sexta-feira, 30 de junho de 2017

TEORIA: O Universo de Terror da Globo

imagem: Divulgação

Não é uma unanimidade, mas muitas pessoas já notaram que as séries da Globo se interligam em algum momento. Nada que interfira diretamente em suas histórias, mas pelo menos entre as obras de comédia é comum vermos referências e citações de umas nas outras (principalmente com as séries "fixas", que até ano passado eram exibidas às terças e quintas na primeira faixa pós novela e iam de abril/maio até setembro. Esse ano já não tivemos duas séries de temporada cheia, apenas Mister Brau às terças). As novelas das sete também fazem isso, mas só no último capítulo. Mas, e se essa correlação também existisse entre outros folhetins? E se a Vênus Platinada estuda criar um "universo de terror", mais ou menos aos moldes do Universo Marvel, a partir de seus seriados? Alguns elementos me fazem pensar isso. 
Já falei no meu último texto de uma sequência recente de produções globais num estilo mais "dark", que teria começado com Amorteamo (2015), seguiu com SuperMax (2016) e, até o presente momento, está encerrada/pausada em Vade Retro, série que teve seu desfecho na noite de ontem (leia a postagem aqui). Todas esses seriados têm uma temática fortemente ligada ao sobrenatural e contam histórias muito fechadas nelas mesmas, com começo, meio e fim bastante definidos, o que dificultaria a inserção de uma segunda temporada. Porém, ao mesmo tempo, todos terminam com um gancho enorme para uma possível continuação. Eu sei que isso parece meio contraditório, mas vai ser explicado lá na frente. E ah, outra coisa, vai ser difícil falar dessa teoria sem dar spoilers das obras, portanto, estejam avisados, e continuem a leitura por sua conta e risco. 
Comece o universo esquecendo de Amorteamo. Ao menos por enquanto, o triângulo amoroso de Malvina, Lena e Gabriel não se encaixa nessa teoria. Ou eu não reparei em nada que permita a ligação. Se você viu algo que eu não vi, sua contribuição será muito bem recebida ali embaixo, na caixa de comentários. E lembrando, nada impede que um ponto de sequência não vá ainda acontecer lá na frente. 
A teoria começa então em SuperMax, o reality show que se transforma num insano embate com uma criatura autodenominada "Baal", que teria se originado de um experimento biológico que, ao menos em tese, não saiu como o planejado, e deu origem a um vírus, que "bestializaria" seus infectados, no interior do Acre. A série deixa várias pontas soltas, em especial os pormenores quanto ao tal vírus, mas nos permite algumas conclusões: existe uma conspiração governamental acerca desse experimento. O Exército Brasileiro é autorizado a executar qualquer um que tenha contato com esse microorganismo - e isso inclui até celebridades. Dos doze personagens que iniciam a série, apenas dois sobrevivem, de um deles, não temos o paradeiro, já o outro, sabemos que se torna o próximo "Baal". E a cena da transformação é a última da série, que sim, pede uma segunda temporada, tem muita coisa a ser esclarecida e um fator de "ciclo contínuo" que poderia muito bem ser explorado. Mas nada disso com o formato de Super Max. O conceito de cadeia, programa de TV, participantes, se exauriu. O que não impediria uma continuação aos moldes de Tropa de Elite 2, por exemplo, mas a baixa audiência nem me fez ter esperança. Ficou faltando resolver o problema da produtora do reality, a origem do experimento, da relação do Governo com o incidente, mas tudo isso poderia ter ficado no ar e essa seria só mais um seriado com final em aberto, se não fosse esse tweet de José Alvarenga, criador e diretor da série, no Twitter do Gshow (portal de entretenimento da Globo): 


A série está às vésperas de completar um ano de exibição, e como esperado, nada de segunda temporada, mas esses pássaros voltaram em Vade Retro
Contextualizando, o que é o "mistério dos pássaros"? Em SuperMax, logo nos primeiros episódios, os personagens começam a encontrar pássaros mortos próximos aos muros do presídio, e observam que os animais não vieram a óbito de forma natural, eles se chocavam contra a parede e/ou as cercas de uma maneira muito estranha. Infelizmente eu não encontrei vídeos dessas cenas, mas se você for assinante Globo Play, pode conferi-las nas íntegras disponibilizadas pela plataforma, começando aos sete minutos do capítulo 02 (têm outras, mas quiser ver, você que procure). Os pássaros eram meio que precursores do mal, apareciam para deixar o recado de que algo estranho estaria acontecendo. Na série desse ano, eles aparecem no mesmo contexto. Batendo estranhamente em superfícies sólidas (nesse caso, as janelas), sempre em momentos  altos de acontecimentos paranormais, como você pode ver aqui e aqui. E assim como na primeira ocasião, as aves simplesmente aparecem e não há nenhuma explicação para elas. Se estão dentro do mesmo contexto, eu não posso afirmar, mas a coincidência é muito grande. 
Mais coincidências: ambas as produções contavam com vilões que flertavam diretamente com algum personagem do sobrenatural, Baal, um deus "pagão" de vários povos da antiguidade, amplamente citado na Bíblia, e Abel Zebu, que se dizia o próprio Diabo (e no final, ao menos para mim, se comprovou ser). As duas também fecham suas histórias de maneira a dificultar muito uma segunda leva de episódios com aqueles personagens e aquela dinâmica, mas terminam com um gancho que permite sim uma continuação mais adiante - ou com um desfecho para que você imagine o resto. O final de SuperMax eu já contei, mas o de Vade Retro ainda não: o último capítulo, do ventre de Celeste, a protagonista, vem ao mundo o anticristo. Notam a semelhança? Temos dois "demônios" deixando pontas soltas nos seriados.
Continuo: apesar dos problemas com o fisco, Abel era um cara rico, muito rico, de forte influência na sociedade e com projetos na área da indústria de procedência pra lá de duvidosa. Por que não supor tenha dedo deste personagem envolvido nos testes da Floresta Amazônica que deram errado? E o Lágrima de Mefisto, rubi disputado por quase todo mundo na trama? Seria tão importante "só" pelo seu valor em dinheiro (U$ 60.000.000,00), ou teria algo a mais? Lembrando que "Abel" voltou a nosso meio no fim do episódio final. 

Por fim, existem muitas coisas que me fazem crer na possibilidade de um universo interligado. Além da coincidência tremenda de uma onda de produções nesse gênero do terror (que variam entre a comédia e o drama, mas ainda colocados dentro do mundo do terror), pontas soltas e elementos que se repetem dentro das obras fazem essa teoria parecer sim muito plausível. Embora não apresentem lá uma grande audiência ou uma super repercussão - o que me faz apostar muito alto no fim dessa sequência -, eu torço muito para que esse universo não seja só um desvaneio da minha cabeça, e que a Globo dê mesmo continuidade a ele. Nossas séries têm potencial, não existe um porquê de duvidar de um ótimo trabalho nessa linha. Temos aí Baal e um mistério não desvendado no interior da maior floresta do planeta, além de uma criança que é nascida e já está sendo sondada pelo (suposto) próprio Satã. E eu quero ver o fim dessa história!



Ressaltando, esta é apenas uma TEORIA - que eu tenho certeza que não vai viralizar. Não existe nenhuma confirmação por parte da emissora, atores, produtores ou da mídia especializada acerca da confirmação das ideias divulgadas neste post. Concordar ou não com elas é uma escolha apenas sua. 

