sexta-feira, 19 de maio de 2017

Era Uma Vez Uma História, o programa de HISTÓRIA da Band


imagem: Band.com.br

Talvez dê pra dizer que a História está em alta nas grandes emissoras de TV aberta do Brasil. Novo Mundo e Os Dias Eram Assim, duas produções de época exibidas simultaneamente encabeçam, na Globo, essa tendência - que com certeza é temporária -, enquanto o SBT, em parceria com o canal pago Comedy Central, exibe "A História Bêbada", quadro semanal dentro do talk show de Danilo Gentili que coloca humoristas para narrar fatos históricos sob o efeito de álcool (não sei nem se dá pra considerar isso como História, mas já que tá aí). Mas não nenhum desses aí se compara ao programa que quero destacar. Era Uma Vez Uma História, da TV Bandeirantes, é hoje com toda a certeza o melhor programa do gênero que você vai assistir. Nele, a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, professora da Universidade de São Paulo (USP), apresenta, na companhia de Dan Stulbach, a história do Império do Brasil, começando lá em 1808, com a família real desembarcando em terras tupiniquins, até o golpe (ê palavrinha) de 1889, que deu origem à nossa República, sistema perdurante até hoje. 
Em quatro episódios, a Band oferece um grande documentário, que trata de um período muito conturbado e pouco estudado da História do país, de uma forma leve, descontraída, até muito divertida, diria eu, intercalado com rápidas piadas e animações que muito lembram as do finado CQC - apresentado pelo mesmo Dan Stulbach em sua última temporada. Com cara de superprodução, ainda mais levando em conta a crise financeira que está aos poucos acabando com o canal, Era Uma Vez usa como locações os cenários reais dos acontecimentos, no Brasil e em Portugal, misturados com ótimos figurinos e igualmente bons atores, mostrando que sim, dá pra fazer documentário em TV aberta, dá pra contar histórias, sendo pedagógico, sem ser "chato" - e principalmente não menosprezando a inteligência de quem assiste (aí ó, SIMBA, o exemplo). Não sei se dá pra dizer que a emissora do Morumbi chegou "quebrando barreiras" na televisão com essa série, mas se tratando de Band, de todo modo estou surpreso. Como telespectador, fico na expectativa de uma segunda temporada; já como historiador, ah, vocês não tem noção do quanto fiquei contente. 
Disponibilizo na sequência toda a série na íntegra, divulgada nos canais oficiais do próprio Grupo Bandeirantes. Como cada capítulo foi dividido em duas partes, e a fim de não deixar a publicação muito longa, incorporo no blog a parte 1 de cada programa, com o link da parte 2 logo abaixo de cada um dos vídeos. Tenham bom proveito: 

A estreia narra a chegada da família real portuguesa ao Brasil e as mudanças arquitetônicas, estruturais e sociais para transformar o Rio de Janeiro na capital do Império. A brecha para o segundo capítulo é o surgimento de movimentos independentistas mais sérios e organizados no nordeste do país:

parte 2

O segundo programa começa na Revolução Constitucionalista de 1820, a Revolução do Porto, em Portugal, resultando na volta Dom João VI a Lisboa. Continua através da independência do Brasil, passa elaboração de nossa primeira Constituição e vai até a fuga de Pedro I a seu país de origem, deixando por aqui, assim como seu pai também já deixara, o herdeiro do trono:


O terceiro episódio da série trata do período de regência e inicia o segundo reinado, com o golpe da maioridade e a ascensão de Dom Pedro II ao cargo de Imperador do Brasil. Vai até a Guerra do Paraguai, pincelando por esse meio de caminho o boom do café e o projeto de criação da nossa identidade nacional:


parte 2

O último capítulo, como não podia ser diferente, traz a transição do Império para a República, mas não sem antes passar por "todos" os problemas, principalmente os de origem escravocrata/abolicionista, que ajudaram a forçar o fim desse período na História do Brasil. 




E pra encerrar, a entrevista da historiadora ao programa Canal Livre, também da Band, no domingo anterior à estreia de Era Uma Vez Uma História. Nele, Lília não só divulga o programa, mas também fala de seu trabalho e sobre o como a História deve ser pensada. O que aliás, foi desde o início a intenção da série, não apenas apresentar fatos históricos de maneira cronológica, mas instigar o telespectador a, através das informações, pensar sua realidade. E hoje precisamos tanto disso:

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