surgindo para com personalidades da mídia nas redes sociais. E pra quem diz que no Brasil não existe racismo nem machismo, apenas pensem: Se isso acontece com jornalistas da Globo e atletas federadas, o quanto não deve acontecer com pessoas anônimas também?
E em se tratando desse episódio em especial, vale falar que sempre achei portais esportivos da internet muito machistas. Às vezes pareço implicar mais com um deles em especial, mas todos tem a mesma mania de pegar aquela atleta, ou aquela namorada de jogador, e fazer uma galeria de fotos "toda especial" com as moças de biquini ou aquele vestido justíssimo, como se mulheres, dentro do esporte, fossem apenas deleite para os olhos, não atletas assim como os homens também são. Acho que se quisermos mudar de vez essa mentalidade, talvez seja de cima para baixo que isso deva começar.
E por fim, no que isso tudo resultou? EM UMA MEDALHA DE PRATA NO SALTO DE DUPLAS SINCRONIZADO:
Ela não é a primeira, nem será a última a sofrer desse tipo de abordagem. A internet é cheia de usuários que "se especializam" apenas nisso, em fazer comentários maldosos para as pessoas. Esses geralmente nem mostram a cara, se escondem atrás de perfis fakes para poderem continuar praticando tais coisas. Outras comentam meio que sem a maldade especificamente dita, mas comenta como se fosse algo normal, se esquecem, ou não pensam, que nem tudo que é comum, necessariamente tem de ser normal. Outros totalmente sem noção, num caso como esse, acham que estão elogiando a pessoa do outro lado. De fato que nem todo mundo está preparado para esse tipo de abordagem, e se engana quem acha que é por causa de que está na internet que isso não abala. Abala sim, e abala muito! É outra pessoa falando de você afinal, independente de que você a veja ou não. Se torna aquele conflito do real e do virtual, do público e do privado, e de todos esses problemas que a internet e as redes sociais nos trouxeram, que se abrem em um leque de discussões, que acho que não vem ao caso serem tratadas de forma específica aqui e agora. Esse tal excesso de liberdade que a internet nos oferece, que acaba sendo tratado como libertinagem pra muita gente, que pelo jeito se esquece de que libertinagem nenhuma é boa, seja pra quem for. Exemplo disso está aí, que recentemente várias manifestações de racismo andaram surgindo para com personalidades da mídia nas redes sociais. E pra quem diz que no Brasil não existe racismo nem machismo, apenas pensem: Se isso acontece com jornalistas da Globo e atletas federadas, o quanto não deve acontecer com pessoas anônimas também?
E em se tratando desse episódio em especial, vale falar que sempre achei portais esportivos da internet muito machistas. Às vezes pareço implicar mais com um deles em especial, mas todos tem a mesma mania de pegar aquela atleta, ou aquela namorada de jogador, e fazer uma galeria de fotos "toda especial" com as moças de biquini ou aquele vestido justíssimo, como se mulheres, dentro do esporte, fossem apenas deleite para os olhos, não atletas assim como os homens também são. Acho que se quisermos mudar de vez essa mentalidade, talvez seja de cima para baixo que isso deva começar.
E por fim, no que isso tudo resultou? EM UMA MEDALHA DE PRATA NO SALTO DE DUPLAS SINCRONIZADO:
Parabéns às meninas do Brasil!!!
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