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A Globo declarou guerra contra os evangélicos... Mas eles não estão nem ligando!



Não, não estou aqui pra falar da tal "propaganda gay" que tantas alas religiosas tanto acusam os globais de fazer. E se fosse pra falar disso eu com certeza nem no assunto tocaria, não vale a pena levantar polêmica pra esse tipo de discurso ignorante (sim, porque é isso que isso é). O ponto que quero levantar vai pro campo místico mesmo. Duas séries recentes da Globo, SuperMax, acima, e Vade Retro, abaixo, me instigaram por tocar em um assunto diretamente ligado à fé cristã. A primeira fala de um reality show ambientado em uma cadeia de segurança máxima no meio da Floresta Amazônica, onde criminosos reais concorreriam a um prêmio, seriam votados pelo pessoal de casa, a estilo Big Brother. Mas a trama começa de verdade quando esses participantes se veem abandonados no lugar e tem que se virar sozinhos para sair de lá. ### ALERTA DE SPOILER (só que é um spoiler que vocês precisam saber pra continuar no texto, acho que vocês deviam ler) ### Mais adiante na série, eles se descobrem prisioneiros de uma "entidade" auto proclamada Baal, mesmo nome de um ídolo assírio-babilônico bastante citado na Bíblia. A série conta com um padre, condenado injustamente, que abandona larga a batina diante das dificuldades da cadeia ### FIM DO SPOILER ###. Um seriado muito bom, gerou um jogo de celular e até uma versão para o mercado hispânico, mas peca pelo excesso de complexidade, além de deixar muitas pontas soltas (meu próximo post provavelmente vai falar disso). A segunda produção trás a história de uma advogada meia boca que, por ter sido beijada por João Paulo II - sim, eles não fazem nem questão de disfarçar - quando bebê, é procurada por um homem que se diz o Diabo. Se ele é ou não é, vou deixar que vocês mesmos tirem suas conclusões hoje a noite (ou a hora que quiserem na Globo Play). A série mistura vários elementos da cultura pop do terror, mas também vem com várias simbologias religiosas. O último capítulo vai ao ar lá pelas 23 e tanto, e vai fechar uma série mediana. Bons personagens, bons atores - Mônica Iozzi maravilhosa no papel de Celeste, tá perdoada por ter deixado o Vídeo Show -, boa história, mas errou apostando no populacho e no excesso de piadas prontas de forma exaustiva. Consegue se salvar nos seus dois últimos capítulos. Nesse assunto, destaque para a mãe da protagonista, uma senhorinha "beata" que dá bastante trabalho para o vilão. Sim, eu sei que são coisas que em tese ofenderiam católicos também. Aliás, ofenderiam muito mais os católicos, isso é quase um ataque direto, mas católico tá pouco se ferrando pra essas coisas. Na verdade, pra católico você pode falar o que quiser, que a maioria não vai nem ligar, então já adiantei no título que o público alvo é o evangélico mesmo. 
Ambas as séries mexem diretamente com o tema "demônio" (no "sentido século XXI" da palavra). Sim, não é nada social, nada que faça grande diferença no dia a dia das pessoas, mas é um tema que mexe com pessoas mais sensíveis. Mas entre religião, Cristianismo e demonologias, afinal, por que a Globo resolveu "atacar" esse público (não vou entrar em argumentação de Record porque isso, pra mim, é algo que já está mais do que ultrapassado)? Simples, eles dão repercussão. E muita repercussão. Não é necessário muito tempo de internet para ver que não existe nada mais barulhento do que crente (ser vizinho de uma igreja às vezes ajuda a ter essa noção também). E não uso o termo de maneira maldosa, totalmente pelo contrário. Acho que neopentescostais souberam historicamente fazer um tão bom uso dos meios de comunicação, que adentrar à era da internet, para eles, foi de uma facilidade sem igual. Nas redes sociais é comum vermos causas levantadas por este grupo que rapidamente ganham força (fica a seu julgo definir se isso é bom ou ruim), gerando debates entre seus apoiadores e opositores. Independentemente do posicionamento, algo é fato, falar com o evangélico é garantia de publicidade. Ou ao menos deveria ser. 
Essas recentes produções "dark" da Globo, talvez à exceção de Amorteamo, série de 2015 que não tinha nada de polêmica (e ainda era super bonitinha), foram fiascos de audiência e repercussão. No caso de Vade Retro, o fiasco deve ter sido tão grande que a série até mudou de horário. E nem no Twitter, rede social que se tornou oficial aos que veem TV, se observa qualquer sobrevida à série de Mônica Iozzi e Tony Ramos (acho até que ela foi encurtada em razão disso). Está tudo muito silencioso, e esse silêncio está me assustando. E ao núcleo de teledramaturgia do (antigo) PROJAC, ainda mais! Por mais que seja "vantajoso" usar dessa citada estratégia, é algo que ainda tem seus riscos. E esses riscos podem ser letais para uma obra de massas. O (neo) protestantismo é a denominação religiosa que mais cresce no Brasil e tem grande apelo entre os jovens, justamente o maior público consumidor de séries em geral, e de quebra, são os protagonistas do meio virtual que propaga esse formato. Caso sua experiência dê certo, tudo bem, um pouco de lenha na fogueira não vai fazer mal - contanto que não exagere, e nem fique só nisso. Mas se ela der errado, contar com a reprovação de quase metade do país vai ser uma coisa nem um pouco bacana. E se, mesmo com o auxílio desse tipo de artimanha, na maior emissora do continente, seu produto tenha se saído um fracasso sem nenhum bafafá nem proposta de boicote dessa galera - que é que eu penso ser essas duas situações -, acho que é hora de rever a divulgação desses seus seriados (aliás, um desabafo: sempre quis entender o porquê do brasileiro idolatrar tanto a série estrangeira e condenar tanto a nacional, e quase sempre sem sequer assistir as nossas).
Vale ressaltar que não estou aqui pra criar ou reforçar nenhuma teoria da conspiração sobre uma Globo satanista ou qualquer outra coisa do tipo. Acho totalmente sem nexo essas histórias (até porque, eu sou católico, então...), mas uma coisa dá pra afirmar, e isso eu tentei deixar claro nesse texto, na era de redes sociais, comunicação instantânea e polarização extremada, escolher um lado é essencial. O que não quer dizer que a emissora esteja posicionada contra os cristãos, mas tê-los como "adversários", em vários momentos, é o mesmo de tê-los como aliados (e isso serve pra todo tipo de binarismo, viu "direita x esquerda"?). 


