vídeo: © TV TEM 19/04/2017
E a resposta é NÃO! É para o Oeste estar estreando neste exato momento na Série B do Brasileiro, em jogo fora de "casa" contra o Paysandu. E se eu estou mandando minhas energias positivas para o time? Nem mesmo estou interessado em olhar o placar. Me permitam falar como oestino, como itapolitano, por favor. Já torci muito pelo Rubrão, você que me acompanhava nos primórdios deve se lembrar de minhas postagens, cheias de euforia, falando do clube aqui no Blog (2011, outros tempos, outra cabeça), mas seja eu, ou seja o torcedor que for, tenho certeza que jamais vai apoiar um time que troca de cidade - e se apoiar é porque não é torcedor (nem itapolitano).
Antes de tudo, vou contar a história do começo: Oeste mandava seus jogos no Estádio dos Amaros, propriedade da Prefeitura de Itápolis. O estádio é uma porcaria, desculpem dizer, mas é, e desde que o time da cidade - o tal "Oeste", pra quem ainda está perdido - subiu pela segunda vez para a primeira divisão do Campeonato Paulista (2008, para jogar em 2009), o campo se tornou um problema - até então não era. De forma gradual, começaram a banir os grandes do estado de jogarem aqui, a seguir passou-se a interditar sessões específicas de arquibancada, e que quando se viu, o time "já" estava proibido de mandar qualquer partida em seus domínios. A interdição total veio em 2015, quando a equipe já estava na segundona do Campeonato Brasileiro. A primeira troca de cidade também veio neste ano. A ameaça já vinha desde muito antes por parte dos dirigentes (os mesmos que não cansaram de discursar, após as mudanças, que "o Oeste ainda é de Itápolis"), mas quase nada se fazia a respeito, fosse algo da parte deles ou da parte da poder público. Pra não dizer que nunca nada de relevante foi feito, a melhor reforma veio para 2016, a partir de uma união entre esses dois, a torcida e alguns empresários. Mas também não adiantou nada. Ao fim da Série A2 desse ano a TV TEM (afiliada Rede Globo na região de Bauru, responsável pela cobertura de Itápolis) anunciara que o presidente do Oeste nem mais aceitava a nomenclatura "de Itápolis" na hora de se referir ao time. A partir disso era oficial - como se já não fosse antes -, o Oeste Futebol Clube não era mais de Itápolis.
Antes de tudo, vou contar a história do começo: Oeste mandava seus jogos no Estádio dos Amaros, propriedade da Prefeitura de Itápolis. O estádio é uma porcaria, desculpem dizer, mas é, e desde que o time da cidade - o tal "Oeste", pra quem ainda está perdido - subiu pela segunda vez para a primeira divisão do Campeonato Paulista (2008, para jogar em 2009), o campo se tornou um problema - até então não era. De forma gradual, começaram a banir os grandes do estado de jogarem aqui, a seguir passou-se a interditar sessões específicas de arquibancada, e que quando se viu, o time "já" estava proibido de mandar qualquer partida em seus domínios. A interdição total veio em 2015, quando a equipe já estava na segundona do Campeonato Brasileiro. A primeira troca de cidade também veio neste ano. A ameaça já vinha desde muito antes por parte dos dirigentes (os mesmos que não cansaram de discursar, após as mudanças, que "o Oeste ainda é de Itápolis"), mas quase nada se fazia a respeito, fosse algo da parte deles ou da parte da poder público. Pra não dizer que nunca nada de relevante foi feito, a melhor reforma veio para 2016, a partir de uma união entre esses dois, a torcida e alguns empresários. Mas também não adiantou nada. Ao fim da Série A2 desse ano a TV TEM (afiliada Rede Globo na região de Bauru, responsável pela cobertura de Itápolis) anunciara que o presidente do Oeste nem mais aceitava a nomenclatura "de Itápolis" na hora de se referir ao time. A partir disso era oficial - como se já não fosse antes -, o Oeste Futebol Clube não era mais de Itápolis.
O Estádio dos Amaros, sem condições de receber jogos imagem: Prefeitura Municipal de Itápolis |
Sou nascido e crescido em Itápolis, conheço a relação - pro amor e pro ódio - da cidade e o time. Virar as costas e ir embora desse jeito é quase que um crime - além de um suicídio. Quando eu falo por mim, minhas primeiras lembranças do Oeste são todas junto do meu pai, fosse com o rádio em cima da mesa, fosse no muro da casa da minha avó (ela morava do lado do estádio), fosse nas arquibancadas do estádio - sempre após o segundo tempo, que a entrada era de graça. E eu tenho certeza que esse tipo de experiência não é só minha. Os times de interior têm "torcida hereditária", se sustentam de histórias afetivas, físicas, familiares, são diferentes dos times grandes (basta pensar que a grande maioria de corinthianos espalhados pelo estado de SP nunca viu o Corínthians ao vivo. E a maior parte dessa grande maioria com toda certeza jamais verá). Não se entende um time pequeno sem esse contato. Mas no fim, o que tomamos foi uma rasteira. Quando finalmente pudemos ver nosso Oeste figurar entre os altos escalões do futebol, a ganância de meia dúzia, contra nós, falou mais alto. Reconheço as circunstâncias, realmente, se não tem onde jogar, também não tem o que fazer, alguma solução ia ter que ser tomada. Dá pra dividir a culpa entre a Prefeitura, que deixou a situação se arrastar, e a Federação, que faz exigências de Copa do Mundo? Dá, claro que dá, só que de maneira nenhuma podemos que amenizar a responsabilidade que o clube também teve sobre isso. Anos e anos vivendo de ameaças e boatos - ficou clara a falta que faz uma imprensa de verdade aqui em Itápolis -, sem nenhuma justificativa legítima dos dirigentes. Sequer tínhamos certeza do nome do time. Ter ou não ter o Oeste havia se tornado um caso de mística, lenda, de fofoca. Hoje temos uma resposta, mas vinda através da televisão (até agora ninguém falou nada de nada de forma oficial por aqui). De uma forma ou de outra, todos já sabíamos que o desfecho ia acabar sendo esse. Não sou da galera do "vender uma história de noventa e tantos anos", sei que não é assim que as coisas funcionam no "mundo dos adultos", só que tudo o que sustenta o porquê de existir de um time de interior, não é em Barueri, não é em Osasco, não é em Presidente Venceslau, que a diretoria vai encontrar; isso o Oeste só vai achar aqui, na cidade dele, tenha o time noventa, oitenta, cem, quinze ou dez anos.
Acertar a transferência definitiva pra outra cidade, não tenha dúvida, foi um mega tiro no pé (Guaratinguetá e Grêmio Barueri que o digam). Mas por outro lado, talvez Oeste também seja um retrato do "novo futebol", afinal. Já havia era um time de empresário, isso há muito tempo, só não via quem não queria - nunca foi "patrimônio de Itápolis", como muitos insistem até hoje em dizer -, e assim como Água Santa, Taboão da Serra, Red Bull, Audax e esses outros "times estranhos", que a trancos e barrancos seguem nadando de braçada pelas divisões do futebol paulista, a equipe itapolitana também progredia. Noroeste, América de Rio Preto, Marília e outros times tradicionais foram parar aonde, tentando manter suas "democracias"? Oeste estava dando mais do que certo, mentiroso é quem diz o contrário, mas isso a custo de que?
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