segunda-feira, 19 de junho de 2017

Eu passei a torcer pelo Bauru "Basquete"




Tá, eu sei que vai ser mole mole pra alguém descer ali nos comentários argumentar que "torcer quando ganha é fácil", mas pra esses eu digo de coração que não, não é tão fácil assim. Ainda mais quando o assunto é o time de basquete de Bauru.
É até difícil explicar o porquê de eu até então não gostar do "dragão". Na verdade, isso era até uma contradição. Vocês devem se lembrar do texto que escrevi aqui mês passado, falando da ida do Oeste pra Barueri, não? Lá eu já contava que Itápolis - cidade onde moro - recebe o sinal da Globo através TV TEM de Bauru. E não adianta, Globo é Globo, você sempre vai se pegar assistindo alguma coisa de lá; e a programação regional com certeza é uma dessas coisas (até porque, convenhamos, não tem quem aguente aquele sensacionalismo enfadonho das afiliadas de Record e SBT), e nem preciso dizer que ali se fala demais do Bauru Basket (entenderam o porquê das aspas no título?). Muito mais até do que do próprio Noroeste, clube de futebol da mesma cidade. Do meu Oeste então, quando ainda era daqui da minha terrinha, falava-se menos ainda! Era mais do que evidente que movido apenas pela "paixão", ver essa discrepância me gerava um certo ciuminho (considerem minha idade lá nos idos de 2007/2009 antes de me julgarem, por favor). 
Hoje entendo perfeitamente os motivos para isso. A experiência chega e a frieza de pensamento acaba vindo junto com ela, mas na época, me parecia impensável que um time de basquete "merecesse" mais atenção do que um time de futebol. Independente de qual time fosse. E de novo a vida com suas peripécias: depois que fui pra Assis (SP) fazer faculdade, passei a olhar diferente para o esporte da bola laranja. Até 2011, a cidade dos 3 S's teve um super time de basquete, que jogava até NBB, mas que eu não cheguei a conhecer, por ter chegado lá no ano seguinte ao encerramento de suas atividades (no último ou penúltimo ano meu por lá ele até voltou, carregando o nome do VOCEM, mas eu mesmo acabei por nem ir atrás). Inevitavelmente que eu ouvia histórias dessa equipe, o que amenizou bastante meus ânimos para com esse jogo que desde sempre odiei. Entender isso foi um processo lento, mas por fim eu consegui ver que o basquete podia sim se equiparar ao futebol na vida cotidiana de uma comunidade. Não havia a necessidade de criar uma "rixa" entre um esporte e outro. 
O gosto pelo NBB veio só nessas últimas temporadas. Eu queria torcer para um time, mas não me identificava com nenhum. Até gostava do Franca, pela sua história, que dava até alcunha para o município, mas ainda assim ele não me descia muito. Depois dos problemas que tive com aquela cidade, devido "questões profissionais" - nunca prestem os concursos de lá -, menos ainda que ele me empolgaria! A birra com o time de Bauru continuava, afinal, a emoção sempre tende a sobrepôr a razão. E a mesma emoção foi quem me fez inverter esse cenário: Há quem diga que equipes futebolísticas e escolas de samba vêm de berço. Não questiono, a realidade está aí, tudo tende a confirmar a hereditariedade das torcidas (as escolas de samba eu já não sei). Mas no basquetebol não existe isso. A menos que você nasça em uma família totalmente ligada àquele desporto, nunca ninguém vai te incentivar a torcer para uma esquadra basqueteira. Como faz então? Respondo por mim: não sou fã desse esporte. Até gosto, acho legal, mas não sou fã. Porém, depois de acompanhar os "milagres" que esse time realizou nesse ano, como não vou querer apoiar? Aquela virada surreal sobre o Pinheiros, o 3 a 2 na série, após perder as duas primeiras partidas de forma vergonhosa. Feito praticamente idêntico na final contra o Paulistano. E isso sem contar a final do ano passado, que não perdi um jogo sequer - saudades RedeTV! -, quando o todo poderoso Flamengo foi arrastado pelos bauruenses até o último embate (só abrindo um último parenteses, é absurdo pensar que uma cidade do porte de Bauru não tenha um único ginásio grande o suficiente pra receber essas decisões).
O Bauru "Basquete" me fez algo parecia impossível. Me fez um torcedor, torcendo. Não o fez por uma marca, uma cor ou alguma publicidade, mas simplesmente me conquistou através do próprio esporte. Um time que eu não gostava, um jogo que eu detestava. Quem poderia imaginar? 

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