terça-feira, 27 de junho de 2017

O novo reality da Record é o limite de onde a TV pode chegar


Já assistiram ao Ensaio Sobre a Cegueira, filme de Fernando Meirelles baseado no livro de mesmo nome do português José Saramago? Se não, assistam, é muito bom. A sinopse básica é a seguinte, surge um fenômeno misterioso que deixa todas pessoas de um determinado lugar - ou até do mundo inteiro - cegas. As vítimas dessa "doença" começam a ser então encarceradas, aos poucos, em uma espécie de manicômio, na tentativa de evitar a proliferação dessa cegueira. As cenas que se seguem à isso são deploráveis, perturbadoras. Quando eu li a sinopse de A Casa, ainda no começo desse ano ou final do ano passado (nessa época, nem o nome para o Brasil o projeto tinha recebido ainda), as imagens desse filme foram as primeiras que me vieram à cabeça. 
O programa em questão é um reality show holandês (não, não é um formato brasileiro, antes que comece o mimimi) adquirido pela Record TV - detesto essa ordem de palavras - que propõe o confinamento de 100 pessoas em uma casa de padrões "normais", ou seja, construída para abrigar três ou quatro pessoas (quatro, no caso da nossa versão). Debaixo desse indigesto teto, essa gente toda é obrigada a disputar comida, produtos de higiene, água, roupa de cama e quaisquer outros itens básicos. Algo desumano! A recompensa ao ganhador é a bagatela de um milhão de reais, menos o que foi gasto na casa. Sim, além de você não ter nada, ainda é motivado a adquirir menos ainda para não esgotar seu prêmio. 
Não sou do cara que critica filme, série ou programa sem antes assistir, mas caramba, como não vou ter uma opinião negativa disso? A Casa viola todo e qualquer direito básico do ser humano. Você não tem espaço adequado, não tem alimento suficiente, não tem privacidade, não tem liberdade (algo assimilo à realidade de muitos brasileiros em prisões superlotadas, regiões de alta miséria e terrenos clandestinos), e tudo isso mediante o próprio consentimento, o patrocínio de grandes marcas e o aval de uma das maiores empresas de comunicação do país. Roteiro do último estágio da humanidade, exatamente idênticas às situações "fictícias" do livro/filme com que abri essa matéria, mas desta vez realizadas em prol apenas do puro e sádico entretenimento. E isso que nem vou entrar no assunto das denúncias de doenças, casos de violência e suspeitas de fraude que já surgiram antes mesmo da estreia da atração (afirmações que não cabem a mim dizer se são verdadeiras ou não). 
Não proponho boicote, até porque, eu mesmo pretendo ver isso para saber se não exagerei nessas minhas "acusações precipitadas", mas com esse discurso aí, temo ter quase certeza que não, pra pior dos males, não cometi exagero nenhum. Encerro o post com um preview do show, que não incorporei no começo da postagem porque esse player do R7 ficou péssimo depois que atualizou, nem pra centralizar os vídeos dá mais:  


domingo, 25 de junho de 2017

Os esportes bizarros do Olympic Channel

imagem: Olympic Channel

Como vocês devem se lembrar, ao fim do meu último post fiz uma ligeira menção ao Olympic Channel, plataforma de vídeos do Comitê Olímpico Internacional. E como às vezes a inspiração para os textos me vêm dos lugares mais surreais do mundo - como de outros textos meus -, achei que seria legal destacar aqui o "esporte alternativo" que esse canal oferece. 
Lançado durante a cerimônia de encerramento das Olimpíadas de 2016 (aliás, eu até ganhei um pin do Olympic Channel quando estava no Rio, ano passado), o Olympic Channel não tem a intenção de exibir os Jogos de verão ou de inverno, como muitos podem estar pensando. Apesar de contar com um vasto acervo de edições passadas, inclusive com várias cerimônias de abertura e encerramento, o foco principal do canal consiste em "aquecer" o telespectador entre um megaevento e outro com campeonatos mundiais e continentais dos mais diversos desportos, mas quase todos eles sem apelo da grande mídia. Badminton, Tiro Esportivo, Tiro com Arco, Canoagem, Luta Greco-Romana, Pentatlo Moderno, além  dos novatos Surfe, Escalada Esportiva e até mesmo o Basquete 3x3, integrado apenas este mês ao calendário de Tóquio, foram alguns dos esportes de verão que eu tive a oportunidade de ver (e olha que eu nem entro sempre). Das modalidades geladas já cheguei a assistir Esqui, Curling, Hóquei Sobre o Gelo, Biatlo e bônus para os Jogos Asiáticos de Inverno, realizados em fevereiro no Japão (um torneio multidesportivo que seria equivalente ao nosso Pan, só que com esportes de gelo e neve).
Competições populares, como Futebol, Vôlei, o Basquete convencional, Tênis e etc. eu particularmente nunca vi, e nem acredito que figure ou ainda vá figurar por lá. A mesma regra serve para as Olimpíadas e, fosse o caso, as Paralimpíadas. Esses esportes "muito grandes" facilmente giram cifras bilionárias e interesses enormes dos grandes conglomerados de TV e internet. O próprio COI garante grande - ou até a maior - parte de seu orçamento com a comercialização dos direitos de suas competições para essas empresas mundo afora. Nem preciso dizer que, não só por questões econômicas, mas também pelo princípio básico de não de infringir a "soberania nacional" de muitos grupos poderosos, seria inviável um pré-olímpico de Rúgbi nesse site, né? 
E já que é pra fazer propaganda de graça, vamos fazer completa. Além dos torneios de todos esses esportes que você provavelmente só vai ver lá, o Olympic Channel ainda conta com documentários e séries documentais sobre a História dos Jogos Olímpicos, programas originais envolvendo os atletas medalhistas, ou superstars em suas áreas - quase nunca brasileiros, infelizmente -, além do riquíssimo arquivo das Olimpíadas anteriores, que sempre é atualizado com coisa nova. Não sabe o que quer escolher? A plataforma oferece um canal ao vivo que fica intercalando essas coisas todas de forma ininterrupta, pra você ver a hora que você quiser (em inglês). 
Tenha acesso integral e gratuito ao Olympic Channel através deste link (uma dica: vão lá no canto e ajustem o idioma para o português). Se preferir, procure também pelo aplicativo de mesmo nome na loja virtual de seu celular, até o fechamento desta matéria ele também era grátis. E a partir de agora não quero mais ouvir ninguém falando que não tem por onde acompanhar esses "esportes bizarros", combinado? 

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Dica do "Dia Olímpico" - Vinicius e Tom, Divertidos por Natureza



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Hoje, 23 de junho, embora pouca gente saiba, é mundialmente comemorado o Dia Olímpico, para lembrar a data de fundação do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894. É um dia que se promove a amizade, a prática de atividade física e os bons hábitos de saúde. Mas como não tenho moral pra orientar ninguém a nada dessas coisas,  vou recomendar um desenho mesmo. 
Vinícius e Tom, Divertidos por Natureza foi uma série de animação de 32 episódios (faz de conta que são 16 pra cada personagem, rs) que contava historinhas curtas, com mais ou menos dois minutos cada, protagonizadas pelos mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Vinícius, o amarelo, foi o mascote da Olimpíada e dizia-se ser uma junção de toda a fauna brasileira num bicho só. Tom, por sua vez, é a plantinha azul, foi concebido para ser o mascote das Paralimpíadas e também para personificar a flora do Brasil. O primeiro tinha o poder de voar e se esticar, enquanto o segundo tinha um espaço infinito para guardar as coisas nas folhagens da cabeça. Seus nomes, escolhidos em votação popular são, respectivamente, homenagens aos ícones da MPB Vinícius e Moraes e Tom Jobim (os compositores de "Garota de Ipanema", canção símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil).
Produzido pela Birdo Stúdio e exibido pela Cartoon Network, o desenho era ambientado na Floresta da Tijuca, onde os dois mascotes supostamente viveriam (mas eles saem da floresta para visitar outros locais também). Lá, eles encontravam se encontravam com outros personagens, esses exclusivos da TV, com destaque para os animais nativos daquele bioma (ou quase) e outras três criaturas, que eu não sei definir muito bem o que são, de nome Bela (verde), Vida (roxa) e Sol (amarela), as "Irmãs Cariocas". Voltado para o público infantil, não possui falas, o que torna o produto universal, ao mesmo tempo que carrega mensagens principalmente de cunho ecológico, grande bandeira da Olimpíada no Brasil. Mas mesmo assim é bem divertido, e de uma qualidade técnica que não deixa a desejar pra desenho famoso nenhum por aí não - me lembro que durante os Jogos, lá na "Casa dos Mascotes Bradesco", televisões ficavam exibindo esse desenho na sala onde se aglutinavam as filas para fotos. O maior elogio dos adultos era justamente para isso, para o quão bem feita era a animação. 
Lembrando que abrindo esta postagem deixei anexada pra vocês toda a série - como já é de costume aqui no blog. Tanto os episódios linkados como o anexado foram disponibilizados no canal oficial da Rio 2016 no YouTube, mas caso você prefira, também pode assistir ao desenho do Vinícius e do Tom através do Olympic Channel, plataforma de vídeos lançada e mantida pelo COI e seus anunciantes (só que lá prece que estão faltando alguns capítulos).

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Eu passei a torcer pelo Bauru "Basquete"




Tá, eu sei que vai ser mole mole pra alguém descer ali nos comentários argumentar que "torcer quando ganha é fácil", mas pra esses eu digo de coração que não, não é tão fácil assim. Ainda mais quando o assunto é o time de basquete de Bauru.
É até difícil explicar o porquê de eu até então não gostar do "dragão". Na verdade, isso era até uma contradição. Vocês devem se lembrar do texto que escrevi aqui mês passado, falando da ida do Oeste pra Barueri, não? Lá eu já contava que Itápolis - cidade onde moro - recebe o sinal da Globo através TV TEM de Bauru. E não adianta, Globo é Globo, você sempre vai se pegar assistindo alguma coisa de lá; e a programação regional com certeza é uma dessas coisas (até porque, convenhamos, não tem quem aguente aquele sensacionalismo enfadonho das afiliadas de Record e SBT), e nem preciso dizer que ali se fala demais do Bauru Basket (entenderam o porquê das aspas no título?). Muito mais até do que do próprio Noroeste, clube de futebol da mesma cidade. Do meu Oeste então, quando ainda era daqui da minha terrinha, falava-se menos ainda! Era mais do que evidente que movido apenas pela "paixão", ver essa discrepância me gerava um certo ciuminho (considerem minha idade lá nos idos de 2007/2009 antes de me julgarem, por favor). 
Hoje entendo perfeitamente os motivos para isso. A experiência chega e a frieza de pensamento acaba vindo junto com ela, mas na época, me parecia impensável que um time de basquete "merecesse" mais atenção do que um time de futebol. Independente de qual time fosse. E de novo a vida com suas peripécias: depois que fui pra Assis (SP) fazer faculdade, passei a olhar diferente para o esporte da bola laranja. Até 2011, a cidade dos 3 S's teve um super time de basquete, que jogava até NBB, mas que eu não cheguei a conhecer, por ter chegado lá no ano seguinte ao encerramento de suas atividades (no último ou penúltimo ano meu por lá ele até voltou, carregando o nome do VOCEM, mas eu mesmo acabei por nem ir atrás). Inevitavelmente que eu ouvia histórias dessa equipe, o que amenizou bastante meus ânimos para com esse jogo que desde sempre odiei. Entender isso foi um processo lento, mas por fim eu consegui ver que o basquete podia sim se equiparar ao futebol na vida cotidiana de uma comunidade. Não havia a necessidade de criar uma "rixa" entre um esporte e outro. 
O gosto pelo NBB veio só nessas últimas temporadas. Eu queria torcer para um time, mas não me identificava com nenhum. Até gostava do Franca, pela sua história, que dava até alcunha para o município, mas ainda assim ele não me descia muito. Depois dos problemas que tive com aquela cidade, devido "questões profissionais" - nunca prestem os concursos de lá -, menos ainda que ele me empolgaria! A birra com o time de Bauru continuava, afinal, a emoção sempre tende a sobrepôr a razão. E a mesma emoção foi quem me fez inverter esse cenário: Há quem diga que equipes futebolísticas e escolas de samba vêm de berço. Não questiono, a realidade está aí, tudo tende a confirmar a hereditariedade das torcidas (as escolas de samba eu já não sei). Mas no basquetebol não existe isso. A menos que você nasça em uma família totalmente ligada àquele desporto, nunca ninguém vai te incentivar a torcer para uma esquadra basqueteira. Como faz então? Respondo por mim: não sou fã desse esporte. Até gosto, acho legal, mas não sou fã. Porém, depois de acompanhar os "milagres" que esse time realizou nesse ano, como não vou querer apoiar? Aquela virada surreal sobre o Pinheiros, o 3 a 2 na série, após perder as duas primeiras partidas de forma vergonhosa. Feito praticamente idêntico na final contra o Paulistano. E isso sem contar a final do ano passado, que não perdi um jogo sequer - saudades RedeTV! -, quando o todo poderoso Flamengo foi arrastado pelos bauruenses até o último embate (só abrindo um último parenteses, é absurdo pensar que uma cidade do porte de Bauru não tenha um único ginásio grande o suficiente pra receber essas decisões).
O Bauru "Basquete" me fez algo parecia impossível. Me fez um torcedor, torcendo. Não o fez por uma marca, uma cor ou alguma publicidade, mas simplesmente me conquistou através do próprio esporte. Um time que eu não gostava, um jogo que eu detestava. Quem poderia imaginar? 

sábado, 17 de junho de 2017

A última Copa das Confederações da FIFA?




Já há tempo que anda rolando um buxixo por aí que a Copa das Confederações da Rússia, que começa daqui a pouco, pode ser a última edição do torneio. Alegam o impacto econômico, o pouco prestígio, uma suposta pouca procura, que só aconteceu mesmo no campeonato deste ano, e até o calendário de sedes dos próximos mundiais servem de argumento (algumas ainda nem definidas ainda). 
De fato que a Copa das Confederações sofre de vários males, mas não acho que deva ser banida do cenário futebolístico. E não digo isso por ser um campeonato "legal", ou de um grande nível técnico - até porque eu nem sei ver isso -, mas porque é um campeonato necessário. Sim, eu até concordo que isso seja "muito gasto pra pouca coisa", mas em contrapartida, sem esse gasto, ficaria muito mais difícil para que os organizadores calculem as correções que precisem fazer, e o que, do trabalho já feito, deve ser mantido. Aceitem vocês ou não, mas um evento do porte que tem a Copa do Mundo precisa de um bom teste. Mas um teste rápido e não tão dispendioso. Justificar que passarão a usar como evento teste substituto algum mundial sub-tanto - leiam a matéria do globoesporte.com que deixei anexada linhas acima, se ainda não leram - é uma verdadeira loucura! Esse tipo de campeonato, por ser mais longo e contar com várias seleções, mais atrapalharia do que ajudaria o país-sede. Basta parar para pensar no tempo que os COLs (comitês organizadores locais, adaptando o termo que foi usado no Brasil) perderiam, organizando um campeonato que dura um mês inteiro. E se fosse para arrumar outra comissão organizadora, então nem teria como chamar o torneio de "evento-teste". E isso sem contar o gasto extra, que poderia resultar numa desaprovação popular ainda maior do que a que a maioria desses supereventos tradicionalmente já recebem. Um mundial de clubes seria legal, ainda usando do texto da notícia. Uma proposta que pode ser analisada com carinho (falo como se o Infantino estivesse lendo essa matéria, né?).
E outra coisa vale ser ressaltada, dos dois exemplos que transcrevi, seja o mundial de clubes ou o mundial sub alguma coisa, ambos contam com uma característica que a Copa das Confederações ainda não conseguiu definir: quem vence essa copa aí, é campeão de que? Os campeonatos citados dão o status de campeão do mundo. Os que competem pela Copa das Confederações só chegaram ali sendo os melhores de seus continentes. O torneio da FIFA não tem essa identidade. Talvez por isso nunca recebeu o devido apelo, pois ninguém se enxerga nele. Começou como um passatempo para sheiques bilionários, e assim como o Mundial Interclubes, foi apropriado posteriormente pela entidade máxima do futebol. Eu particularmente acho que dá um "up" a mais nos continentais de seleções, mas não deixa de ser uma disputa cujo título é "perdido". Talvez só o tempo teria a capacidade de dar sentido à empreitada, que começou errada, convenhamos, e apesar de já estar indo para a décima edição, corre o risco de morrer ainda jovem demais.
A Copa das confederações é um torneio importante. Controverso, mas muito importante para uma boa Copa do Mundo. Acho bom que se discuta sua necessidade, mas cogitar o seu fim acho um exagero, até porque, apesar de todos os problemas, ainda é o melhor formato para se fazer um teste rápido, eficiente, mais ou menos barato e com "eliminatórias naturais", qualidades suficientes pra dar o mínimo de trabalho possível a um comitê organizador que já tem dor de cabeça suficiente para montar um campeonato que já está muito maior do que os próprios países que se propõe a recebê-lo.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Quem vai reclamar de monopólio agora?



Após um valor muito alto de negociação pelos direitos de transmissão de dois amistosos da Seleção Brasileira - o de hoje cedo, contra o Austrália (abaixo), e o de sexta passada, contra a Argentina (acima) -, CBF e Globo não conseguiram entrar em acordo e a emissora carioca, pela primeira vez em um punhado de anos, acabou não exibindo as partidas do escrete nacional. Um escândalo. O mesmo pacote foi posteriormente oferecido a outros grupos, quase ninguém se interessou e os jogos, por fim, foram mostrados pelo portal de internet UOL e as televisões públicas (ou mais ou menos públicas) TV Brasil e TV Cultura, através de horários adquiridos pela confederação futebolística em suas grades. O Facebook da CBF também transmitiu as partidas, e todos os meios de comunicação que o acompanharam seguiram a mesma narração e usaram dos mesmos efeitos gráficos, tudo devidamente fornecido pela mandatária máxima do futebol no país. E esse é o resumo dos acontecimentos que abalaram os bastidores da TV e do esporte nesses últimos dias. 
Diante disso tudo, o título da reportagem expressa bem a principal questão que os amistosos levantaram: vai dar pra continuar reclamando de monopólio da Globo nos jogos da Seleção? Se os jogos foram oferecido para todos os canais de TV, inclusive para a maior crítica de Globo e CBF, e ninguém quis, também ninguém pode fazer alvoroço. E isso serve para você, leitor, que muitas vezes adora essa falaciosidade. Tudo bem, concordo que pode ter havido um certo exagero de preço, e até uma inflexibilidade por parte da dona das partidas (partidas, que desculpa, também não ajudavam em nada, mesmo uma delas sendo um Brasil x Argentina - às sete horas da manhã), mas não se pode dizer que não houve ao menos uma tentativa de "democracia". E dentro da democracia, claro, você tem todo o direito de não aceitar o que lhe é proposto. E lembrando, o "Jogo da Amizade", realizado em janeiro, no Nilton Santos, também seguiu esse novo modelo de distribuição da CBF, e quase todo mundo o aceitou. Mas naquele dia foi de graça (e o horário era bom, além do jogo ter sido de largo apelo popular). Um teste mercadológico se disfarçou de solidariedade, todos puderam sentir o gostinho de ter o Brasil em sua programação e independentemente de terem gostado ou não, os resultados se mostraram até que satisfatórios.
Contextualizando, isso tudo só aconteceu, nesses últimos quinze dias e no começo do ano, porque o contrato da Confederação com o Grupo Globo para amistosos já estava expirado. Desde o ano passado. Nada impede que após o "fracasso" desses últimos jogos a CBF não cogite novamente entregar as partidas em pacote fechado e por um longo período à sua parceira de décadas, mas enquanto isso não acontece (é só uma hipótese, afinal), vejo como positiva a iniciativa de Marco Polo Del Nero e CIA - CIA não, que CIA leva ele preso. Talvez não seja o modelo mais rentável economicamente (eu também acho que vender o pacote por X anos é mais benéfico a todos), mas atende à uma demanda popular já bastante antiga. Havia monopólio, isso é inegável. Na TV aberta e na TV fechada. E pra muita coisa ele ainda existe, mas abrir uma brecha para novos interessados, nem que só nesses jogos que não valem nada, eu particularmente considero um baita avanço (apesar de ter a certeza que na verdade isso nada mais é do que um "já que só sobrou isso pra gente fazer..."). 

sábado, 10 de junho de 2017

E a Record não desiste desse negócio de Pan


parte 2 

Não houve nenhum comunicado formal, mas em uma notícia dessas aleatórias que li no site institucional dos Jogos Pan Americanos de Lima 2019, ficou claro que o Pan de Santiago 2023, assim como esse do Peru e as outras três edições anteriores, também já é da Record (leia a matéria, em espanhol aqui. E entenda neste link o porquê da capital chilena já ser a sede do torneio antes mesmo do anúncio oficial, que está agendado só para setembro). 
arte: Lucas R. F. Maester

E eu sinceramente estava achando que a Record ia largar mão desse investimento, e 2019 seria sua última empreitada no ramo (o acordo para o Pan de Lima foi selado lá em 2011, muito precocemente, quando a emissora ainda estava na "febre" dos eventos olímpicos). E não é difícil construir essa ideia, basta ver o abandono gradativo que o canal foi dando para esses eventos, praticamente reservados à Record News, que é uma TV de audiência e alcance baixíssimos. Prova disso são os vídeos que abrem e fecham esta postagem. Se lhes acalma o coração, eu também não posso assisti-los, mas são oficiais do canal pago da Record no YouTube. Os pontos altos do último Pan, cerimônias de abertura e encerramento, pasmem, foram exibidos apenas pelo pequeno canal de notícias na TV aberta, que nem sinal em HD tinha na época (vocês devem lembrar que eu fiz uma super cobertura do Pan de Toronto aqui no blog, né?). Vale lembrar que vários fatores também devem ser analisados, principalmente a questão dessa ser uma competição de ainda muita pouca demanda, "descoberta" pelos brasileiros em 2007, por termos sido a sede - senão nem isso -, e que desde então passou a ser supervalorizado pela Record, muito em decorrência da divulgação de suas Olimpíadas de Londres, exclusivas, em 2012, ano seguinte à surreal cobertura dos Jogos de Guadalajara. Nenhum dos megaeventos mostrou resultados satisfatórios e até a tão esperada Olimpíada do Rio de Janeiro, no ano passado, foi colocada como segundo plano. 
Mas por que a TV dos bispos, mesmo assim, quer continuar insistindo com uma coisa que tá na cara que não vai dá certo? Não creio na possibilidade de "minar a concorrência", prática de comprar os direitos de tudo quanto é coisa, não passar nada, mas com isso garante que os outros também não vão passar. Mas isso não é negócio pra Record, o único canal que a pode incomodar é o SBT, e lá não vão passar isso (a Globo com certeza não exibiria, só que com ou sem Pan, seria líder do mesmo jeito, logo, isso não faz diferença). Mas se o SBT não é concorrente, acredite, ele pode ter sido aliado. É sabido que Record, SBT e RedeTV! vivem um impasse com as operadoras de televisão por assinatura, e para resolvê-lo criaram a SIMBA, joint-venture com a finalidade de representá-las no campo da TV paga. Pauta da empresa é a negociação e criação de novos canais para adentrar esse mercado. Pois ora, se o Pan não produto de TV aberta (desculpa gente, mas não é), na TV fechada ele tem um baita de um espaço. Ainda não dá pra saber os direitos de 2023 são para todas as mídias, como foram os outros até então, mas muito provavelmente são. No eventual nascimento de um canal esportivo, eis aí o primeiro evento de peso. E que pode ser exclusivo (2015 e 2019 tiveram exibição pelo SporTV, um sublicenciamento da Record, mas daí pra frente não tem nada acertado). Mas atenção, num canal esportivo! Não adianta querer enfiar isso num canal de variedades, que é premissa de mais fracasso. 
Mas outras razões, além da SIMBA, podem ter levado a emissora da Barra Funda a não desistir do empreendimento. Um deles é a chance de um evento desses voltar a ser realizado no Brasil. Ainda recentemente, sabe-se lá Deus de onde, surgiu a história de um Pan em São Paulo, mas que por motivos óbvios, acabou ficando só no boato mesmo. Só que isso, de maneira nenhuma, exclui a possibilidade de um futuro torneio em terras tupiniquins. Estamos na América, e modéstia a parte, temos uma estrutura esportiva, ainda que precária, muito melhor preparada que a maioria de nossos vizinhos - e isso não só em São Paulo e no Rio. Nesse cenário, ter uma relação próxima à ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana, em tradução livre), que permita renovações de contratos com certa antecedência é uma vantagem enorme. Outra questão está descrita na notícia que pedi para vocês lerem lá no começo do post. A Record  - pelo menos até agora - detém direitos globais dos Jogos. Pode transmitir para qualquer lugar do planeta onde haja Record Internacional, a exceção apenas do país sede. E é sempre bom ressaltar, não é porque algo não tem mercado aqui, que não vai ter mercado lá fora. 
O Pan é uma aposta. Não dá pra dizer que é uma realidade, nunca foi, não a toa nunca teve o devido tratamento que poderia ter tido no Brasil. A Record tentou mudar esse cenário, não conseguiu, mas tenta a sorte com mais esse tiro no breu, que é o Chile 2023. Se foi uma escolha acertada, não podemos afirmar nada nem de Lima ainda, mas é um evento legal, que eu gosto muito e somos potência nele. É até triste saber que pra televisão ele é um problema. 


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Globo Play está no caminho certo?




Foi anunciado já há um tempo pela Globo que estreia amanhã Carcereiros, série de teor policial baseada no livro homônimo de Dráuzio Varella (sim, o médico do Fantástico). Mas não, não vão jogar Vade Retro pras duas e meia da manhã, o novo seriado será exibido, com exclusividade, no Globo Play, serviço de streaming da maior rede de TV do país. Apenas para assinantes. 
Faz já tempo que a Globo tenta se firmar nesse mercado de assinaturas de vídeos. Desde a época em que isso ainda nem era mercado por aqui (mentalizem uma linha e a dividam em duas partes. Ponham nela a.N. e d.N., antes e depois da Netflix. Está aí a história do streaming no Brasil), o canal da família Marinho já anunciava em intervalos comerciais que adquirindo um tal provedor "globo.com" você teria teria acesso às integras das novelas e programas no portal de mesmo nome, pagando valores quase que simbólicos, um real e pouco por mês, ou nem isso. Quando  os provedores de rede foram extintos, a Globo até reformulou seu site, lançou a Globo.tv (já falei dela aqui no blog), mas provavelmente nunca emplacou. O serviço sequer fora desvinculado da nomenclatura anterior, que o consumidor ainda associava com o dito provedor (e convenhamos, esse negócio de provedor é algo confuso pra caramba). Porém, quando se consolidou o conceito dos vídeos pagos on demand, a Vênus resolveu investir pesado. Pegou toda a estrutura que já existia, acrescentou TV ao vivo - mas apenas para algumas cidades -, botou um fundo preto e rebatizou de Globo Play. Após disso, foi só gravar propagandas com suas maiores estrelas e vender como algo novo. Deu certo. Não sei se dá lucro, mas hoje a marca é um sucesso
Mas dado certo ou não, o importante a destacar é que o serviço nunca se acomodou. Oferecer apenas aquilo que a televisão já mostrou já não é mais atrativo suficiente para acarrear assinantes. Iniciativa como a de Carcereiros já foi vista em Brasil a Bordo, série de Miguel Falabella, que abre esta reportagem, e que assim como a debutante de amanhã, não tem nem previsão de exibição na TV. O projeto de "maratonar" as séries na internet é resposta à demanda atual de jovens, que perderam a capacidade de esperar por um episódio após o outro, e teve início com SuperMax, quando na época uparam o seriado todo no site, deixando apenas o último capítulo exclusivo para a telinha, dando assim um "hiato" de pelo menos uns dois meses e meio para que a pessoa que viu tudo de uma vez pudesse descobrir o fim da história. Nem preciso dizer que essa foi uma ideia catastrófica, né? Mesmo disponibilizando conteúdo extra para esse público, foi algo que não vingou, e acho muito pouco provável que repitam a experiência (públicos de internet e televisão são diferentes, não adianta querer forçar). Outras estratégias, como disponibilizar um capítulo, "o próximo", no caso, horas (Justiça) ou dias (Vade Retro e Mister Brau) antes da exibição na TV. Algo que te dá uma falsa impressão de "tô tendo prioridade", mas no final é o mesmo modelo televisivo, onde você tem que esperar o tempo X para ver o seu programa. Se diferencia apenas pela mídia. A última coisa que destaco é a chegada de Anos Rebeldes ao canal, como "material complementar" de Os Dias Eram Assim. Já disse lá em cima do conteúdo extra que às vezes é disponibilizado, mas uma série inteira, lá dos anos 90? Pra mim, estão de parabéns. 
Mas no grosso, o serviço está no caminho certo? Eu acho que sim, mas tem muita coisa que a matriz ainda poderia usar para impulsionar o seu produto. Dei no parágrafo anterior vários exemplos de séries, mas temos que lembrar que Globo não é apenas teledramaturgia. A Globo Play, obviamente, também não. Existem vários eventos que poderiam muito bem ser "desmembrados" de outros sites do grupo para criar uma certa centralização no canal de vídeos. A primeira leitura, isso pode parecer meio pesado, mas não é. A divisão virtual da Globo é basicamente o G1, como portal de notícias, o globoesporte.com, responsável pelo esporte, o Gshow, site de entretenimento da rede aberta e o próprio GloboPlay (tem outros, mas esses são os mais importantes). Os acontecimentos esportivos e culturais dos quais a emissora detém direitos on line costumam ser distribuídos entre esses portais. Por que não direcionar então as transmissões ao vivo desses eventos para apenas plataforma então? Com uma transmissão especial, visando o público da internet? Os outros sites ficariam responsáveis pela cobertura dos espetáculos com fotos, notícias, etc. Lembrando que a Globo Play já aplicou este modelo com os Jogos Olímpicos de 2016 (o mais que maravilhoso #PlayNosJogos) e nas duas partidas, de ida e de volta, da semifinal que deu vaga à Juventus na final da Liga dos Campeões deste ano. Só que sempre em simultâneo com o globoesporte. E mesmo que prefira assim, em parceria, seja por questões de anunciantes, razões contratuais, ou quaisquer outros motivos, por que ainda assim não levar para o Play atrações como o Rock in Rio, o Lolapalooza ou o João Rock (G1 e Gshow)? A Copa das Confederações, a Copa América, a Eurocopa e a Champions desde o começo? O Jogo das Estrelas do NBB e as classificatórias da Fórmula 1 (globoesporte.com)? Sozinho ou junto das outras três páginas, focar nisso, de forma gratuita, seria o ideal para estes eventos que não tem espaço na televisão aberta, e que nem por isso, necessariamente, rompem a autonomia com da TV fechada. A internet fala outra língua, abrange outras pessoas, se sabido como trabalhar os dois - ou três - espaços, todos só vão se ajudar (e além do mais, todas são a mesma empresa, não dá pra dizer que existiria "concorrência" entre eles). 
Pode-se dizer que a Globo tem um produto de enorme potencial nas mãos. E conteúdo suficiente pra expandi-lo para onde quiser. Talvez faltem definições absolutas do impacto econômico disso, a curto, médio e longo prazo, até pelo serviço ser algo relativamente novo, mas, assim como já fazia desde a época do provedor, lá no começo do século, o importante é nunca parar de reinventar. E para quem diz que é besteira pagar pelo que passa na TV aberta, quero adiantar que o futuro é esse, por mais infeliz que ele possa parecer. E o essencial para o presente é descobrir o como se vender isso lá na frente. 

sábado, 3 de junho de 2017

Por mais UEFA Champions League nos Canais Esporte Interativo



imagem: MidiaEsportiva.net
Me lembro que uma das últimas postagens da "fase antiga" (a antes dessa) do Blog foi sobre a chegada da UEFA Champions League aos canais Esporte Interativo. Na época o canal carioca era recém adquirido pela Turner, acabava de inaugurar o EI MAXX e aparecia como o patinho feio das redes esportivas, sem presença na maioria das operadoras de TV por assinatura. A Liga dos Campeões, adquirida a preço de ouro, corria sério risco de ser um fracasso em um dos países onde mais tem público. Mas daí pra cá, quantas coisas mudaram nesse cenário? 
Estamos caminhando para a última temporada do triênio - a UEFA negocia seus campeonatos para três anos - e o EI (Esporte Interativo), que chegou a ter de transmitir alguns jogos pelos canais de filmes do grupo, agora está presente em praticamente qualquer pacote de TV a cabo, e conta com uma repercussão até que razoável - destaque para a guerra entre seus fãs e os fãs da ESPN -, e com uma grana nervosa a disposição, conseguiu se impôr até contra o monopólio dos canais Globosat no futebol brasileiro, ao mesmo tempo que a Champions nada de braçada com o parceiro, que assim como já fazia com os anteriores (e vai fazer com qualquer um que for o próximo). Realizando uma cobertura gigantesca, com longos pré-jogos, repórteres nas principais sedes do torneio e programas especiais o ano todo, o EI merece todos os louros da televisão esportiva. E com toda certeza já está no páreo para renovar esses direitos para as próximas temporadas. O resultado deve sair em no máximo, bem máximo mesmo, um mês.
E não tem como não dizer que a Liga no Brasil passou a ser outra com o EI, que revolucionou - e inflacionou - a forma de exibição do torneio por aqui. Com o seu EI Plus, serviço de streaming, ainda anterior à era Turner, o canal ofereceu todos - TODOS - os jogos do campeonato, até mesmo para quem não é assinante de TV, através de uma taxa mensal, algo semelhante ao Netflix (só que muito mais barato). E pra quem já assina TV paga, o serviço é "cortesia", da mesma forma como fazem todas as outras redes no ambiente virtual, é só fazer o login os dados que sua prestadora vai passar. Pra muitos isso até possa soar mal, em tese talvez seja até errado, uma "extrapolação de mídia" ou algo do tipo (desconheço qualquer termo técnico), mas uma coisa é fato, o formato foi, e continua sendo, bom para muita gente - inclusive pra mim. Obviamente que não podemos exigir esse mesmo modelo de ESPN, FOX ou SporTV, as outras emissoras com chances reais de conseguir o torneio, mas uma exigência há de surgir: todos os jogos TERÃO de ter transmissão. E seria uma afronta que não tivessem. A totalidade do torneio foi a verdadeira revolução do Esporte Interativo. O direito pleno de escolha, ainda que "apenas" na internet, no meu ver, já é motivo mais do que suficiente pra Federação Européia olhar com um carinho diferenciado para a (suposta) nova proposta da Turner. E com isso e mais tudo que eu  já apresentei anteriormente, pode até ser que seja um pecado pra mim afirmar isso, pois não conheci a fundo o trabalho da emissora anterior (sempre tive muito pouco contato com a TV paga, já falei isso aqui algumas vezes), mas não tenho como concluir de forma diferente: Esporte Interativo, mostre que não é só mais um "novo rico" no seu meio. Tem toda minha torcida (como se isso valesse de alguma coisa), como aliás sempre teve, para a renovação desse campeonato. Deixe provado que pode bater de frente com qualquer um por qualquer competição! E peço desculpas pela euforia. 
Lembrando que algumas competições de seleções da UEFA o Esporte Interativo já conseguiu para este ciclo, o que pode pesar - ou não - na hora da decisão. Na TV aberta, com quase toda certeza, nada vai mudar. Os direitos continuarão com a Globo (online para o globoesporte.com e Globo Play, plataformas onde a maioria dos jogos será de fato exibida), que posteriormente sublicenciará para outra emissora.
imagem: UEFA.com

sexta-feira, 2 de junho de 2017

A diva pop do Brasil



Acho que poucas vezes uma celebridade brasileira esteve tão em alta em tão poucos dias. Em coisa de uma semana, Anitta apareceu com Iggy Azalea no Jimmy Fallon (meio que um Programa do Jô dos Estados Unidos. Vídeo acima. E vejam como o clipe parece outro com a presença da "Poderosa"), lançou Paradinha, seu novo hit a la Shakira, que bombou no YouTube e ainda surpreendeu a internet com mais uma música contracenada com uma galera famosa lá de fora que eu não conheço (música não é muito a minha praia). E promete não parar seu projeto de internacionalização. E nem deve. 
Quem me conhece sabe, eu não acompanho o mundo da música, então se formos ver por um lado, eu nem deveria estar escrevendo esse texto, porém, quando se fala de Anitta, Anitta é um caso especial. Ela é o "por outro lado" que me permite vir falar do mercado fonográfico aqui. Acompanho a carreira da menina do subúrbio do Rio desde que estourou, com seu Show das Poderosas, lá em 2013. Não me considero fã, mas é uma personagem que fascina (em todos os sentidos). Principalmente por seu "formato americano". 
Muito pode-se criticar, mas é fato que não existe outro modo de conseguir fama mundial. Hoje não se identificam nacionalidades de as bandas e cantores internacionais. A exceção de alguns cantores de música latina, o resto é tudo americano. Boy bands inglesas, a rapper australiana que abre esta postagem e até mesmo os tão aclamados grupos de K-pop, todos bebem da mesma fonte. O que não é uma coisa boa, mina particularidades locais e parece transformar tudo em uma coisa só (mais ou menos como é o sertanejo universitário no Brasil), mas em contrapartida, é um caminho que nossas/os artistas teriam de começar a trilhar hora ou outra. Anitta começou no funk carioca, aquele mesmo funk que vira e mexe falam de querer proibir (o tipo de censura que nunca deu certo em toda a história da humanidade), mas quando surgiu para o país com seu já citado Show das Poderosas, o funk de suas canções já não era o mesmo ritmo que se tocava amplamente por aí. Era algo com uma pegada diferente, a coreografia propunha algo novo, já se aproximava desse modelo estadunidense. E de fato que desse caminho ela nunca mais saiu, mas nunca negou suas origens, nem nunca deixou que tratassem o funk como algo "menor". Carrega as características da música símbolo dos morros cariocas e hoje tem tudo pra fazer esse ritmo ser respeitado, sim. Mas lá fora, porque a gente sabe que santo de casa infelizmente não faz milagre, e letra estrangeira ninguém vai atrás de entender. Anitta não é mais o funk, mas é a maior porta voz dele no mundo. Digo mais, é a maior porta voz da música brasileira no planeta! E está só começando. 
Me lembro do ano passado, quando a cantora foi confirmada como atração da Cerimônia de Abertura das Olimpíadas do Rio, a poucos dias antes dela acontecer, e tanta gente se debruçava, enchia a boca pra falar mal da moça (só pra variar um pouco). Não sei dizer se o evento olímpico foi a vitrine pra sua "exportação", mas uma coisa posso afirmar: que escolha corretíssima foi essa. Continue voando, pequena Larissa, e leve o Brasil junto com você na mala. Talvez você seja a porta que nosso país tanto esperava para ser aberta.  

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Um mês de retorno do Blog. Hora de começar a falar de política?

Como vocês já devem ter reparado, o blog está fazenda "mesaniversário" (é assim que os casaizinhos adolescentes falam?), e desde o dia que voltei pra cá, só falei de tema light, tipo televisão e esporte, né? Deixei passar batida toda essa confusão do "presidente" com a Friboi, não me manifestei nem sobre fora nem sobre fica Temer, não escrevi nada de filha do Silvio Santos, simplesmente segui minha vida aqui, os textos foram surgindo, e enquanto isso fui deixando o Brasil ruir. E essa postagem é pra falar que quase nada vai mudar quanto a isso. 
"Então era só não falar, não precisava escrever um post só pra dizer isso". Pois é, não precisava, mas eu acho que nosso país chegou a um ponto, que é difícil desviar do assunto. Até porque muito assunto que eu projeto pra entrar passa pelo tema, é inevitável - e isso com crise ou sem crise aconteceria do mesmo jeito. E como com certeza já falava antes, vou voltar falar agora, mas antes queria fazer um desabafo: estou de saco cheio desse assunto. Desculpem o palavreado, mas ele é o que melhor se encaixa no que eu tô querendo dizer. Sério, antigamente, ninguém gostava. Aí do dia pra noite, todo mundo ama e entende de absolutamente tudo? Entende tanto, que escolhe um lado e carrega ele até o extremo do extremo do extremo, não ligando se você vai pagar de babaca, ridículo, ou simplesmente de ignorante. E isso serve tanto pra "direita" como pra "esquerda", definições que também já se tornaram totalmente irrisórias nesse ambiente de fanatismo, saber o que é uma e o que é outra não faz mais diferença nenhuma nos dias de hoje. Selecionar então os pontos bons e ruins de cada uma delas e formar sua própria opinião, esquece, é rachar a rodinha de amigos, melhor ser ortodoxo de alguma das duas cartilhas mesmo. 
Esse texto não é pra defender meu ponto de vista, ele é o que menos importa agora, só vim aqui pra desabafar mesmo. Não estou gostando nem um pouco desse cenário que estamos vivendo. Desde quando Justiça (essa com J maiúsculo) virou produto pra torcida? Quem decidiu que uma certa investigação, muito famosa inclusive (começa com L e termina com ava Jato), tinha de ser um espetáculo midiático? Isso não ajuda ninguém, nem o juiz, nem os réus, nem a população. A justiça que seja feita entre seus envolvidos, não precisa de opinião pública (agora eu entendo porque falavam isso na época dos julgamentos de nossos bandidos popstars).
Mas talvez eu posso apontar um culpado para tudo isso. A Copa. Das Confederações, do Mundo... E as Olimpíadas, por que não? Gostava da época em que só meia dúzia de uma galerinha dita cult proclamava aos quatro ventos por aí que futebol a alienação, o "ópio", como diria Marx - esse nome que todos pensam duas vezes antes de pronunciar, do Brasil. Talvez realmente fosse, mas todos vão concordar que era muito mais sadio um Corínthians x Flamengo parar o país, do que um Moro x Lula, não? Podem tentar expurgar, que o futebol não vai sair do brasileiro. Ele só deixou de torcer para um clube pra torcer pra um partido. E assim a vida segue, do exato mesmo jeito, só que pior. E digo mais, agradeçam aos grandes eventos esportivos também. Não fossem eles, não existiria #nãovaiterCopa, não existiria junho de 2013, não existiria "euforia política", então muito menos que iria existir essa Lava Jato do Jornal Nacional. Consegue imaginar seu mundinho sem denúncia nova toda semana e grampo vazado "por acidente"? Então agradeça à FIFA. 

Claro que eu não estou pedindo pro brasileiro voltar a ser um analfabeto político. Isso seria muito pra todo mundo. E realmente, as coisas melhoraram, é bom ver que estamos nos interessando por algo tão importante e que sempre fizemos questão de manter distância. Mas de 2013 pra cá, algo no meio do caminho parece ter desviado todo mundo da reta. E as pessoas começaram a se distanciar cada vez mais dessa reta, que se tornou um muro, e hoje nem lembramos mais que um dia ela existiu. Agora parece que estamos começando a nos aproximar de novo, mas eu me preocupo muito com esse "algo no meio do caminho", que eu citei linhas acima (e admito que não sei identificar com exatidão o que é). Ele tem tudo pra aparecer outra vez e separar ainda mais o pessoal. Até 2018 vai ter muito chão.